RSF: liberdade de imprensa está mais ameaçada do que nunca no mundo
Paris, 26 Abr 2017 (AFP) - A liberdade de imprensa no mundo está mais ameaçada do que nunca devido a informações falsas e à retórica contra a mídia de líderes como Donald Trump, adverte o relatório anual da RSF, que deplora a grave situação na América Latina, especialmente no México e no Brasil.
A chegada de Trump ao poder nos Estados Unidos "precipitou a caça aos jornalistas", afirma o relatório do Repórteres Sem Fronteiras (RSF) divulgado nesta quarta-feira.
Ao acusar a imprensa de publicar informações falsas, Trump "não apenas compromete uma longa tradição americana de luta pela liberdade de expressão", mas também "contribui para desinibir os ataques contra a imprensa no mundo", destaca a ONG.
Na era da pós-verdade, "nada parece frear o retrocesso nas democracias", e países considerados "virtuosos" no passado retrocedem na classificação da RSF, como os Estados Unidos (situado na posição 43, duas abaixo do que em 2016), Reino Unido (40º, -2) e Chile (33º, -2).
- Preocupação com a Venezuela -Na lista, liderada pela Noruega e encerrada pela Coreia do Norte (na posição 180), 72 países se encontram em situação "difícil" ou "muito grave", como China (176º) e Cuba (173º), onde a morte de Fidel Castro, "um dos piores depredadores da liberdade de imprensa no mundo", não alterou o "monopólio do Estado sobre a informação".
Neste grupo em situação "difícil" se destacam ainda Rússia (148º) México (147º), Honduras (140º), Venezuela (137º), Colômbia (129º), Guatemala (118º) e Paraguai (110º).
Embora o México continue encabeçando a lista negra na América Latina, a Repórteres Sem Fronteiras está especialmente preocupada com o caso da Venezuela.
"Estamos muito preocupados (...) há muito tempo, e acompanhando agora a crise na Venezuela, observamos que há um forte controle da circulação de informação por parte do governo de Nicolás Maduro, que não tolera as críticas", disse nesta quarta-feira o diretor da RSF para a América Latina, Emmanuel Colombié, ao apresentar o relatório anual para a região no Rio de Janeiro.
Colombié denunciou que o trabalho dos jornalistas nas recentes manifestações opositoras, nas que foram registrados cerca de 30 mortos, se tornou "cada vez mais complicado, com prisões arbitrárias", e também lamentou a expulsão de jornalistas estrangeiros do país petroleiro.
- Brasil, o segundo mais mortífero da região -O Brasil (103º), o segundo país mais mortífero para os jornalistas na América Latina, registrou no ano passado o assassinato de três profissionais pelo seu exercício jornalístico e de outros quatro supostamente pela mesma razão.
São fontes de preocupação para a RSF principalmente a violência policial contra comunicadores em manifestações no Brasil e as "ameaças" a comunicadores populares nas favelas.
A RSF destaca mais uma vez o caso do México, que em 2002 ocupava a 75ª posição e hoje caiu para a 147ª.
Em 2016, dez jornalistas foram assassinados no país, que "segue gangrenado pela corrupção e a violência do crime organizado, especialmente em nível local".
Em termos de riscos para a vida dos jornalistas, a organização lembrou que em 2016 o México se situou atrás apenas da Síria (177º) e Afeganistão (120º), e observou que a situação não parece melhorar em 2017, visto que só no último mês e meio foram registrados quatro mortos.
Os assassinatos ocorreram no estado de Veracruz (leste), a zona mais perigosa da América Latina para exercer a profissão, mas também em Guerrero (sul) e nos estados de Chihuahua e Baja California Sur (norte).
A mudança de governos em Veracruz, Chihuahua e Baja California Sur fez com que "os cartéis de drogas reacomodassem suas forças, e é onde recentemente foram assassinados jornalistas", estimou a representante da RSF no México, Balbina Flores.
- Nicarágua desaba, Colômbia melhora -A organização apontou que a maior queda nesta lista foi registrada pela Nicarágua (92, - 17), onde a reeleição do presidente Daniel Ortega se caracterizou por "múltiplos casos de censura, intimidação, assédio e detenções arbitrárias", segundo o relatório.
Em meio a este retrocesso que afetou seis de cada dez países, a RSF comemora a melhora "esperançadora" na Colômbia (129, +5), atribuída aos acordos de paz para pôr fim ao conflito armado no país, "fonte de censura e de violência contra a imprensa". Além disso, em 2016, pela primeira vez em sete anos, nenhum jornalista foi assassinado.
No mesmo grupo, a Turquia de Recep Tayyip Erdogan ocupa o 155º lugar, caindo 56 posições em 12 anos. O país se transformou na "maior prisão do mundo", segundo a RSF.
No total, 59 países se encontram em situação sensível e apenas 49 apresentam condições "boas ou mais ou menos boas", incluindo Costa Rica (6º), Espanha (29º), Uruguai (25º) e Chile (33º).
