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Maduro ameaça prender congressistas da oposição

28/10/2016 19h31

Caracas, 28 Out 2016 (AFP) - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ameaçou prender os congressistas da oposição, nesta sexta-feira (28), se iniciarem um "julgamento político" contra ele, que classificou a iniciativa de "golpe de Estado".

"Se fizerem um julgamento político que não está na nossa Carta Magna, a Procuradoria deve meter uma ação nos tribunais de Justiça e levar para a prisão todos os que violarem a Constituição, mesmo que sejam deputados", advertiu Maduro, em um ato público na frente do Palácio presidencial de Miraflores.

"Eu não vou ficar de braços cruzados diante desse golpe de Estado. Cedo ou tarde a Justiça chegará, que fique claro aos golpistas", insistiu.

Maduro foi citado a comparecer na próxima terça, às 15h locais (17h, horário de Brasília), na Assembleia Nacional, para ouvir as acusações de "abandono do cargo", como parte do que chamam de "julgamento político" de responsabilidade, devido ao agravamento da crise política e econômica.

"Dizem que abandonei meu cargo de presidente, enquanto estou dedicado as 24 horas do dia ao povo da Venezuela, a governar desse palácio que é do povo", manifestou.

A acusação de "abandono do cargo" e uma greve geral instalada parcialmente nesta sexta-feira são parte de uma nova ofensiva da Mesa da Unidade Democrática (MUD) contra o governo, depois da suspensão do referendo revogatório contra Maduro há uma semana.

"Ninguém atendeu ao chamado da paralisação desses improvisados da direita. O país esteve 100%. A paralisação da direita golpista fracassou", afirmou Maduro, que chegou a anunciar que as Forças Armadas ocupariam as empresas que interrompessem suas atividades.

Lideranças da MUD relataram que muitos funcionários acataram a convocação de greve - que termina às 18h locais (20h, horário de Brasília) - e destacaram o pouco movimento nas ruas.

Avenidas e ruas de Caracas e de outras cidades do país tiveram menos movimento do que o normal nesta sexta, mas os serviços de transporte público, bancos e algumas lojas e escolas funcionaram. Universidades privadas não abriram as portas.