A cannabis terapêutica entra na cozinha no Chile
Santiago, 26 Mai 2017 (AFP) - A cannabis como ingrediente de pratos e sobremesas para aproveitar suas propriedades medicinais é a proposta de uma chef de cozinha argentina no Chile, onde se promove o uso da maconha para fins terapêuticos.
Natalia Revelant, especializada em cozinha vegetariana, combina há anos a cannabis com produtos orgânicos como frutas, farinha de mandioca, amêndoas, grãos e sementes para produzir chocolates, pão de ló, bolos, sucos e leite, apresentados em uma oficina em Santiago na quarta-feira.
"Descobri um universo com a cannabis", disse à AFP Revelant, enquanto dezenas de pessoas aprendem suas receitas na Fundação Daya, uma ONG no Chile que lidera o uso medicinal da maconha.
A gastronomia "cannábica" é uma alternativa para os doentes crônicos que já utilizam o óleo e a resina de maconha ou remédios para combater seus males, sustenta Alejandra Ahumada, química farmacêutica da Fundação Daya.
Tudo pode ser utilizado da planta de folhas inconfundíveis. A raiz, o talo e as folhas são usados em saladas, para cozinhar carnes ou fazer sucos. A flor - mais conhecida como miolo - e as sementes são perfeitas para as sobremesas, chocolates ou pães de ló, diz a chef, de 38 anos.
Como o sabor da maconha não é muito agradável, é importante saber combiná-lo com produtos que tenham semelhanças com seus terpenos, os compostos aromáticos que as plantas contêm.
"Uma planta de cannabis com um perfil alto de linalol [terpeno] pode ser combinado com lavanda e fazer bons biscoitos de manteiga", explica.
A maconha também contém propriedades nutricionais como ácidos graxos essenciais para o nosso organismo e óleos essenciais como ômega 3 e ômega 6, usados para combater alguns sintomas de inflamação em pacientes.
- A dose exata -As propriedades medicinais da maconha se encontram em seus cannabinoides, compostos que também são responsáveis pelos efeitos alucinógenos como o THC, por isso é importante dosar exatamente a quantidade de cannabis que será usada na preparação da comida.
"É importante considerar que cada paciente vai reagir de maneira diferente ao uso dos cannabinoides e deve-se ter sempre o cuidado com a dose", sustema Ahumada.
Uma dose de entre 0,1 e 0,5 gramas de cannabis em cada porção de comida é o recomendável para evitar os efeitos alucinógenos. Ultrapassar a dose poderia causar desmaio ou sonolência, segundo Revelant.
"A planta da cannabis não mata ninguém, por isso é importante que conheçam os efeitos e pratiquem para saber qual é a sua própria dose", indicou a chef.
Os participantes da oficina preferem não ser identificados, com medo de serem detidos e que a polícia confisque seus cultivos de maconha, apesar de já começarem a vender remédios à base de cannabis para tratar dores crônicas.
No Chile, onde o Congresso discute a descriminalização do auto-cultivo, permite-se o consumo particular de maconha, mas sua venda é penalizada.
A lei vigente, não obstante, deixa uma livre interpretação à possibilidade de ter auto-cultivos, levando alguns juízes a validar esta prática em certos casos.
Em março do ano passado foi iniciada neste país a maior plantação legal de maconha da América Latina, destinada à elaboração de um medicamento experimental que inicialmente seria usado em 4.000 pessoas com câncer, epilepsia refratária e dores crônicas, entre outras doenças, como parte de um projeto mais ambicioso.
Natalia Revelant, especializada em cozinha vegetariana, combina há anos a cannabis com produtos orgânicos como frutas, farinha de mandioca, amêndoas, grãos e sementes para produzir chocolates, pão de ló, bolos, sucos e leite, apresentados em uma oficina em Santiago na quarta-feira.
"Descobri um universo com a cannabis", disse à AFP Revelant, enquanto dezenas de pessoas aprendem suas receitas na Fundação Daya, uma ONG no Chile que lidera o uso medicinal da maconha.
A gastronomia "cannábica" é uma alternativa para os doentes crônicos que já utilizam o óleo e a resina de maconha ou remédios para combater seus males, sustenta Alejandra Ahumada, química farmacêutica da Fundação Daya.
Tudo pode ser utilizado da planta de folhas inconfundíveis. A raiz, o talo e as folhas são usados em saladas, para cozinhar carnes ou fazer sucos. A flor - mais conhecida como miolo - e as sementes são perfeitas para as sobremesas, chocolates ou pães de ló, diz a chef, de 38 anos.
Como o sabor da maconha não é muito agradável, é importante saber combiná-lo com produtos que tenham semelhanças com seus terpenos, os compostos aromáticos que as plantas contêm.
"Uma planta de cannabis com um perfil alto de linalol [terpeno] pode ser combinado com lavanda e fazer bons biscoitos de manteiga", explica.
A maconha também contém propriedades nutricionais como ácidos graxos essenciais para o nosso organismo e óleos essenciais como ômega 3 e ômega 6, usados para combater alguns sintomas de inflamação em pacientes.
- A dose exata -As propriedades medicinais da maconha se encontram em seus cannabinoides, compostos que também são responsáveis pelos efeitos alucinógenos como o THC, por isso é importante dosar exatamente a quantidade de cannabis que será usada na preparação da comida.
"É importante considerar que cada paciente vai reagir de maneira diferente ao uso dos cannabinoides e deve-se ter sempre o cuidado com a dose", sustema Ahumada.
Uma dose de entre 0,1 e 0,5 gramas de cannabis em cada porção de comida é o recomendável para evitar os efeitos alucinógenos. Ultrapassar a dose poderia causar desmaio ou sonolência, segundo Revelant.
"A planta da cannabis não mata ninguém, por isso é importante que conheçam os efeitos e pratiquem para saber qual é a sua própria dose", indicou a chef.
Os participantes da oficina preferem não ser identificados, com medo de serem detidos e que a polícia confisque seus cultivos de maconha, apesar de já começarem a vender remédios à base de cannabis para tratar dores crônicas.
No Chile, onde o Congresso discute a descriminalização do auto-cultivo, permite-se o consumo particular de maconha, mas sua venda é penalizada.
A lei vigente, não obstante, deixa uma livre interpretação à possibilidade de ter auto-cultivos, levando alguns juízes a validar esta prática em certos casos.
Em março do ano passado foi iniciada neste país a maior plantação legal de maconha da América Latina, destinada à elaboração de um medicamento experimental que inicialmente seria usado em 4.000 pessoas com câncer, epilepsia refratária e dores crônicas, entre outras doenças, como parte de um projeto mais ambicioso.
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