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Autor de massacre racista nos EUA defenderá a si próprio

28/12/2016 17h09

Miami, 28 dez 2016 (AFP) - Dylann Roof, o supremacista branco que matou nove membros da Igreja Metodista Episcopal Emanuel African em Charleston, nos EUA, afirmou nesta quarta-feira que não chamará testemunhas para depor a seu favor, enquanto busca evitar a pena de morte.

O jovem, de 22 anos, reafirmou que representará a si próprio durante seu julgamento, durante o qual será decidido como sentença a pena de morte ou a prisão perpétua. Ele também informou que não chamará testemunhas ao tribunal.

"Até onde sei, não tenho a intenção de apresentar nenhuma prova durante o julgamento, ou chamar testemunhas", disse Roof ao juiz federal Richard Gergel em uma sessão em Charleston, de acordo com o jornal local "The Post and Courier".

Roof, que também apresentará sua própria defesa, declarou também que não irá argumentar sofrer de problemas mentais para conseguir convencer o júri a salvar sua vida.

O governo planeja chamar mais de 30 testemunhas, em sua maioria sobreviventes e membros da família das vítimas do ataque, para participar da fase de julgamento, segundo reportou o The Post and Courier.

O mesmo júri considerou o jovem culpado em todas as 33 acusações contra ele, incluindo a de crime de ódio resultando em morte, no início desse mês.

Roof declarou ter sido o responsável pelo massacre ocorrido em junho de 2015, realizado após participar de um estudo bíblico durante a noite na igreja.

Durante a primeira fase de seu julgamento, a corte assistiu um vídeo de confissão do americano seguido de sua prisão um dia após o ataque. Nele, Roof justificou suas ações utilizando o argumento de que africanos-americanos cometem crimes contra pessoas brancas.

"Alguém tinha que fazer algo, já que pessoas negras matam pessoas brancas todos os dias," acrescentou ele calmamente sem emoção ao agente especial da FBI que o interrogava.

"Eles estupram 100 pessoas brancas todos os dias", prosseguiu.

Três membros do estudo bíblico da igreja sobreviveram ao massacre.

A igreja, também conhecida como "Mãe Emanoel", é uma das mais antigas congregações da América do Sul, com laços fortes na luta contra a escravidão e segregação racial.