Separatistas catalães repetem maioria, apesar de êxito dos Cidadãos
Barcelona, 22 dez 2017 (AFP) - O partido anti-separatistas Cidadãos obteve o maior número de votos e assentos nas eleições desta quinta-feira (21) na Catalunha, mas os independentistas mantiveram a maioria absoluta e venceram a queda de braço com o governo espanhol na crise aberta pela proclamação frustrada de independência.
Em percentual de votos, os três partidos separatistas continuam minoritários e os eleitores prosseguem profundamente divididos.
O Juntos pela Catalunha, a plataforma independentista recém-criada por Puigdemont, que está na Bélgica, foi a força secessionista com mais cadeiras, 34, que somadas às 32 do Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) e as 4 da CUP, superam as 68 da maioria absoluta.
Com praticamente 100% dos votos apurados, a força com mais assentos e votos foi o Cidadãos, liderado por Inés Arrimadas, com 37 deputados.
Como ocorreu em 2015, os independentistas se beneficiaram de um sistema eleitoral que recompensa o voto em zonas rurais e alcançam a maioria absoluta sem conseguir 50% dos votos dos mais de cinco milhões de catalães convocados às urnas em um dia em que a participação superou os 80%, um recorde. Cerca de 47,5% dos catalães votaram neles.
"O Estado espanhol foi derrotado. (O chefe de governo espanhol, Mariano) Rajoy e seus aliados perderam", declarou Puigdemont em Bruxelas, onde se refugiou no final de outubro para escapar da prisão.
Exultante de alegria diante de seus seguidores que repetiam "eu sou espanhol!" - Arrimadas declarou que "pela primeira vez na Catalunha venceu as eleições um partido constitucionalista e foi o Cidadãos".
"Um milhão e cem mil catalães elegeram a cédula do Cidadãos", comemorou.
"Vamos continuar lutando, inclusive com essa lei eleitoral injusta, que dá mais assentos a quem tem menos votos", prometeu a jovem política de 36 anos.
Segundo um porta-voz da Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, a posição do bloco "não mudará" com relação à Catalunha.
- Um golpe para Rajoy -A vitória dos separatistas representa um golpe para o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, que interveio na autonomia catalã após a frustrada proclamação de independência de 27 de outubro, e convocou essas eleições nas quais o Partido Popular só alcançou 3 deputados, em comparação com os 11 que tinha.
É um cenário complicado que semeia mais dúvidas que certezas: a primeira, se o separatismo voltará a ser capaz de formar um governo após um fim de legislatura difícil e com o orgulho ferido do vice-presidente catalão deposto, Oriol Junqueras, do ERC.
Junqueras preferiu ficar na Espanha e enfrentar a Justiça que o acusa de rebelião e sedição e agora está preso, diferentemente de Puigdemont. Seu partido era favorito nas pesquisas e ficou em terceiro.
Existe também a dúvida de se o separatismo, submetido ao cerco judicial, seguirá a via unilateral.
No quartel-general de campanha do ERC, em Barcelona, os sentimentos se misturavam. "É uma sensação estranha", resumiu Fran Robles, médico de 26 anos.
"É certo que o ERC queria ser primeiro nestas eleições. Mas também é certo que, como sempre, o ERC trabalhará incansavelmente a favor do mandato democrático dos cidadãos da Catalunha", disse Marta Rovira, que liderou a campanha do partido de Junqueras em sua ausência.
Em contraste, no QG do partido de Puigdemont, a euforia era palpável. "Puigdemont, presidente!", gritavam seus partidários.
- Sem incidentes, apesar da tensão -As eleições transcorreram sem incidentes apesar da tensão acumulada em dois meses de impasse, em um dia frio, mas ensolarado nessa região mediterrânea do nordeste da Espanha.
Abundaram as peças amarelas, a cor escolhida para protestar contra a prisão dos líderes separatistas.
O referendo de secessão de 1º de outubro, proibido pela Justiça e duramente reprimido pela Polícia, precipitou os acontecimentos: no dia 27 daquele mesmo mês, o Parlamento catalão proclamou a independência e horas depois o governo regional de Puigdemont foi suspenso pelo governo espanhol.
O movimento independentista ganhou força na Catalunha a partir de 2012, impulsionado pelo mal-estar pela crise econômica, a corrupção, à qual não foi indiferente o partido que liderou a causa - CiU, do então presidente Artur Mas - e o corte de alguns artigos da Constituição regional pelo Tribunal Constitucional.
