TOPSHOTS Em luto, sufis do Egito querem superar massacre
Cairo, 26 Nov 2017 (AFP) - Os sufis do Egito, em luto após o pior ataque da história recente do país, expressaram sua vontade de superar essa tragédia ao anunciar que vão manter grande parte das festividades programadas para o aniversário do profeta Maomé.
De acordo com o último balanço, 305 pessoas - incluindo 27 crianças - morreram no ataque a uma mesquita no norte do Sinai frequentada por adeptos do sufismo, uma corrente mística do Islã.
O ataque ainda não foi reivindicado, mas o grupo Estado Islâmico (EI) é o principal suspeito.
A carnificina chocou todo o país, principalmente os sufis.
A presidência decretou três dias de luto nacional, mas o Conselho Supremo das Ordens Sufis do Egito, desafiando os responsáveis pelo ataque, anunciou a manutenção da maioria das cerimônias planejadas para a próxima sexta-feira por ocasião do aniversário do profeta.
"As festividades acontecerão (...) em todo o país e em todas as províncias", escreveram as autoridades sufis em um comunicado no sábado à noite.
Devido ao luto dos parentes das vítimas e para "facilitar a segurança", apenas uma procissão planejada pelas ruas do Cairo foi cancelada. Esta marcha termina tradicionalmente na Mesquita de Al-Hussein, nomeada em homenagem ao neto do profeta, um dos lugares mais sagrados do Egito.
- 'Grande dor' -De acordo com o texto, a cerimônia prevista no interior do edifício será realizada, uma informação confirmada à AFP pelo chefe do Conselho Abdel Hady el-Qasaby.
"O sufismo não é estranho ao Islã. Pelo contrário, é o islamismo em toda a sua prática", afirmou o conselheiro em uma segunda declaração, demonstrando sua determinação em superar a provação.
Na sexta-feira, cerca de 30 homens armados carregando a bandeira preta do EI lançaram um ataque contra a mesquita Al-Rawda, na aldeia de Bir al-Abd, 40 km a oeste de Al-Arich, capital do Sinai do Norte (leste).
Pelo menos 305 pessoas foram mortas e 128 feridas neste ataque, um dos mais mortíferos desde os ataques de 11 de setembro de 2001 no Estados Unidos. Todas as vítimas foram enterradas no sábado.
Em um país em estado de emergência desde os ataques à comunidade copta em abril passado, o presidente egípcio Abdel Fattah Al-Sissi prometeu responder com "força brutal".
Em Roma, o papa Francisco voltou a expressar a sua "grande dor", durante a oração dominical do Angelus, garantindo que reza "pelas muitas vítimas".
Na noite que se seguiu ao ataque, a força aérea egípcia realizou ataques aéreos na região onde aconteceu o ataque e onde se encontra a facção egípcia do EI.
Os aviões visaram "veículos usados no ataque terrorista, matando seus ocupantes", de acordo com um porta-voz.
Mesmo que o EI seja apontado como o principal suspeito do ataque, o grupo ultrarradical ainda não o reivindicou.
No ano passado, no Egito, o EI sequestrou e decapitou um antigo chefe sufi, acusando-o de praticar feitiçaria.
A organização, no entanto, não reivindica sistematicamente os ataques que comete neste país, o mais populoso do mundo árabe (93 milhões de habitantes). Alguns atentados também podem ser assumidos posteriormente pelo grupo.
Em julho, o EI matou três soldados em Ayat, ao sul do Cairo. A reivindicação aconteceu apenas duas semanas depois através de um boletim semanal emitido pelo grupo radical.
Os membros do EI, que aderem a uma versão extremista do salafismo - uma corrente rigorosa do Islã - consideram que os sufis são hereges. Eles os acusam do maior pecado do Islã, o politeísmo, por causa do recurso à intercessão dos santos mortos.
bur-emp/gk/mr
De acordo com o último balanço, 305 pessoas - incluindo 27 crianças - morreram no ataque a uma mesquita no norte do Sinai frequentada por adeptos do sufismo, uma corrente mística do Islã.
O ataque ainda não foi reivindicado, mas o grupo Estado Islâmico (EI) é o principal suspeito.
A carnificina chocou todo o país, principalmente os sufis.
A presidência decretou três dias de luto nacional, mas o Conselho Supremo das Ordens Sufis do Egito, desafiando os responsáveis pelo ataque, anunciou a manutenção da maioria das cerimônias planejadas para a próxima sexta-feira por ocasião do aniversário do profeta.
"As festividades acontecerão (...) em todo o país e em todas as províncias", escreveram as autoridades sufis em um comunicado no sábado à noite.
Devido ao luto dos parentes das vítimas e para "facilitar a segurança", apenas uma procissão planejada pelas ruas do Cairo foi cancelada. Esta marcha termina tradicionalmente na Mesquita de Al-Hussein, nomeada em homenagem ao neto do profeta, um dos lugares mais sagrados do Egito.
- 'Grande dor' -De acordo com o texto, a cerimônia prevista no interior do edifício será realizada, uma informação confirmada à AFP pelo chefe do Conselho Abdel Hady el-Qasaby.
"O sufismo não é estranho ao Islã. Pelo contrário, é o islamismo em toda a sua prática", afirmou o conselheiro em uma segunda declaração, demonstrando sua determinação em superar a provação.
Na sexta-feira, cerca de 30 homens armados carregando a bandeira preta do EI lançaram um ataque contra a mesquita Al-Rawda, na aldeia de Bir al-Abd, 40 km a oeste de Al-Arich, capital do Sinai do Norte (leste).
Pelo menos 305 pessoas foram mortas e 128 feridas neste ataque, um dos mais mortíferos desde os ataques de 11 de setembro de 2001 no Estados Unidos. Todas as vítimas foram enterradas no sábado.
Em um país em estado de emergência desde os ataques à comunidade copta em abril passado, o presidente egípcio Abdel Fattah Al-Sissi prometeu responder com "força brutal".
Em Roma, o papa Francisco voltou a expressar a sua "grande dor", durante a oração dominical do Angelus, garantindo que reza "pelas muitas vítimas".
Na noite que se seguiu ao ataque, a força aérea egípcia realizou ataques aéreos na região onde aconteceu o ataque e onde se encontra a facção egípcia do EI.
Os aviões visaram "veículos usados no ataque terrorista, matando seus ocupantes", de acordo com um porta-voz.
Mesmo que o EI seja apontado como o principal suspeito do ataque, o grupo ultrarradical ainda não o reivindicou.
No ano passado, no Egito, o EI sequestrou e decapitou um antigo chefe sufi, acusando-o de praticar feitiçaria.
A organização, no entanto, não reivindica sistematicamente os ataques que comete neste país, o mais populoso do mundo árabe (93 milhões de habitantes). Alguns atentados também podem ser assumidos posteriormente pelo grupo.
Em julho, o EI matou três soldados em Ayat, ao sul do Cairo. A reivindicação aconteceu apenas duas semanas depois através de um boletim semanal emitido pelo grupo radical.
Os membros do EI, que aderem a uma versão extremista do salafismo - uma corrente rigorosa do Islã - consideram que os sufis são hereges. Eles os acusam do maior pecado do Islã, o politeísmo, por causa do recurso à intercessão dos santos mortos.
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