Conheça a vida de ostentação do guru indiano condenado por estupro
Nova Délhi, 28 Ago 2017 (AFP) - O guru Gurmeet Ram Rahim Singh, condenado nesta segunda-feira a 20 anos de prisão por estupro, inspira devoção na Índia, onde dezenas de milhares de discípulos o seguem cegamente.
Seus seguidores - de políticos a atores, passando por jogadores de críquete e camponeses pobres - ouvem encantados este homem de barba preta, com acesso a grandes personalidades da Índia em seu quartel-general do norte do país.
Quando o "pita-ji" ("venerado pai") chega à cidade de Sirsa, no estado de Haryana, os fiéis caem rendidos a seus pés chorando para receber sua bênção.
Esta devoção fanática se tornou em tragédia na semana passada, quando um tribunal declarou o guru culpado pelo estupro de duas mulheres em um caso que se remonta a 2002. Pelo menos 38 pessoas morreram depois que dezenas de milhares de adeptos semearam o terror nas ruas de várias cidades, queimando carros e causando confusões.
O guru, normalmente vestido com roupas de cores chamativas e muitas joias, apareceu no tribunal vestido de branco. Quando se soube o veredicto, um luxuoso helicóptero do governo o levou para a prisão.
Esse tratamento especial é revelador da influência política do "homem-deus", que já contava com um dispositivo de proteção reservado aos políticos mais importantes do país.
Os partidos, tanto do governo como da oposição, tentam ganhar a sua simpatia há tempos. Seu apoio se traduz em votos em um país onde a disciplina de sufrágio é importante no momento de comparecer às urnas.
O poder do guru é tanto que muitos de seus fiéis e aliados preferem fechar os olhos sobre muitas polêmicas que mancham a sua reputação.
Em 2015 foi acusado de ter estimulado 400 discípulos a se castrar para se aproximar de Deus. Também foi investigado com relação ao assassinato de um jornalista em 2002.
- Elogiado em filmes -Apesar de sua transcendência pública, pouco se sabe sobre sua vida particular.
Segundo o seu site, o guru com cara de bonachão nasceu em uma família rica do estado do Rajastão em 15 de agosto de 1967.
"Seus pais logo se deram conta de que não era uma criança normal, mas a imagem de Deus. Por isso nunca lhe fizeram dano nem física, nem verbalmente", relata sua biografia oficial.
Gurmeet Ram Rahim Singh, patronímico que ele mesmo colocou, se nega a ser colocado em uma religião em particular. "Ram" é um referência ao Hinduísmo, "Rahim" ao Islã e "Singh" ao Siquismo.
Liderando a seita Dera Sacha Sauda, o guru desenvolveu nos últimos anos um império comercial, vendendo produtos dos mais variados, desde medicamentos naturais até urina de vaca, animal considerado sagrado para o Hinduísmo.
Mas o que mais parece interessá-lo é o cinema.
Em 2015 lançou uma série de filmes sobre o tema "Mensageiro de Deus (MSG)", nos quais aparece fazendo "milagres", dando sermões para a multidão e surras nos gangsteres, enquanto canta e dança.
No último, "MSG o guerreiro, coração de leão" (em tradução livre), ele encarna um agente secreto que acaba com extraterrestres e seus discos voadores.
Seus seguidores - de políticos a atores, passando por jogadores de críquete e camponeses pobres - ouvem encantados este homem de barba preta, com acesso a grandes personalidades da Índia em seu quartel-general do norte do país.
Quando o "pita-ji" ("venerado pai") chega à cidade de Sirsa, no estado de Haryana, os fiéis caem rendidos a seus pés chorando para receber sua bênção.
Esta devoção fanática se tornou em tragédia na semana passada, quando um tribunal declarou o guru culpado pelo estupro de duas mulheres em um caso que se remonta a 2002. Pelo menos 38 pessoas morreram depois que dezenas de milhares de adeptos semearam o terror nas ruas de várias cidades, queimando carros e causando confusões.
O guru, normalmente vestido com roupas de cores chamativas e muitas joias, apareceu no tribunal vestido de branco. Quando se soube o veredicto, um luxuoso helicóptero do governo o levou para a prisão.
Esse tratamento especial é revelador da influência política do "homem-deus", que já contava com um dispositivo de proteção reservado aos políticos mais importantes do país.
Os partidos, tanto do governo como da oposição, tentam ganhar a sua simpatia há tempos. Seu apoio se traduz em votos em um país onde a disciplina de sufrágio é importante no momento de comparecer às urnas.
O poder do guru é tanto que muitos de seus fiéis e aliados preferem fechar os olhos sobre muitas polêmicas que mancham a sua reputação.
Em 2015 foi acusado de ter estimulado 400 discípulos a se castrar para se aproximar de Deus. Também foi investigado com relação ao assassinato de um jornalista em 2002.
- Elogiado em filmes -Apesar de sua transcendência pública, pouco se sabe sobre sua vida particular.
Segundo o seu site, o guru com cara de bonachão nasceu em uma família rica do estado do Rajastão em 15 de agosto de 1967.
"Seus pais logo se deram conta de que não era uma criança normal, mas a imagem de Deus. Por isso nunca lhe fizeram dano nem física, nem verbalmente", relata sua biografia oficial.
Gurmeet Ram Rahim Singh, patronímico que ele mesmo colocou, se nega a ser colocado em uma religião em particular. "Ram" é um referência ao Hinduísmo, "Rahim" ao Islã e "Singh" ao Siquismo.
Liderando a seita Dera Sacha Sauda, o guru desenvolveu nos últimos anos um império comercial, vendendo produtos dos mais variados, desde medicamentos naturais até urina de vaca, animal considerado sagrado para o Hinduísmo.
Mas o que mais parece interessá-lo é o cinema.
Em 2015 lançou uma série de filmes sobre o tema "Mensageiro de Deus (MSG)", nos quais aparece fazendo "milagres", dando sermões para a multidão e surras nos gangsteres, enquanto canta e dança.
No último, "MSG o guerreiro, coração de leão" (em tradução livre), ele encarna um agente secreto que acaba com extraterrestres e seus discos voadores.
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