Suspeito da chacina em Berlim identificado como o tunisiano Anis Amri
A procuradoria alemã informou que o suspeito da chacina em Berlim foi identificado como o tunisiano Anis Amri, 24, e que uma recompensa será oferecida a quem fornecer informações sobre seu paradeiro.
Além disso, a brigada antiterrorista alemã informou que a família do suspeito está sendo interrogada.
Ralf Jaeger, ministro do Interior do Estado da Renânia do Norte-Vestfália, disse que o suspeito aparentemente chegou à Alemanha em julho de 2015, e teve seu pedido de asilo rejeitado.
O suspeito aparentemente usou nomes diferentes e foi identificado por agências de segurança como alguém em contato com uma rede militante islâmica. O homem estaria vivendo em Berlim deste fevereiro, mas esteve recentemente na Renânia do Norte-Vestfália, segundo Jaeger.
Considerado ameaça
Desde novembro o homem era considerado uma possível ameaça pelas autoridades de segurança. Após ter o pedido de asilo rejeitado, ele deveria ter sido deportado, mas não pôde ser enviado de volta à Tunísia porque estava sem documentos, de acordo com Jaeger.
Os novos detalhes aumentaram a lista de questões sobre o papel das autoridades de segurança na possibilidade de impedir o ataque, no qual um caminhão de 25 toneladas atropelou uma multidão e derrubou barracas de madeira que vendiam comidas e bebidas típicas. O ataque foi o mais letal em solo alemão desde 1980.
Mercados natalinos são apontados como um possível alvo de militantes islâmicos desde pelo menos 2000, quando autoridades descobriram um plano de atacar um deles em Estrasburgo, na França. O modus operandi em Berlim foi idêntico ao utilizado no ataque do Dia da Bastilha, na cidade francesa de Nice, em julho, quando um cidadão tunisiano matou 86 pessoas ao dirigir um caminhão ao longo da calçada na orla da cidade.
O ministro do Interior da Alemanha, Thomas de Maiziere, disse que uma operação de buscas pela Europa está em andamento desde a meia-noite. O jornal Rheinische Post afirmou que a polícia começou a fazer buscas em abrigos de imigrantes no oeste da Alemanha, onde o suspeito teria morado.
Alvo simbólico
O massacre pré-natalino em um local simbólico de Berlim --nos pés de uma igreja bombardeada na Segunda Guerra Mundial--chocou os alemães e desencadeou medidas de segurança em toda a Europa, já em estado de alerta depois dos ataques ocorridos neste ano na França e na Bélgica.
O possível, embora ainda não provado, envolvimento de um imigrante ou refugiado também ressuscitou um debate acalorado sobre segurança e imigração, e a chanceler alemã, Angela Merkel, está sendo pressionada a frear novas entradas depois de permitir que mais de um milhão de pessoas se instalassem no país nos últimos dois anos.
Merkel, que irá concorrer a um quarto mandato no ano que vem, disse que seria particularmente repulsivo se um refugiado procurando proteção na Alemanha fosse o autor do ataque.
Inicialmente a polícia prendeu um paquistanês postulante a asilo próximo do local do ataque, mas o liberou sem acusações na terça-feira. As autoridades alertaram que o agressor ainda está foragido e pode estar armado. Não está claro se o perpetrador está agindo sozinho ou acompanhado.
O caminhão utilizado no Natal pertence a uma transportadora polonesa, e o motorista polonês do veículo foi encontrado morto a tiros na cabine. O jornal Bild relatou que ele estava vivo até o ataque ocorrer. O jornal citou um investigador que disse que deve ter havido uma luta com o agressor, que pode ter sido ferido.
O Estado Islâmico assumiu a responsabilidade da ação, como fez com o ataque do Dia da Bastilha na França.
O diretor da Associação de Detetives Criminais da Alemanha, Andre Schulz, disse à televisão do país na noite de terça-feira que a polícia espera fazer outra prisão em breve.
"Estou relativamente confiante de que talvez amanhã, ou no futuro próximo, poderemos apresentar um novo suspeito", afirmou.
A polícia prendeu outro suspeito nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira, mas o soltou pouco mais tarde, de acordo com a emissora RBB.
O chefe do grupo de ministros do Interior dos 16 Estados federais alemães, Klaus Bouillon, disse que é necessário adotar medidas de segurança mais rígidas.
"Queremos aumentar a presença policial e fortalecer a proteção dos mercados natalinos. Teremos mais patrulhas. Os agentes terão metralhadoras. Queremos tornar o acesso aos mercados mais difícil, com veículos estacionados através deles", disse Bouillon ao jornal Passauer Neue Presse desta quarta-feira.
Alguns políticos culparam a política imigratória de portas abertas de Merkel por tornar tais atentados mais prováveis. O partido anti-imigrante Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão), que ganhou apoio nos dois últimos anos simultaneamente à queda de popularidade da chanceler, disse na terça-feira que seu país não é mais seguro.
* Com informações da agência Reuters
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