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Kremlin nega qualquer envolvimento em reunião de Trump Jr. com advogada russa

12/07/2017 10h33

Moscou, 12 Jul 2017 (AFP) - O Kremlin negou nesta quarta-feira (12) qualquer envolvimento na reunião que possa ter acontecido em 2016 entre o filho mais velho do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump Jr., e uma advogada russa.

"Já declaramos que não estamos a par de toda essa história. Nunca estivemos em contato com esta advogada e não temos nada a dizer sobre esta história", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

"O caso é uma novela que se arrasta há tempos e que pode competir com as séries mais populares nos Estados Unidos, mas não participamos dessa novela", acrescentou.

O filho mais velho do presidente Donald Trump admitiu na terça-feira que havia encontrado durante a campanha eleitoral de 2016 uma advogada, Natalia Veselnitskaia, apresentada como uma emissária do governo russo, que poderia fornecer informações comprometedoras sobre a então candidata democrata Hillary Clinton.

Esta revelação explosiva é mais um capítulo no escândalo interminável sobre a alegada interferência russa na eleição presidencial, que está sendo investigada pelo promotor especial Robert Mueller e pelo Congresso americano.

Peskov também considerou "absurdo" o fato de o filho de Trump considerar Veselnitskaia como uma emissária do Kremlin. "Um advogado representa o Estado russo somente se participa em um caso como representante do Estado russo. Este não é o caso", disse ele.

Veselnitskaia negou qualquer relação com o governo russo, e em uma entrevista à NBC afirmou que não tinha as informações desejadas por Donald Trump Jr.

Por sua parte, o chanceler russo, Serguei Lavrov, afirmou ter se inteirado sobre o caso na televisão na terça-feira à noite.

"Esta manhã liguei a televisão e todas as cadeias ocidentais só falavam sobre isso. É incrível como as pessoas querem fazer de uma pequena montanha uma montanha. Mas talvez não há nem pequena montanha".

Peskov também negou que o Kremlin esteva em contato com o bilionário Aras Agalarov, que de acordo com um dos e-mails tornados públicos teria informações comprometedoras para a campanha de Hillary Clinton.