Farc se lança na política colombiana mantendo sigla de guerra
Bogotá, 1 Set 2017 (AFP) - A ex-guerrilha comunista Farc se chamará a partir de agora Força Alternativa Revolucionária do Comum, o nome do novo partido com o qual disputará o poder depois de pôr fim a meio de século de luta armada na Colômbia.
Os rebeldes, que finalizaram seu desarmamento após um acordo de paz assinado em novembro, decidiram manter a siglas de seu nome de guerra, mas com um novo significado.
"Por decisão majoritária no nosso congresso, é definido como nome do #NuevoPartido: Força Alternativa Revolucionária do Comum (Farc)", escreveu no Twitter o líder da ex-guerrilha, Rodrigo Londoño ("Timochenko").
A nova denominação da antiga guerrilha, que durante 53 anos manteve o nome de Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), foi escolhida durante o congresso realizado desde o domingo em Bogotá.
O novo partido, que será apresentado para a sociedade nesta sexta-feira, começará sua difícil luta política em um país historicamente dominado por conservadores e liberais.
Mil e duzentos delegados, a maioria procedente de distantes zonas rurais e afro da Colômbia, definem no encontro as diretrizes do movimento político e seus candidatos para as eleições gerais de 2018.
"Timochenko" assegurou que a decisão de manter as siglas Farc, com um novo significado, foi apoiada por 628 dos delegados que participam no evento, enquanto 264 optaram pela Nova Colômbia.
- "Surpreendente" -A definição do nome era um ponto importante do congresso, pois, segundo especialistas, as siglas Farc são vinculadas a centenas de crimes cometidos pela ex-guerrilha em meio século de guerra interna. Sua imagem negativa supera 80%, de acordo com as pesquisas.
"Continuam com a mesma sigla porque querem manter seus bastiões em contextos rurais", disse à AFP o sociólogo Fabián Sanabria.
"É surpreendente que continuem usando a mesma sigla porque sem dúvida as pessoas esperavam outra coisa, pode ser que a princípio isso os restrinja a continuar existindo somente para uma pequena parte da população", advertiu.
Os ex-combatentes no centro político de Bogotá, também apresentaram seu novo logo.
Diferentemente da bandeira colombiana com dois fuzis cruzados e um livro, que usaram por anos, sua nova imagem é uma rosa vermelha, com uma estrela no meio e as letras Farc em verde.
- Nova logo -"A rosa vermelha pode ser uma transformação, acor vermelha e a rosa vermelha também estão muito associadas ao comunismo, com tornar-se um partido e acreditar em uma revolução", avaliou Sanabria.
A ex-guerrilha pretende lançar seu partido político nesta sexta-feira em um ato político-cultural na Praça de Bolívar, centro político de Bogotá.
Os ex-comandantes disseram que as bandeiras políticas usadas durante a luta armada serão mantidas, mas não mencionaram as palavras socialista, comunista e marxista.
Eles também vão anunciar a direção nacional de seu movimento e os candidatos ao Senado e à Câmara de Representantes, pois o acordo de paz garante 10 assentos no Congresso para as FARC, cinco em cada casa, mesmo que o partido precise participar da campanha eleitoral.
Caso não consigam os mandatos pelo voto popular, serão outorgados os partidos os assentos necessários até cumprir a cota acordada.
As Farc, que foram a principal guerrilha das Américas, assinaram em novembro um acordo de paz com o governo de Juan Manuel Santos, após quatro anos de negociações em Cuba.
A Colômbia vive há mais de meio século um violento conflito armado envolvendo guerrilhas, paramilitares e agentes estatais, deixando 260.000 mortos, 60.000 desaparecidos e 7,1 milhões de deslocados.
raa/vel/jbg/cc/mvv
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Os rebeldes, que finalizaram seu desarmamento após um acordo de paz assinado em novembro, decidiram manter a siglas de seu nome de guerra, mas com um novo significado.
"Por decisão majoritária no nosso congresso, é definido como nome do #NuevoPartido: Força Alternativa Revolucionária do Comum (Farc)", escreveu no Twitter o líder da ex-guerrilha, Rodrigo Londoño ("Timochenko").
A nova denominação da antiga guerrilha, que durante 53 anos manteve o nome de Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), foi escolhida durante o congresso realizado desde o domingo em Bogotá.
O novo partido, que será apresentado para a sociedade nesta sexta-feira, começará sua difícil luta política em um país historicamente dominado por conservadores e liberais.
Mil e duzentos delegados, a maioria procedente de distantes zonas rurais e afro da Colômbia, definem no encontro as diretrizes do movimento político e seus candidatos para as eleições gerais de 2018.
"Timochenko" assegurou que a decisão de manter as siglas Farc, com um novo significado, foi apoiada por 628 dos delegados que participam no evento, enquanto 264 optaram pela Nova Colômbia.
- "Surpreendente" -A definição do nome era um ponto importante do congresso, pois, segundo especialistas, as siglas Farc são vinculadas a centenas de crimes cometidos pela ex-guerrilha em meio século de guerra interna. Sua imagem negativa supera 80%, de acordo com as pesquisas.
"Continuam com a mesma sigla porque querem manter seus bastiões em contextos rurais", disse à AFP o sociólogo Fabián Sanabria.
"É surpreendente que continuem usando a mesma sigla porque sem dúvida as pessoas esperavam outra coisa, pode ser que a princípio isso os restrinja a continuar existindo somente para uma pequena parte da população", advertiu.
Os ex-combatentes no centro político de Bogotá, também apresentaram seu novo logo.
Diferentemente da bandeira colombiana com dois fuzis cruzados e um livro, que usaram por anos, sua nova imagem é uma rosa vermelha, com uma estrela no meio e as letras Farc em verde.
- Nova logo -"A rosa vermelha pode ser uma transformação, acor vermelha e a rosa vermelha também estão muito associadas ao comunismo, com tornar-se um partido e acreditar em uma revolução", avaliou Sanabria.
A ex-guerrilha pretende lançar seu partido político nesta sexta-feira em um ato político-cultural na Praça de Bolívar, centro político de Bogotá.
Os ex-comandantes disseram que as bandeiras políticas usadas durante a luta armada serão mantidas, mas não mencionaram as palavras socialista, comunista e marxista.
Eles também vão anunciar a direção nacional de seu movimento e os candidatos ao Senado e à Câmara de Representantes, pois o acordo de paz garante 10 assentos no Congresso para as FARC, cinco em cada casa, mesmo que o partido precise participar da campanha eleitoral.
Caso não consigam os mandatos pelo voto popular, serão outorgados os partidos os assentos necessários até cumprir a cota acordada.
As Farc, que foram a principal guerrilha das Américas, assinaram em novembro um acordo de paz com o governo de Juan Manuel Santos, após quatro anos de negociações em Cuba.
A Colômbia vive há mais de meio século um violento conflito armado envolvendo guerrilhas, paramilitares e agentes estatais, deixando 260.000 mortos, 60.000 desaparecidos e 7,1 milhões de deslocados.
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