Madri exibe sua força a uma semana do referendo actalão
Barcelona, 24 Set 2017 (AFP) - Os separatistas catalães saíram novamente às ruas neste domingo (24), determinados a defender seu desejo de se separar da Espanha, enquanto o Estado dificulta as vias de organização do referendo de independência previsto para o dia 1º de outubro.
Os reforços da Polícia Nacional e da Guarda Civil espanhola não param de chegar à Catalunha, e buscam as urnas que seriam usadas para a votação. Detenções e multas: o governo conservador de Mariano Rajoy emprega todas as suas forças para responder ao desafio lançado pelos separatistas.
Após reclamar, em vão, a Madri por uma maior autonomia e tentar entrar em um acordo a respeito do referendo, o governo catalão, liderado pelos independentistas desde 2016, decidiu organizar essa votação mesmo após proibição judicial.
O presidente catalão Carles Puigdemont e seus aliados pressionaram o Parlamento regional a aprovar a lei desse referendo unilateral, o que agravou a divisão entre os separatistas e a oposição.
De acordo com a última pesquisa realizada pelo instituto de estatística regional, publicada em julho, 49,4% dos catalães se opõe à independência e 41% a almejam.
"Vão nos obrigar a chegar onde não queremos chegar", declarou Mariano Rajoy, antes de iniciar as operações para paralisar o referendo.
Nos últimos dias, a Guarda Civil apreendeu milhões de cédulas eleitorais, cartas direcionadas aos cidadãos designados a trabalhar nos colégios eleitorais, além de deter 14 funcionários do governo regional, postos em liberdade condicional posteriormente.
- Multas desestimuladoras -Pessoas importantes para a organização, tanto do governo como da comissão eleitoral, renunciaram a seus cargos para evitar multas diárias de até 12.000 euros, impostas pelo Tribunal Constitucional para obrigá-las a obedecer a suspensão do processo eleitoral.
No sábado, Rajoy pediu aos dirigentes separatistas que compreendessem que não acontecerá referendo. De acordo com uma pesquisa publicada neste domingo pelo jornal El País, cerca de 61% dos catalães entrevistados acreditam que a votação não teria garantias suficientes para ser considerada válida.
Porém, Puigdemont não cede, e em sua conta no Twitter segue compartilhando sites onde os cidadãos podem encontrar os seus colégios eleitorais, enquanto a justiça ordena sistematicamente o bloqueio de cada um deles.
O procurador-geral da Catalunha designou no sábado a coordenação das operações policiais ao ministério do Interior, incluindo as da polícia regional catalã, os Mossos d'Esquadra, subordinados ao governo regional.
Essa medida não agradou os Mossos, criteriosos à respeito de sua autonomia. Seu comandante ressaltou que seus agentes seguiriam as ordens do procurador, mas que não concordavam com a tutela do governo espanhol.
"Estão pisando no acelerador para tentar que no dia 1º de outubro possamos votar", denunciou o presidente da ANC, Jordi Sánchez, que acusa Rajoy de atuar "como um ditador".
- Depois do 1º de outubro -As medidas de Madri alimentaram o desgosto dos catalães em relação ao poder central, e, sobretudo, ao Partido Popular (PP) de Rajoy, a quem acusam de fazer campanha contra a Catalunha.
As manifestações ultrapassaram o círculo separatista. Mais de 70% dos catalães pedem pelo poder de decidir o futuro da região em um referendo, que Madri recusa tomando como base a Constituição de 1978.
Há uma comissão parlamentar para estudar a reforma das competências e o financiamento das 17 regiões da Espanha, como tentativa de tentar resolver a crise catalã.
Criada por iniciativa do Partido Socialista (PSOE), principal força de oposição, deveria começar a se reunir depois do dia 1º de outubro. O partido de Puigdemont aceitou participar.
Neste contexto, o presidente basco Iñigo Urkullu pediu neste domingo que o Estado espanhol reconheça as nações catalã e basca e permita a realização de referendos de autodeterminação segundo os modelos da Escócia e Quebec.
