Rodrigo Rato ante a justiça espanhola por desvio de fundos
San Fernando de Henares, Espanha, 26 Set 2016 (AFP) - O ex-diretor-gerente do FMI Rodrigo Rato se sentou nesta segunda-feira no banco dos réus na Espanha por dirigir em sua breve atuação como banqueiro um "sistema corrupto" de desvio de fundos.
Ao chegar ao tribunal em San Fernando de Henares, a leste de Madri, Rato foi recebido a gritos de "ladrão" e "fraudador" por vários manifestantes que perderam suas economias em produtos tóxicos recomendados pela entidade que dirigiu, Bankia.
Rato, ex-ministro da Economia de 67 anos, entrou com uma pasta na mão e sem dizer nada no anexo da Audiência Nacional, a máxima instância penal espanhola, onde será realizado o julgamento contra ele e outros 64 acusados até dezembro.
Em um caso conhecido na Espanha como o dos "cartões black", Rato é acusado junto a outros 64 ex-diretores do banco Caja Madrid e de sua entidade sucessora Bankia, que surgiu em 2011 da fusão de sete caixas de poupança.
São acusados de "apropriação indevida" de mais de 12 milhões de euros entre 2003 e 2012, mediante o uso de cartões bancários opacos com os quais financiaram sem limite nem controle fiscal grandes gastos pessoais.
A publicação dos detalhes destes gastos - joias, bolsas Louis Vuitton, festas em boates, viagens - provocou revolta em uma Espanha submetida a uma política de austeridade após o início da crise econômica em 2008.
Rato, outrora estrela do Partido Popular (PP), atualmente no poder, foi ministro da Economia do conservador José María Aznar de 1996 a 2004, e dirigiu o Fundo Monetário Internacional (FMI) desse ano até 2007.
Sua carreira como banqueiro durou apenas dois anos, de 2010 a 2012, mas desembocou no pior escândalo bancário da história do país. A entrada na bolsa do Bankia foi um autêntico desastre, e em 2011 teve que ser nacionalizado e precipitou um resgate europeu do setor bancário espanhol por mais de 41 bilhões de euros.
Segundo a promotoria, Rato manteve em 2010 "o sistema corrupto" estabelecido por seu antecessor à frente do Caja Madrid, Miguel Blesa, e depois o reproduziu no Bankia.
Rato é acusado de ter gasto em dois anos 99.000 euros, que reembolsou antes do julgamento. A promotoria pede contra ele quatro anos e meio de prisão e o reembolso de 2,6 milhões de euros, montante total dos gastos dos "cartões black" por ele e pelos demais acusados.
Também no banco dos réus destacam-se inúmeros membros do Partido Popular, do qual Rato foi expulso no fim de 2014, e personalidades de sindicatos e partidos de esquerda. Um representante do partido Esquerda Unida, por exemplo, é acusado de ter gasto 456.000 euros com seu "cartão black".
A promotoria pede seis anos de prisão contra Blesa, ex-companheiro de estudos de Aznar, nomeado à frente do Caja Madrid.
Rato é processado em mais dois casos: um por suposta fraude na saída da bolsa do Bankia, que não teria informado devidamente sua condição financeira, e outro por suposta lavagem de dinheiro através da compra de um hotel em Berlim.
Ao chegar ao tribunal em San Fernando de Henares, a leste de Madri, Rato foi recebido a gritos de "ladrão" e "fraudador" por vários manifestantes que perderam suas economias em produtos tóxicos recomendados pela entidade que dirigiu, Bankia.
Rato, ex-ministro da Economia de 67 anos, entrou com uma pasta na mão e sem dizer nada no anexo da Audiência Nacional, a máxima instância penal espanhola, onde será realizado o julgamento contra ele e outros 64 acusados até dezembro.
Em um caso conhecido na Espanha como o dos "cartões black", Rato é acusado junto a outros 64 ex-diretores do banco Caja Madrid e de sua entidade sucessora Bankia, que surgiu em 2011 da fusão de sete caixas de poupança.
São acusados de "apropriação indevida" de mais de 12 milhões de euros entre 2003 e 2012, mediante o uso de cartões bancários opacos com os quais financiaram sem limite nem controle fiscal grandes gastos pessoais.
A publicação dos detalhes destes gastos - joias, bolsas Louis Vuitton, festas em boates, viagens - provocou revolta em uma Espanha submetida a uma política de austeridade após o início da crise econômica em 2008.
Rato, outrora estrela do Partido Popular (PP), atualmente no poder, foi ministro da Economia do conservador José María Aznar de 1996 a 2004, e dirigiu o Fundo Monetário Internacional (FMI) desse ano até 2007.
Sua carreira como banqueiro durou apenas dois anos, de 2010 a 2012, mas desembocou no pior escândalo bancário da história do país. A entrada na bolsa do Bankia foi um autêntico desastre, e em 2011 teve que ser nacionalizado e precipitou um resgate europeu do setor bancário espanhol por mais de 41 bilhões de euros.
Segundo a promotoria, Rato manteve em 2010 "o sistema corrupto" estabelecido por seu antecessor à frente do Caja Madrid, Miguel Blesa, e depois o reproduziu no Bankia.
Rato é acusado de ter gasto em dois anos 99.000 euros, que reembolsou antes do julgamento. A promotoria pede contra ele quatro anos e meio de prisão e o reembolso de 2,6 milhões de euros, montante total dos gastos dos "cartões black" por ele e pelos demais acusados.
Também no banco dos réus destacam-se inúmeros membros do Partido Popular, do qual Rato foi expulso no fim de 2014, e personalidades de sindicatos e partidos de esquerda. Um representante do partido Esquerda Unida, por exemplo, é acusado de ter gasto 456.000 euros com seu "cartão black".
A promotoria pede seis anos de prisão contra Blesa, ex-companheiro de estudos de Aznar, nomeado à frente do Caja Madrid.
Rato é processado em mais dois casos: um por suposta fraude na saída da bolsa do Bankia, que não teria informado devidamente sua condição financeira, e outro por suposta lavagem de dinheiro através da compra de um hotel em Berlim.
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