Papa Francisco viaja a Bangladesh após visita a Mianmar
Dacca, 30 Nov 2017 (AFP) - Após uma etapa diplomaticamente complicada em Mianmar, o papa Francisco viaja nesta quinta-feira para a vizinha Bangladesh, país que recebeu centenas de milhares de rohingyas, o tema central de sua viagem pela Ásia.
Bangladesh, que tem uma população de 160 milhões de pessoas, é um dos países mais pobres do mundo e um dos mais expostos às mudanças climática. Há três meses o país também precisa administrar a chegada em massa de rohingyas procedentes de Mianmar.
Mais de 620.000 pessoas desta minoria muçulmana apátrida entraram no país desde o fim de agosto para fugir da violência do exército birmanês, que a ONU chamou de "limpeza étnica".
Os rohingyas vivem na miséria, em acampamentos que chegam ao tamanho de cidades, onde dependem da distribuição de alimentos.
A crise humanitária, uma das mais graves no século XXI, é o pano de fundo da visita do pontífice de 80 anos, que permanecerá no país até sábado.
Antes da viagem, o papa celebrou na manhã desta quinta-feira uma última missa que reuniu centenas de fiéis na catedral Santa Maria de Yangun.
Para a minúscula comunidade de 380.000 católicos bengaleses, a visita papal, a primeira desde a realizada por João Paulo II em 1986, é motivo de orgulho.
A mensagem da viagem do papa a Bangladesh, um país onde 90% da população é muçulmana, está destinada a todas as religiões, afirmou no início da semana o arcebispo de Dacca, o cardeal Patrick D'Rozario.
"O papa não vem apenas pelos católicos, e sim para a nação inteira. Para todos neste país, sem importar sua fé, suas crenças e sua cultura", disse o cardeal.
As palavras de Francisco sobre a crise humanitária dos rohingyas são muito esperadas em Bangladesh. O papa expressou antes da viagem a preocupação com estas pessoas "torturadas e assassinadas por suas tradições e sua fé".
Mas a diplomacia pesou na visita a Mianmar e o papa não abordou a questão frontalmente.
O clero local o aconselhou a não pronunciar a palavra "rohingya", tabu neste país que considera que as pessoas desta minoria são estrangeiros.
Francisco, preocupado em não atiçar os ânimos de uma pública marcada pelo nacionalismo budista e as críticas da comunidade internacional, fez apenas referências à violência.
Em Mianmar, o papa fez apelos aos birmaneses pelo "respeito a todo grupo étnico" e a "superar todas as formas de incompreensão, de intolerância, de preconceito e de ódio".
Durante a viagem a Bangladesh, Francisco não visitará os gigantescos acampamentos de refugiados do sul, que ficam a uma hora de avião Dacca, mas se reunirá na sexta-feira com uma delegação de refugiados rohingyas, um dos principais momentos da visita de três dias.
"O papa deve ser nossa ponte. Deve pedir nossos direitos, nossa cidadania. Caso contrário, este tipo de visita não serve para nada", disse Azim Ullah, representante rohingya que vive no acampamento de Balukhali.
Em sua maioria pobres e analfabetos, muitos rohingyas não sabem quem é o papa.
O desaparecimento de um padre católico desde segunda-feira provoca preocupação, mas a polícia afirmou ter quase certeza de que o caso não está vinculado ao extremismo islâmico.
Bangladesh, que tem uma população de 160 milhões de pessoas, é um dos países mais pobres do mundo e um dos mais expostos às mudanças climática. Há três meses o país também precisa administrar a chegada em massa de rohingyas procedentes de Mianmar.
Mais de 620.000 pessoas desta minoria muçulmana apátrida entraram no país desde o fim de agosto para fugir da violência do exército birmanês, que a ONU chamou de "limpeza étnica".
Os rohingyas vivem na miséria, em acampamentos que chegam ao tamanho de cidades, onde dependem da distribuição de alimentos.
A crise humanitária, uma das mais graves no século XXI, é o pano de fundo da visita do pontífice de 80 anos, que permanecerá no país até sábado.
Antes da viagem, o papa celebrou na manhã desta quinta-feira uma última missa que reuniu centenas de fiéis na catedral Santa Maria de Yangun.
Para a minúscula comunidade de 380.000 católicos bengaleses, a visita papal, a primeira desde a realizada por João Paulo II em 1986, é motivo de orgulho.
A mensagem da viagem do papa a Bangladesh, um país onde 90% da população é muçulmana, está destinada a todas as religiões, afirmou no início da semana o arcebispo de Dacca, o cardeal Patrick D'Rozario.
"O papa não vem apenas pelos católicos, e sim para a nação inteira. Para todos neste país, sem importar sua fé, suas crenças e sua cultura", disse o cardeal.
As palavras de Francisco sobre a crise humanitária dos rohingyas são muito esperadas em Bangladesh. O papa expressou antes da viagem a preocupação com estas pessoas "torturadas e assassinadas por suas tradições e sua fé".
Mas a diplomacia pesou na visita a Mianmar e o papa não abordou a questão frontalmente.
O clero local o aconselhou a não pronunciar a palavra "rohingya", tabu neste país que considera que as pessoas desta minoria são estrangeiros.
Francisco, preocupado em não atiçar os ânimos de uma pública marcada pelo nacionalismo budista e as críticas da comunidade internacional, fez apenas referências à violência.
Em Mianmar, o papa fez apelos aos birmaneses pelo "respeito a todo grupo étnico" e a "superar todas as formas de incompreensão, de intolerância, de preconceito e de ódio".
Durante a viagem a Bangladesh, Francisco não visitará os gigantescos acampamentos de refugiados do sul, que ficam a uma hora de avião Dacca, mas se reunirá na sexta-feira com uma delegação de refugiados rohingyas, um dos principais momentos da visita de três dias.
"O papa deve ser nossa ponte. Deve pedir nossos direitos, nossa cidadania. Caso contrário, este tipo de visita não serve para nada", disse Azim Ullah, representante rohingya que vive no acampamento de Balukhali.
Em sua maioria pobres e analfabetos, muitos rohingyas não sabem quem é o papa.
O desaparecimento de um padre católico desde segunda-feira provoca preocupação, mas a polícia afirmou ter quase certeza de que o caso não está vinculado ao extremismo islâmico.
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