"Aos olhos do mundo, o governo espanhol faz parte do problema e não da solução", afirmou Urkullu, elevando o tom.
pmr/arz/dbh/age/bn/
Os reforços da Polícia Nacional e da Guarda Civil espanhola não param de chegar à Catalunha, e buscam as urnas que seriam usadas para a votação. Detenções e multas: o governo conservador de Mariano Rajoy emprega todas as suas forças para responder ao desafio lançado pelos separatistas.
Após reclamar, em vão, a Madri por uma maior autonomia e tentar entrar em um acordo a respeito do referendo, o governo catalão, liderado pelos independentistas desde 2016, decidiu organizar essa votação mesmo após proibição judicial.
O presidente catalão Carles Puigdemont e seus aliados pressionaram o Parlamento regional a aprovar a lei desse referendo unilateral, o que agravou a divisão entre os separatistas e a oposição.
De acordo com a última pesquisa realizada pelo instituto de estatística regional, publicada em julho, 49,4% dos catalães se opõe à independência e 41% a almejam.
"Vão nos obrigar a chegar onde não queremos chegar", declarou Mariano Rajoy, antes de iniciar as operações para paralisar o referendo.
Nos últimos dias, a Guarda Civil apreendeu milhões de cédulas eleitorais, cartas direcionadas aos cidadãos designados a trabalhar nos colégios eleitorais, além de deter 14 funcionários do governo regional, postos em liberdade condicional posteriormente.
- Multas desestimuladoras -Pessoas importantes para a organização, tanto do governo como da comissão eleitoral, renunciaram a seus cargos para evitar multas diárias de até 12.000 euros, impostas pelo Tribunal Constitucional para obrigá-las a obedecer a suspensão do processo eleitoral.
No sábado, Rajoy pediu aos dirigentes separatistas que compreendessem que não acontecerá referendo. De acordo com uma pesquisa publicada neste domingo pelo jornal El País, cerca de 61% dos catalães entrevistados acreditam que a votação não teria garantias suficientes para ser considerada válida.
Porém, Puigdemont não cede, e em sua conta no Twitter segue compartilhando sites onde os cidadãos podem encontrar os seus colégios eleitorais, enquanto a justiça ordena sistematicamente o bloqueio de cada um deles.
O procurador-geral da Catalunha designou no sábado a coordenação das operações policiais ao ministério do Interior, incluindo as da polícia regional catalã, os Mossos d'Esquadra, subordinados ao governo regional.
Essa medida não agradou os Mossos, criteriosos à respeito de sua autonomia. Seu comandante ressaltou que seus agentes seguiriam as ordens do procurador, mas que não concordavam com a tutela do governo espanhol.
"Estão pisando no acelerador para tentar que no dia 1º de outubro possamos votar", denunciou o presidente da ANC, Jordi Sánchez, que acusa Rajoy de atuar "como um ditador".
- Depois do 1º de outubro -As medidas de Madri alimentaram o desgosto dos catalães em relação ao poder central, e, sobretudo, ao Partido Popular (PP) de Rajoy, a quem acusam de fazer campanha contra a Catalunha.
As manifestações ultrapassaram o círculo separatista. Mais de 70% dos catalães pedem pelo poder de decidir o futuro da região em um referendo, que Madri recusa tomando como base a Constituição de 1978.
Há uma comissão parlamentar para estudar a reforma das competências e o financiamento das 17 regiões da Espanha, como tentativa de tentar resolver a crise catalã.
Criada por iniciativa do Partido Socialista (PSOE), principal força de oposição, deveria começar a se reunir depois do dia 1º de outubro. O partido de Puigdemont aceitou participar.
Neste contexto, o presidente basco Iñigo Urkullu pediu neste domingo que o Estado espanhol reconheça as nações catalã e basca e permita a realização de referendos de autodeterminação segundo os modelos da Escócia e Quebec.
"Aos olhos do mundo, o governo espanhol faz parte do problema e não da solução", afirmou Urkullu, elevando o tom.
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