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Bomba H, infinitamente mais poderosa do que a de Hiroshima

22/09/2017 12h00

Paris, 22 Set 2017 (AFP) - As bombas H, ou "bomba de hidrogênio", do tipo que a Coreia do Norte afirma ter testado com sucesso e ameaça explodir fora do seu território, têm poder infinitamente superior às bombas A, tais como as lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki em 1945.

O ministro das Relações Exteriores norte-coreano, Ri Yong-ho, declarou, à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York, que Pyongyang poderia explodir uma bomba de hidrogênio "de um nível sem precedentes, talvez sobre o Pacífico".

Em 3 de setembro, a Coreia do Norte anunciou ter realizado com sucesso seu primeiro teste com a bomba de hidrogênio, passível de ser montada em um míssil.

Segundo o site 38 North, da Universidade Johns Hopkins de Washington, o teste nuclear foi de uma potência de 250 kilotons, 16 vezes a potência da bomba atômica de Hiroshima.

As bombas A liberam uma energia desencadeada pela fissão de elementos como urânio ou plutônio. As de hidrogênio - ou termonucleares - utilizam em primeiro lugar a técnica de fissão e, em seguida, a de fusão nuclear em uma reação em cadeia.

Até hoje, nenhuma bomba H foi utilizada fora de disparos de testes.

Entenda as principais diferenças:

- A bomba H, "bomba de hidrogênio" ou ainda "termonuclear" baseia-se no princípio de fusão nuclear e libera energia superior às temperaturas e pressões mais elevadas do centro do sol.

Quando uma bomba de hidrogênio explode, explosões químicas, nucleares e termonucleares se sucedem em um período infinitesimal de tempo. Uma primeira bomba de fissão provoca um aumento acentuado na temperatura que provoca a fusão.

Em 1º de novembro de 1952, os Estados Unidos detonaram secretamente este novo tipo de bomba nas Ilhas Marshall, no Oceano Pacífico.

Um ano mais tarde, a União Soviética anunciou uma explosão termonuclear.

O poderio da maior bomba de hidrogênio já detonada, a soviética "Tsar Bomba", em 30 de outubro de 1961, acima do Ártico, foi de 57 megatoneladas, um poder, teoricamente, cerca de 4.000 vezes maior do que a bomba de Hiroshima.

- A bomba A, vulgarmente conhecida como "bomba atômica", utiliza o princípio da fissão de átomos. Duas matrizes foram desenvolvidas, uma de urânio enriquecido e outra de plutônio.

A explosão da primeira bomba deste tipo, em julho de 1945 no deserto americano do Novo México, revelou o poder destrutivo desta energia.

O poder da bomba de urânio lançada sobre Hiroshima foi de 15 quilotoneladas (0,015 megatoneladas). A da bomba de Nagasaki, de plutônio, de poder comparável (17 quilotoneladas), o equivalente a 17.000 toneladas de TNT.

Quatro anos mais tarde, a União Soviética detonou sua primeira bomba, em 29 de agosto de 1949, no deserto do Cazaquistão.

- A técnica de miniaturização é um passo fundamental, pois permite montar uma arma nuclear em ogivas de mísseis.

De acordo com Pyongyang, a bomba H testada era um míssil "miniaturizado". Em maio de 2015, a Coreia do Norte afirmou ser capaz de lançar ogivas nucleares miniaturizadas em foguetes de precisão de longo alcance. Mas a Casa Branca não acredita que este país é capaz de miniaturizar uma arma atômica.

- Pelo menos nove países possuem armas nucleares no mundo

Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU são considerados potências nucleares oficiais: Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha e França. Todos eles possuem a bomba H, segundo especialistas.

De acordo com Hans Kristensen, analista na Federation of American Scientists (FAS), um grupo de reflexão, os arsenais americano, britânico e francês são exclusivamente compostos atualmente de armas termonucleares. A Rússia ainda dispõe da bomba A.

A Índia (1974) e o Paquistão (1998) se juntaram ao clube nuclear, bem como Israel, que, no entanto, nunca admitiu ter a bomba atômica.

A Coreia do Norte, que anunciou seu primeiro teste de bomba de hidrogênio, testou em três ocasiões uma bomba atômica: em 2006, 2009 e 2013, o que lhe rendeu várias sanções internacionais.

Esses três países possuiriam apenas a bomba A, segundo especialistas.

Finalmente, o Irã assinou com as grandes potências (EUA, França, Estados Unidos, Rússia, China e Alemanha), em julho de 2015, um acordo nuclear que prevê a limitação do programa nuclear iraniano em troca de uma suspensão parcial e reversível das sanções internacionais impostas à República Islâmica.

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