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Assassinato de embaixador grego foi planejado por esposa e amante

30/12/2016 23h52

Rio de Janeiro, 31 dez 2016 (AFP) - O embaixador da Grécia no Brasil, Kyriakos Amiridis, foi assassinado com a cumplicidade de sua esposa na Baixada Fluminense - em um crime planejado pela mulher e seu amante, um policial militar, informou nesta sexta-feira a Polícia Civil do Rio de Janeiro.

A esposa do diplomata, Françoise de Souza Oliveira, de 40 anos, assim como seu amante, Sérgio Gomes Moreira, de 29, e um primo dele, Eduardo Moreira de Melo, 24, foram detidos preventivamente pelo crise, informou o delegado Evaristo Pontes Magalhães em entrevista coletiva.

Amiridis, 59 anos, estava de férias com a família no Rio e deveria voltar a Brasília em 9 de janeiro, mas na quarta-feira Françoise denunciou que não tinha notícias do marido desde a noite de segunda-feira, quando ele teria saído do apartamento que mantinham em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Na quinta-feira, um carro carbonizado com um corpo dentro foi encontrado debaixo de um viaduto da região, e o veículo foi identificado como o alugado pelo embaixador.

A princípio, Françoise de Souza negou o crime e garantiu não saber de nada, mas durante depoimento na delegacia e diante das contradições "irrompeu em prantos e acabou revelando que o policial militar foi o autor do homicídio", o que ela "não queria que ocorresse (...) mas não teve como evitar", revelou o delegado.

Já Eduardo Moreira de Melo contou a polícia que Françoise lhe ofereceu 80 mil reais para que ajudasse a se livrar do corpo do diplomata.

A polícia acredita que o crime foi "planejado" por Françoise e por Sérgio Gomes um dia antes do homicídio, por razões ainda não esclarecidas.

Amiridis foi assassinado na residência do casal em Nova Iguaçu, cidade onde Françoise tem familiares, na noite de segunda-feira.

Sérgio Gomes confessou que teve uma briga com Amiridis no apartamento, e que acabou atirando com uma arma que pertenceria ao próprio diplomata, mas a polícia acredita que a vítima foi esfaqueada, já que os vizinhos não ouviram barulho de tiro na noite do crime.

Um sofá manchado de sangue foi a chave da desvendar o crime, que ocorreu quando Françoise e a filha do casal, de dez anos, jantavam em outro local.

- Caso cruel e isolado -"A polícia resolveu um caso cruel, covarde e totalmente sem sentido. O povo brasileiro não admite um comportamento deste tipo e pedimos desculpas a toda a população grega pelo que ocorreu", declarou o diretor da Divisão de Homicídios do Rio, Rivaldo Barbosa, assegurando que foi um "crime passional" e "isolado", sem qualquer relação com os índices de violência na região.

O presidente Michel Temer enviou uma carta ao governo grego na qual manifesta suas condolências pela morte do embaixador e transmite o compromisso do governo brasileiro em esclarecer todos os fatos em uma investigação "rigorosa".

Amiridis era embaixador da Grécia no Brasil desde este ano. De 2012 a 2016, foi embaixador na Líbia. De 2001 a 2004, tinha sido cônsul-geral no Rio de Janeiro.