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Tusk: expatriados não devem ser 'moeda de troca' na negociação do Brexit

29/11/2016 23h23

Bruxelas, 30 Nov 2016 (AFP) - O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, não quer que os cidadãos expatriados sejam transformados em "moedas de troca" nas negociações do Brexit - revela uma carta enviada aos parlamentares britânicos, publicado nesta terça-feira (29).

Em uma carta enviada a Tusk, 80 deputados haviam solicitado que os direitos dos britânicos que viverem na UE sejam protegidos, apesar da saída do Reino Unido do bloco, anunciada desde o referendo de junho passado.

"Como vocês, gostaria de evitar uma situação, na qual os cidadãos sejam transformados em uma 'moeda de troca' no processo de negociação", respondeu-lhes o presidente do Conselho Europeu, instituição que reúne os 28 chefes de Estado, ou de Governo, dos países-membros.

"Para que isso não aconteça, precisaremos de soluções precisas e globais que, mais do que declarações que soem bem, proporcionem aos cidadãos verdadeiras garantias de segurança", continuou.

Convidado pelos parlamentares britânicos a "resolver esse problema de uma vez por todas" em uma cúpula europeia prevista para acontecer em Bruxelas em meados de dezembro, Tusk destacou que "isso significaria, de fato, o início das negociações já em dezembro".

Essas negociações não poderão começar até que o governo britânico tenha ativado formalmente o procedimento de retirada, já que é o único habilitado para fazê-lo, lembrou.

Tusk também rejeitou a ideia, lançada pelos parlamentares britânicos, de que a Comissão Europeia e seu chefe negociador do Brexit, o francês Michel Barnier, "tentam impedir as negociações, criando assim ansiedade e incerteza".

"Não estariam de acordo em dizer que a única fonte de ansiedade e de incerteza é a decisão do Brexit? E que o único meio de dissipar os temores e as dúvidas de todos os cidadãos afetados é a ativação, o mais rapidamente possível, das negociações?", escreveu o presidente do Conselho Europeu.