Procuradora-geral da Venezuela acusa Guarda Nacional de violência
Caracas, 25 Mai 2017 (AFP) - A Guarda Nacional é responsável por cerca de 500 feridos (mais da metade do total) e pela morte de um jovem durante os protestos contra o presidente Nicolás Maduro - denunciou a procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega, nesta quarta-feira (24).
Segundo Ortega, uma chavista histórica, até esta quarta 55 pessoas morreram nas manifestações deflagradas em 1º de abril. São 52 civis e três policiais e militares.
Em uma declaração pública, na qual condenou "exacerbação da violência", a procuradora-geral também informou o número de feridos: 771 civis e 229 policiais, ou militares.
"Mais da metade dos feridos foi produto da ação dos corpos de segurança. Preocupa como a violência se exacerbou", declarou.
Ortega responsabilizou um oficial da Guarda Nacional - ainda não identificado - pela morte do estudante Juan Pernalete, de 20 anos, em um protesto em Caracas em 26 de abril.
Ele morreu por um "choque de origem cardíaca por traumatismo de tórax. Foi impactado por um objeto como este", declarou ela, exibindo uma bomba de gás lacrimogêneo.
O governo havia anunciado que Pernalete faleceu pelo impacto de um objeto metálico.
"Repudiamos a violência, venha de onde vier", afirmou.
"As manifestações devem ser pacíficas. Isso é um direito que o Estado deve garantir. Se você começa a executar ações violentas, você perde o direito. A violência deixa apenas danos irreparáveis", acrescentou a procuradora, condenando os abusos cometidos durante os protestos da oposição.
Ortega também considerou "dantesco" que manifestantes da oposição tenham ateado fogo a um homem em um ato em Caracas no último sábado (20) e chamou de "vulgares os vídeos (sobre o episódio) manipulados em benefício dos grupos em disputa".
"Repudio os linchamentos e a violência", frisou.
Ainda de acordo com a procuradora, o Ministério Público investiga sete casos "por uso de Justiça militar, em casos que correspondem à Justiça comum", e pediu que se verifique o estado de saúde desses detidos.
Segundo a ONG Foro Penal, 161 civis foram presos por ordem da Justiça militar.
Ortega se distanciou do governo desde que o máximo tribunal do país assumiu brevemente, em março passado, as competências do Parlamento por considerar que houve uma "ruptura da ordem constitucional".
Ela também fez críticas à Assembleia Constituinte convocada por Maduro, por considerar que agravará a crise do país.
- 'Que a resistência continue!'O vice-presidente do Parlamento venezuelano, Freddy Guevara, classificou de "histórica" a declaração da procuradora.
"Que a resistência continue!", tuitou.
Para o analista Luis Salamanca, a postura crítica de Ortega reflete o "racha da estrutura interna do poder chavista".
Nesta quarta, milhares de pessoas marcharam em Caracas para rejeitar a Constituinte proposta por Maduro. Os opositores tentaram seguir até a sede do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), no centro de Caracas, mas foram dispersados pelo Batalhão de Choque.
Ainda que a oposição anuncie que pretende aumentar o número de protestos, o desgaste do movimento já é visível.
Na marcha, manifestantes perguntavam ao líder opositor Henrique Capriles, que caminhavam em meio à multidão: "Capriles, e aí? Isso não funciona. Até quando?".
"É uma luta de resistência. Isso é como o muro de Berlim. Tem que bater e bater (...) até que caia", respondeu Capriles.
O presidente Nicolás Maduro denuncia que a oposição conta com financiamento dos Estados Unidos para executar "atos de terrorismo" e provocar um golpe de Estado, referindo-se aos distúrbios e saques registrados desde 1º de abril.
A procuradora-geral anunciou que seu gabinete recebeu denúncias contra militares e policiais envolvidos nos saques.
A oposição garante, por sua vez, que vários dos episódios de violência são fruto da ação de "infiltrados".
Segundo Ortega, uma chavista histórica, até esta quarta 55 pessoas morreram nas manifestações deflagradas em 1º de abril. São 52 civis e três policiais e militares.
Em uma declaração pública, na qual condenou "exacerbação da violência", a procuradora-geral também informou o número de feridos: 771 civis e 229 policiais, ou militares.
"Mais da metade dos feridos foi produto da ação dos corpos de segurança. Preocupa como a violência se exacerbou", declarou.
Ortega responsabilizou um oficial da Guarda Nacional - ainda não identificado - pela morte do estudante Juan Pernalete, de 20 anos, em um protesto em Caracas em 26 de abril.
Ele morreu por um "choque de origem cardíaca por traumatismo de tórax. Foi impactado por um objeto como este", declarou ela, exibindo uma bomba de gás lacrimogêneo.
O governo havia anunciado que Pernalete faleceu pelo impacto de um objeto metálico.
"Repudiamos a violência, venha de onde vier", afirmou.
"As manifestações devem ser pacíficas. Isso é um direito que o Estado deve garantir. Se você começa a executar ações violentas, você perde o direito. A violência deixa apenas danos irreparáveis", acrescentou a procuradora, condenando os abusos cometidos durante os protestos da oposição.
Ortega também considerou "dantesco" que manifestantes da oposição tenham ateado fogo a um homem em um ato em Caracas no último sábado (20) e chamou de "vulgares os vídeos (sobre o episódio) manipulados em benefício dos grupos em disputa".
"Repudio os linchamentos e a violência", frisou.
Ainda de acordo com a procuradora, o Ministério Público investiga sete casos "por uso de Justiça militar, em casos que correspondem à Justiça comum", e pediu que se verifique o estado de saúde desses detidos.
Segundo a ONG Foro Penal, 161 civis foram presos por ordem da Justiça militar.
Ortega se distanciou do governo desde que o máximo tribunal do país assumiu brevemente, em março passado, as competências do Parlamento por considerar que houve uma "ruptura da ordem constitucional".
Ela também fez críticas à Assembleia Constituinte convocada por Maduro, por considerar que agravará a crise do país.
- 'Que a resistência continue!'O vice-presidente do Parlamento venezuelano, Freddy Guevara, classificou de "histórica" a declaração da procuradora.
"Que a resistência continue!", tuitou.
Para o analista Luis Salamanca, a postura crítica de Ortega reflete o "racha da estrutura interna do poder chavista".
Nesta quarta, milhares de pessoas marcharam em Caracas para rejeitar a Constituinte proposta por Maduro. Os opositores tentaram seguir até a sede do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), no centro de Caracas, mas foram dispersados pelo Batalhão de Choque.
Ainda que a oposição anuncie que pretende aumentar o número de protestos, o desgaste do movimento já é visível.
Na marcha, manifestantes perguntavam ao líder opositor Henrique Capriles, que caminhavam em meio à multidão: "Capriles, e aí? Isso não funciona. Até quando?".
"É uma luta de resistência. Isso é como o muro de Berlim. Tem que bater e bater (...) até que caia", respondeu Capriles.
O presidente Nicolás Maduro denuncia que a oposição conta com financiamento dos Estados Unidos para executar "atos de terrorismo" e provocar um golpe de Estado, referindo-se aos distúrbios e saques registrados desde 1º de abril.
A procuradora-geral anunciou que seu gabinete recebeu denúncias contra militares e policiais envolvidos nos saques.
A oposição garante, por sua vez, que vários dos episódios de violência são fruto da ação de "infiltrados".
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