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Homem é abatido após atacar militares em Bruxelas em ato terrorista

25/08/2017 22h58

Bruxelas, 26 Ago 2017 (AFP) - A agressão a faca cometida na noite desta sexta-feira (25) no centro de Bruxelas contra dois militares é considerada um "ataque terrorista" - informou o Ministério Público belga à AFP.

"Nós pensamos que se trata de um ataque terrorista", informou um porta-voz do MP.

O atacante, contra o qual os soldados responderam com armas de fogo, "está morto", acrescentou a fonte.

O homem "gritou duas vezes 'Alá é grande', atacando os militares", afirmou.

O prefeito de Bruxelas, Philippe Close, declarou à imprensa que se tratava da ação de um "indivíduo isolado".

"O homem foi rapidamente neutralizado. Um militar ficou ferido na mão", acrescentou.

Apenas um dos dois militares atacados ficou ferido, "levemente", segundo o Ministério Público, que abriu uma investigação por "tentativa de assassinato em um contexto terrorista".

O ataque aconteceu pouco depois das 20h (15h, de Brasília) em uma avenida em pleno centro de Bruxelas, perto da Grand Place da capital.

Militares armados patrulham há mais de dois anos vários locais considerados "sensíveis" na Bélgica, devido à ameaça terrorista. Essa presença foi reforçada depois dos atentados que deixaram 32 mortos na capital belga em 22 de março de 2016.

"Todo nosso apoio aos nossos militares", tuitou o primeiro-ministro belga, Charles Michel.

"Nossos serviços de segurança continuam vigilantes. Acompanhamos a situação de perto", por meio do Centro de Crise, acrescentou.

Um grande efetivo policial foi mobilizado para isolar o perímetro, proibindo o acesso a uma grande área.

"Ouvi gritos e, logo depois, dois tiros", contou à AFP Yohan, que estava em um terraço próximo ao local do ataque.

Pedindo para ser identificado apenas por seu nome, Yohan contou que viu "um militar sangrando na mão e um homem no chão" - este último, de barba e de capuz.

- Ataques anteriores -Há um ano, em 6 de agosto de 2016, um argelino que vivia na Bélgica atacou dois policiais com um facão na frente da delegacia de polícia de Charleroi aos gritos de "Alá é grande", ferindo-os no rosto e no pescoço antes de ser abatido.

O grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou este ataque no dia seguinte.

Em setembro de 2016, em Molenbeek, bairro de Bruxelas considerado um "celeiro" do islamismo radical, dois policiais foram esfaqueados. Como estavam com colete à prova de balas, não ficaram feridos.

Acusado por tentativa de assassinato, o autor dos fatos é um homem de origem magrebina que era conhecido da Polícia sob uma série de pseudônimos, mas sem uma clara relação com o movimento islamita, segundo a Procuradoria de Bruxelas.

Um mês depois, em 5 de outubro, dois agentes de Polícia, um homem e uma mulher, que circulavam perto de um hospital, foram agredidos com uma faca por um homem em Schaerbeek.

Um dos policiais ficou ferido "no estômago" e o outro "no pescoço". O agressor, um ex-militar de 43 anos, foi acusado de "tentativa de assassinato em um contexto terrorista" e de "participação em atividades de um grupo terrorista".

Bruxelas foi alvo de um duplo atentado cometido por suicidas, que deixou 32 mortos e mais de 150 feridos, o pior ataque terrorista já cometido na Bélgica e reivindicado pelo Estado Islâmico.

E os atentados de Paris de 13 de novembro de 2015, que deixaram 130 mortos e contaram com a participação de vários belgas, foram preparados nesse país.