Hamas pretende transferir parte de seus poderes em Gaza
Gaza, Territórios palestinos, 28 Nov 2017 (AFP) - O movimento islamita Hamas pretende transferir até sexta-feira seus poderes na Faixa de Gaza à Autoridade Palestina, após um acordo que acaba com 10 anos de divergências devastadoras entre palestinos.
Segundo o acordo, assinado no Cairo em outubro, o Hamas deve transferir até 1º de dezembro o poder absoluto que tem na Faixa de Gaza, uma zona populosa e muito pobre, entre Israel, Egito e o Mediterrâneo.
Os moradores de Gaza saíram às ruas para celebrar o acordo, aos mesmo tempo que demonstram uma certa prudência ao recordar o fracasso de tentativas anteriores de aproximação entre facções palestinas.
O Hamas expulsou, com o uso de armas, a Autoridade Palestina de Gaza no ano de 2007. Desde então, a Autoridade governa apenas - com as restrições impostas pelo exército israelense - em partes da Cisjordânia, que fica a dezenas de quilômetros de Gaza.
A transferência de poderes levaria para o segundo plano o Hamas, uma organização rejeitada por grande parte da comunidade internacional, em benefício de uma entidade reconhecida, a Autoridade Palestina, e que supostamente deve prefigurar o futuro Estado palestino.
Os dois milhões de habitantes de Gaza, que sofreram três guerras contra Israel desde 2008, a pobreza e o isolamento, esperam que a nova situação melhore as condições de vida e resulte no fim ou flexibilização dos bloqueios israelense e egípcio.
A ONU espera muito da reconciliação entre palestinos. "Não temos o direito de deixar que processo fracasse. Caso isto aconteça, a consequência será provavelmente outro conflito devastador", advertiu o enviado especial das Nações Unidas, Nickolay Mladenov.
A reconciliação começou a ser concretizada em 1º de novembro, quando o Hamas entregou à Autoridade o controle, do lado palestino, dos postos de fronteira com Israel e Egito.
"Mas a poucos dias do prazo, chegamos a apenas 5% do transferência dos poderes", destaca Husein al-Sheikh, ministro para Assuntos Civis da Autoridade Palestina.
O Hamas impede a Autoridade de exercer o controle total das fronteiras que seus funcionários trabalhem nos ministérios.
Autoridade Palestina e Hamas mantêm uma divergência total sobre o futuro do braço armado do movimento islâmico, com seus 25.000 homens e seus foguetes.
O presidente da Autoridade, Mahmud Abbas, exige um controle completo da segurança e rejeita uma situação "ao estilo libanês", na qual o Hamas, assim como o movimento xiita libanês Hezbollah, de importante poder militar, exerceria um poder paralelo.
"As armas da resistência constituem uma linha vermelha, não é algo que pode ser negociado", reiterou Khalil al-Hayya, alto dirigente do Hamas, organização que baseia a sua existência no combate contra Israel.
A longo prazo deve ser abordada a importante questão das relações com a comunidade internacional. Israel e Estados Unidos apresentaram as condições para tratar com um eventual governo de união palestino: reconhecimento de Israel, renúncia à violência e desarmamento do Hamas.
Autoridade Palestina e Hamas divergem essencialmente sobre a relação com Israel e sobre a luta armada.
bur-lal/mer/gk/me.
Segundo o acordo, assinado no Cairo em outubro, o Hamas deve transferir até 1º de dezembro o poder absoluto que tem na Faixa de Gaza, uma zona populosa e muito pobre, entre Israel, Egito e o Mediterrâneo.
Os moradores de Gaza saíram às ruas para celebrar o acordo, aos mesmo tempo que demonstram uma certa prudência ao recordar o fracasso de tentativas anteriores de aproximação entre facções palestinas.
O Hamas expulsou, com o uso de armas, a Autoridade Palestina de Gaza no ano de 2007. Desde então, a Autoridade governa apenas - com as restrições impostas pelo exército israelense - em partes da Cisjordânia, que fica a dezenas de quilômetros de Gaza.
A transferência de poderes levaria para o segundo plano o Hamas, uma organização rejeitada por grande parte da comunidade internacional, em benefício de uma entidade reconhecida, a Autoridade Palestina, e que supostamente deve prefigurar o futuro Estado palestino.
Os dois milhões de habitantes de Gaza, que sofreram três guerras contra Israel desde 2008, a pobreza e o isolamento, esperam que a nova situação melhore as condições de vida e resulte no fim ou flexibilização dos bloqueios israelense e egípcio.
A ONU espera muito da reconciliação entre palestinos. "Não temos o direito de deixar que processo fracasse. Caso isto aconteça, a consequência será provavelmente outro conflito devastador", advertiu o enviado especial das Nações Unidas, Nickolay Mladenov.
A reconciliação começou a ser concretizada em 1º de novembro, quando o Hamas entregou à Autoridade o controle, do lado palestino, dos postos de fronteira com Israel e Egito.
"Mas a poucos dias do prazo, chegamos a apenas 5% do transferência dos poderes", destaca Husein al-Sheikh, ministro para Assuntos Civis da Autoridade Palestina.
O Hamas impede a Autoridade de exercer o controle total das fronteiras que seus funcionários trabalhem nos ministérios.
Autoridade Palestina e Hamas mantêm uma divergência total sobre o futuro do braço armado do movimento islâmico, com seus 25.000 homens e seus foguetes.
O presidente da Autoridade, Mahmud Abbas, exige um controle completo da segurança e rejeita uma situação "ao estilo libanês", na qual o Hamas, assim como o movimento xiita libanês Hezbollah, de importante poder militar, exerceria um poder paralelo.
"As armas da resistência constituem uma linha vermelha, não é algo que pode ser negociado", reiterou Khalil al-Hayya, alto dirigente do Hamas, organização que baseia a sua existência no combate contra Israel.
A longo prazo deve ser abordada a importante questão das relações com a comunidade internacional. Israel e Estados Unidos apresentaram as condições para tratar com um eventual governo de união palestino: reconhecimento de Israel, renúncia à violência e desarmamento do Hamas.
Autoridade Palestina e Hamas divergem essencialmente sobre a relação com Israel e sobre a luta armada.
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