Policial acusado de ataque com helicóptero teve irmão morto recentemente na Venezuela, diz amigo
O policial venezuelano Óscar Pérez, acusado de cometer um ataque com granadas de um helicóptero contra a suprema corte de seu país, teve um irmão assassinato há menos de duas semanas, informou nesta quinta-feira (29) um amigo.
"Há duas semanas mataram seu irmão que trabalhava para minha companhia. Há dois sábados, chegando à sua casa ele foi esfaqueado por causa de um celular", disse Óscar Rivas, amigo e diretor de um filme em que Pérez atuou em 2015.
"Como milhões de venezuelanos, cada dia estamos mais vulneráveis e cada dia sofremos mais por tudo o que estamos vivendo. E como se diz, essa foi a gota d'água para que ele tivesse esse comportamento", acrescentou em declarações à rádio Onda La Superestación.
O governo venezuelano acusa Pérez de ter lançado quatro granadas contra o Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) em Caracas na última terça-feira, de um helicóptero da polícia científica CIPC, onde é inspetor aeronáutico.
Também o acusam de disparar contra o ministério do Interior no mesmo dia. Embora a aeronave tenha sido encontrada na quarta-feira, se ignora o paradeiro do piloto.
O cineasta assegurou que conversa "muito" com Pérez, que segundo disse também sofreu a tentativa de sequestro de um filho há um ano e meio perto do colégio onde estudava.
Por isso, enviou a seus filhos -de dois, cinco e oito anos- a viver no México, comentou.
"Ninguém sabe onde está Óscar Pérez e quem sabe eu acho que não vai dizer, por sua própria vida", manifestou Rivas, que diz que o policial não tem filiação política.
"Não estamos de acordo com o governo, e eu não acho que ele se considera opositor nesse momento como eu", acrescentou.
Rivas descreveu um agente como "uma pessoa digna, honesta e que não faz bobagens", em meio a especulações de que sua ação faz parte de uma trama do governo para desviar a atenção de protestos opositores que deixaram 81 mortos em quase três meses.
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