Os separatistas saíram em grande número para protestar há cinco anos, primeiro para reivindicar um referendo de independência e por fim contra as prisões de seus líderes.
Em percentual de votos, os três partidos separatistas continuam minoritários e os eleitores prosseguem profundamente divididos.
O Juntos pela Catalunha, a plataforma independentista recém-criada por Puigdemont, que está na Bélgica, foi a força secessionista com mais cadeiras, 34, que somadas às 32 do Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) e as 4 da CUP, superam as 68 da maioria absoluta.
Com praticamente 100% dos votos apurados, a força com mais assentos e votos foi o Cidadãos, liderado por Inés Arrimadas, com 37 deputados.
Como ocorreu em 2015, os independentistas se beneficiaram de um sistema eleitoral que recompensa o voto em zonas rurais e alcançam a maioria absoluta sem conseguir 50% dos votos dos mais de cinco milhões de catalães convocados às urnas em um dia em que a participação superou os 80%, um recorde. Cerca de 47,5% dos catalães votaram neles.
"O Estado espanhol foi derrotado. (O chefe de governo espanhol, Mariano) Rajoy e seus aliados perderam", declarou Puigdemont em Bruxelas, onde se refugiou no final de outubro para escapar da prisão.
Exultante de alegria diante de seus seguidores que repetiam "eu sou espanhol!" - Arrimadas declarou que "pela primeira vez na Catalunha venceu as eleições um partido constitucionalista e foi o Cidadãos".
"Um milhão e cem mil catalães elegeram a cédula do Cidadãos", comemorou.
"Vamos continuar lutando, inclusive com essa lei eleitoral injusta, que dá mais assentos a quem tem menos votos", prometeu a jovem política de 36 anos.
Segundo um porta-voz da Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, a posição do bloco "não mudará" com relação à Catalunha.
- Um golpe para Rajoy -A vitória dos separatistas representa um golpe para o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, que interveio na autonomia catalã após a frustrada proclamação de independência de 27 de outubro, e convocou essas eleições nas quais o Partido Popular só alcançou 3 deputados, em comparação com os 11 que tinha.
É um cenário complicado que semeia mais dúvidas que certezas: a primeira, se o separatismo voltará a ser capaz de formar um governo após um fim de legislatura difícil e com o orgulho ferido do vice-presidente catalão deposto, Oriol Junqueras, do ERC.
Junqueras preferiu ficar na Espanha e enfrentar a Justiça que o acusa de rebelião e sedição e agora está preso, diferentemente de Puigdemont. Seu partido era favorito nas pesquisas e ficou em terceiro.
Existe também a dúvida de se o separatismo, submetido ao cerco judicial, seguirá a via unilateral.
No quartel-general de campanha do ERC, em Barcelona, os sentimentos se misturavam. "É uma sensação estranha", resumiu Fran Robles, médico de 26 anos.
"É certo que o ERC queria ser primeiro nestas eleições. Mas também é certo que, como sempre, o ERC trabalhará incansavelmente a favor do mandato democrático dos cidadãos da Catalunha", disse Marta Rovira, que liderou a campanha do partido de Junqueras em sua ausência.
Em contraste, no QG do partido de Puigdemont, a euforia era palpável. "Puigdemont, presidente!", gritavam seus partidários.
- Sem incidentes, apesar da tensão -As eleições transcorreram sem incidentes apesar da tensão acumulada em dois meses de impasse, em um dia frio, mas ensolarado nessa região mediterrânea do nordeste da Espanha.
Abundaram as peças amarelas, a cor escolhida para protestar contra a prisão dos líderes separatistas.
O referendo de secessão de 1º de outubro, proibido pela Justiça e duramente reprimido pela Polícia, precipitou os acontecimentos: no dia 27 daquele mesmo mês, o Parlamento catalão proclamou a independência e horas depois o governo regional de Puigdemont foi suspenso pelo governo espanhol.
O movimento independentista ganhou força na Catalunha a partir de 2012, impulsionado pelo mal-estar pela crise econômica, a corrupção, à qual não foi indiferente o partido que liderou a causa - CiU, do então presidente Artur Mas - e o corte de alguns artigos da Constituição regional pelo Tribunal Constitucional.
Os separatistas saíram em grande número para protestar há cinco anos, primeiro para reivindicar um referendo de independência e por fim contra as prisões de seus líderes.
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