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Venezuela acusa Grupo de Lima de tentar evitar eleições presidenciais

24/01/2018 19h40

Caracas, 24 Jan 2018 (AFP) - A Venezuela assegurou nesta quarta-feira (24) que os países do Grupo de Lima tentam impedir as eleições presidenciais nas quais o presidente Nicolás Maduro tentará se reeleger.

"É dantesca a intenção desse cartel de Lima que tenta impedir a todo custo a realização das eleições presidenciais no primeiro quadrimestre de 2018", apontou o ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez, em uma transmissão televisiva.

Rodríguez disse que o Grupo de Lima condenou que a antecipação das eleições para antes de 30 de abril -ordenado pela Assembleia Constituinte- para proteger a oposição venezuelana, diante de sua "capacidade reduzida de resposta eleitoral".

"A delegação da Venezuela para o diálogo repudia a grosseira e insolente declaração do autodenominado Grupo de Lima (...). Esses governos estimulam a violência, o ódio, promovendo caminhos contrários aps democráticos", afirmou o ministro.

Segundo uma declaração dos chanceleres do Grupo de Lima -integrado por catorze países americanos- na terça-feira, a antecipação das eleições impede celebrar eleições "presidenciais democráticas".

Rodríguez, chefe da delegação do governo no diálogo com a oposição, indicou que o governo está disposto a continuar com a negociação em Santo Domingo se forem convocados.

"Estaremos lá como sempre", disse.

Rodríguez afirmou que o chanceler do México, que se retirou do diálogo após o anúncio da antecipação das eleições presidenciais, e o do Chile, que avalia sua permanência nas negociações, se excederam em suas funções como facilitadores.

"Se não querem estar (...), tampouco são necessários".

A negociação entre governo e a opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) iniciou em 1 de dezembro do ano passado para tentar solucionar a crise política e socioeconômica do país petroleiro.

Entretanto, a oposição não compareceu à última reunião, na quinta-feira passada, pela ausência dos diplomatas de México e Chile. Maduro apresentou os dias 28 e 29 de janeiro como possíveis datas para continuar o diálogo.