Por regiões, a liberdade de imprensa piorou em todas a partir de 2013, e a mais difícil e perigosa para os jornalistas segue sendo o Oriente Médio e o norte da África, seguida pelo leste da Europa, Ásia Central, Ásia-Pacífico, África, América e Europa Ocidental.
A chegada de Trump ao poder nos Estados Unidos "precipitou a caça aos jornalistas", afirma o relatório do Repórteres Sem Fronteiras (RSF) divulgado nesta quarta-feira.
Ao acusar a imprensa de publicar informações falsas, Trump "não apenas compromete uma longa tradição americana de luta pela liberdade de expressão", mas também "contribui para desinibir os ataques contra a imprensa no mundo", destaca a ONG.
Na era da pós-verdade, "nada parece frear o retrocesso nas democracias", e países considerados "virtuosos" no passado retrocedem na classificação da RSF, como os Estados Unidos (situado na posição 43, duas abaixo do que em 2016), Reino Unido (40º, -2) e Chile (33º, -2).
- Preocupação com a Venezuela -Na lista, liderada pela Noruega e encerrada pela Coreia do Norte (na posição 180), 72 países se encontram em situação "difícil" ou "muito grave", como China (176º) e Cuba (173º), onde a morte de Fidel Castro, "um dos piores depredadores da liberdade de imprensa no mundo", não alterou o "monopólio do Estado sobre a informação".
Neste grupo em situação "difícil" se destacam ainda Rússia (148º) México (147º), Honduras (140º), Venezuela (137º), Colômbia (129º), Guatemala (118º) e Paraguai (110º).
Embora o México continue encabeçando a lista negra na América Latina, a Repórteres Sem Fronteiras está especialmente preocupada com o caso da Venezuela.
"Estamos muito preocupados (...) há muito tempo, e acompanhando agora a crise na Venezuela, observamos que há um forte controle da circulação de informação por parte do governo de Nicolás Maduro, que não tolera as críticas", disse nesta quarta-feira o diretor da RSF para a América Latina, Emmanuel Colombié, ao apresentar o relatório anual para a região no Rio de Janeiro.
Colombié denunciou que o trabalho dos jornalistas nas recentes manifestações opositoras, nas que foram registrados cerca de 30 mortos, se tornou "cada vez mais complicado, com prisões arbitrárias", e também lamentou a expulsão de jornalistas estrangeiros do país petroleiro.
- Brasil, o segundo mais mortífero da região -O Brasil (103º), o segundo país mais mortífero para os jornalistas na América Latina, registrou no ano passado o assassinato de três profissionais pelo seu exercício jornalístico e de outros quatro supostamente pela mesma razão.
São fontes de preocupação para a RSF principalmente a violência policial contra comunicadores em manifestações no Brasil e as "ameaças" a comunicadores populares nas favelas.
A RSF destaca mais uma vez o caso do México, que em 2002 ocupava a 75ª posição e hoje caiu para a 147ª.
Em 2016, dez jornalistas foram assassinados no país, que "segue gangrenado pela corrupção e a violência do crime organizado, especialmente em nível local".
Em termos de riscos para a vida dos jornalistas, a organização lembrou que em 2016 o México se situou atrás apenas da Síria (177º) e Afeganistão (120º), e observou que a situação não parece melhorar em 2017, visto que só no último mês e meio foram registrados quatro mortos.
Os assassinatos ocorreram no estado de Veracruz (leste), a zona mais perigosa da América Latina para exercer a profissão, mas também em Guerrero (sul) e nos estados de Chihuahua e Baja California Sur (norte).
A mudança de governos em Veracruz, Chihuahua e Baja California Sur fez com que "os cartéis de drogas reacomodassem suas forças, e é onde recentemente foram assassinados jornalistas", estimou a representante da RSF no México, Balbina Flores.
- Nicarágua desaba, Colômbia melhora -A organização apontou que a maior queda nesta lista foi registrada pela Nicarágua (92, - 17), onde a reeleição do presidente Daniel Ortega se caracterizou por "múltiplos casos de censura, intimidação, assédio e detenções arbitrárias", segundo o relatório.
Em meio a este retrocesso que afetou seis de cada dez países, a RSF comemora a melhora "esperançadora" na Colômbia (129, +5), atribuída aos acordos de paz para pôr fim ao conflito armado no país, "fonte de censura e de violência contra a imprensa". Além disso, em 2016, pela primeira vez em sete anos, nenhum jornalista foi assassinado.
No mesmo grupo, a Turquia de Recep Tayyip Erdogan ocupa o 155º lugar, caindo 56 posições em 12 anos. O país se transformou na "maior prisão do mundo", segundo a RSF.
No total, 59 países se encontram em situação sensível e apenas 49 apresentam condições "boas ou mais ou menos boas", incluindo Costa Rica (6º), Espanha (29º), Uruguai (25º) e Chile (33º).
Por regiões, a liberdade de imprensa piorou em todas a partir de 2013, e a mais difícil e perigosa para os jornalistas segue sendo o Oriente Médio e o norte da África, seguida pelo leste da Europa, Ásia Central, Ásia-Pacífico, África, América e Europa Ocidental.
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