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Onze pessoas são detidas após se acorrentarem nuas a campo de Auschwitz

24/03/2017 16h02

Varsóvia, 24 Mar 2017 (AFP) - Onze homens e mulheres, com idades entre 20 e 27 anos, foram presos depois de se despirem e se acorrentarem nesta sexta-feira no portão com a inscrição "Arbeit macht frei" (O trabalho liberta) do antigo campo nazista polonês de Auschwitz, informou a Polícia polonesa.

Os jovens, cujas motivações não foram reveladas, acorrentaram-se um ao outro depois de matarem uma ovelha. De acordo com a imprensa local, toda a ação foi filmada por um drone.

Eles também amarraram uma bandeira branca com a inscrição em vermelho "Love" (amor) na parte superior do portal, de acordo com imagens da imprensa local.

A intenção seria chamar a atenção para a guerra na Ucrânia, segundo um meio de comunicação de Cracóvia.

Os guardas do museu intervieram imediatamente, de acordo com um comunicado do museu publicado no Twitter.

A polícia prendeu onze pessoas, sete homens e quatro mulheres. As quatro mulheres são polonesas. Entre os homens, dois são poloneses, quatro bielorrussos e um alemão, indicou à AFP um porta-voz da polícia regional, Sebastian Glen.

A porta-voz da polícia local, Malgorzata Jurecka, declarou que "essas pessoas foram transferidas para uma delegacia em Oswiecim (nome polonês de Auschwitz) para interrogatório". "Vamos informar o Ministério Público, e eles provavelmente serão acusados de ultraje a monumento ou lugar simbólico", informou.

"Estamos chocados e indignados com essa tentativa de utilizar este local de memória para qualquer tipo de manifestação que afronte a memória das milhares de vítimas. Esta é uma ação repreensível", afirmou à AFP um porta-voz do museu, Bartosz Bartyzel.

"Este incidente é totalmente inédito em Auschwitz", afirmou por sua vez à AFP o diretor do museu, Piotr Cywinski. "Não sei nada sobre seus motivos".

Entre 1940 e início de 1945, a Alemanha nazista exterminou em Auschwitz-Birkenau cerca de 1,1 milhão de pessoas, incluindo um milhão de judeus de vários países europeus. O campo, onde cerca de 80.000 poloneses não judeus, 25.000 ciganos e 20.000 soldados soviéticos também morreram, foi libertado pelo Exército Vermelho em janeiro de 1945.