Campanha de extrema-direita garante sucesso da Alternativa para Alemanha
Berlim, 25 Set 2017 (AFP) - A Alternativa para a Alemanha (AfD) obteve um espetacular crescimento nas eleições legislativas de domingo (25), após uma virulenta campanha, que consolidou na opinião pública sua imagem de partido de extrema-direita.
A classificação como extrema-direita tem uma conotação especialmente vergonhosa em um país atormentado por seu passado nazista e que se reconstruiu, após a Segunda Guerra Mundial, com a promessa de que "nunca mais" teria um regime como o do Terceiro Reich.
Criada em 2013, a AfD não é considerada como um partido de extrema-direita pelos serviços de Inteligência domésticos, que vigiam os movimentos de ultradireita e publicam, todos os anos, um informe sobre eles.
Em sua definição oficial, o "ultradireitismo" na Alemanha se aplica, sobretudo, aos neonazistas e aos pequenos grupos ao seu redor.
No último informe dos serviços de Inteligência, aparece nessa categoria o Partido Nacional-Democrata da Alemanha (NPD), que tem alguns cargos locais, assim como nanicos como a Terceira Via e A Direita.
A AfD não define claramente seu lugar no espectro político e, embora mostre sua afinidade com o partido de extrema-direita austríaco FPÖ, foi durante muito tempo difícil de enquadrar.
O movimento começou com um programa contrário ao euro e crítico aos planos de ajuda a países da zona euro, entre os quais a Grécia. Seu eleitorado começou a atrair os eleitores mais conservadores do partido de Angela Merkel (CDU), decepcionados com o rumo de centro de sua política.
- Radicalização -Os primeiros dirigentes do partido foram substituídos em 2015 por outras lideranças, entre elas Frauke Petry, que converteram a AfD em um partido anti-imigração e anti-Islã, sobretudo, depois que Merkel abriu as fronteiras para mais de um milhão de demandantes de asilo em 2015 e 2016.
A imprensa alemã e a maioria dos analistas começou, então, a descrever o partido como um movimento de direita populista.
Ao longo da campanha destas eleições legislativas, a AfD foi-se radicalizando pouco a pouco, sob o impulso de uma corrente extremista. Ao contrário do ocorrido na França, com a Frente Nacional (FN), não tentou ampliar seu eleitorado com uma estratégia de "desdiabolização".
A sigla sequer respeitou o consenso dos políticos alemães sobre a necessidade de se arrepender dos crimes do Terceiro Reich. Um dirigente do partido, Björn Höcke, criticou a construção de um memorial às vítimas do Holocausto no centro de Berlim - um "memorial da vergonha", segundo ele.
O líder da AfD, Alexander Gauland, ex-membro da CDU, foi ainda mais longe ao estimular os alemães a se sentirem orgulhosos da atuação de seus soldados durante a Segunda Guerra Mundial.
E os seguidores do movimento agora tacham Merkel de "traidora da pátria".
A radicalização da AfD foi tão drástica que Frauke Petry, partidária de uma retórica dura, renunciou nesta segunda-feira para ocupar sua cadeira no futuro grupo parlamentar do partido, após denunciar as últimas declarações extremistas de Gauland.
A classificação como extrema-direita tem uma conotação especialmente vergonhosa em um país atormentado por seu passado nazista e que se reconstruiu, após a Segunda Guerra Mundial, com a promessa de que "nunca mais" teria um regime como o do Terceiro Reich.
Criada em 2013, a AfD não é considerada como um partido de extrema-direita pelos serviços de Inteligência domésticos, que vigiam os movimentos de ultradireita e publicam, todos os anos, um informe sobre eles.
Em sua definição oficial, o "ultradireitismo" na Alemanha se aplica, sobretudo, aos neonazistas e aos pequenos grupos ao seu redor.
No último informe dos serviços de Inteligência, aparece nessa categoria o Partido Nacional-Democrata da Alemanha (NPD), que tem alguns cargos locais, assim como nanicos como a Terceira Via e A Direita.
A AfD não define claramente seu lugar no espectro político e, embora mostre sua afinidade com o partido de extrema-direita austríaco FPÖ, foi durante muito tempo difícil de enquadrar.
O movimento começou com um programa contrário ao euro e crítico aos planos de ajuda a países da zona euro, entre os quais a Grécia. Seu eleitorado começou a atrair os eleitores mais conservadores do partido de Angela Merkel (CDU), decepcionados com o rumo de centro de sua política.
- Radicalização -Os primeiros dirigentes do partido foram substituídos em 2015 por outras lideranças, entre elas Frauke Petry, que converteram a AfD em um partido anti-imigração e anti-Islã, sobretudo, depois que Merkel abriu as fronteiras para mais de um milhão de demandantes de asilo em 2015 e 2016.
A imprensa alemã e a maioria dos analistas começou, então, a descrever o partido como um movimento de direita populista.
Ao longo da campanha destas eleições legislativas, a AfD foi-se radicalizando pouco a pouco, sob o impulso de uma corrente extremista. Ao contrário do ocorrido na França, com a Frente Nacional (FN), não tentou ampliar seu eleitorado com uma estratégia de "desdiabolização".
A sigla sequer respeitou o consenso dos políticos alemães sobre a necessidade de se arrepender dos crimes do Terceiro Reich. Um dirigente do partido, Björn Höcke, criticou a construção de um memorial às vítimas do Holocausto no centro de Berlim - um "memorial da vergonha", segundo ele.
O líder da AfD, Alexander Gauland, ex-membro da CDU, foi ainda mais longe ao estimular os alemães a se sentirem orgulhosos da atuação de seus soldados durante a Segunda Guerra Mundial.
E os seguidores do movimento agora tacham Merkel de "traidora da pátria".
A radicalização da AfD foi tão drástica que Frauke Petry, partidária de uma retórica dura, renunciou nesta segunda-feira para ocupar sua cadeira no futuro grupo parlamentar do partido, após denunciar as últimas declarações extremistas de Gauland.
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