Diretor adjunto da UNAIDS renuncia após acusação de abuso sexual
Genebra, 23 Fev 2018 (AFP) - O diretor-adjunto da UNAIDS, o brasileiro Luiz Loures - acusado de ter abusado sexualmente de uma colega, mas absolvido em uma investigação interna das Nações Unidas - anunciou nesta sexta-feira (23) que renunciará ao cargo.
Luiz Loures "comunicou ao diretor-executivo da UNAIDS, seu desejo de não se candidatar para a renovação do cargo", disse a agência em um comunicado.
Loures "terminará suas funções como diretor-executivo-adjunto no final de março de 2018", acrescentou.
O porta-voz da UNAIDS, Mahesh Mahalingam, disse à imprensa em Genebra que a decisão de Loures não tem relação com as acusações e destacou que ele foi absolvido dessas irregularidades na investigação interna da ONU.
"O doutor Loures teve um longo e notável serviço de 22 anos na UNAIDS", indicou Mahalingam, reforçando que ele mesmo sentiu que este era o momento para mudar.
Uma subordinada apresentou uma denúncia formal, alegando que Loures a assediou sexualmente desde seu início no organismo em 2011 e, depois, concretizou o abuso no elevador de um hotel de Bangcoc em 2015, onde a UNAIDS estava organizando uma conferência.
A investigação interna realizada pelo Escritório de Serviços de Supervisão Interna (IOS, na sigla em inglês), da Organização Mundial de Saúde (OMS), concluiu que não havia provas suficientes para apoiar as acusações.
Ativistas e especialistas legais questionaram, porém, a credibilidade da investigação, insistindo em que não foram consideradas evidências circunstanciais importantes.
A denunciante informou sua mãe, uma amiga próxima e seu supervisor imediato sobre o ocorrido. Vários colegas confirmaram tê-la visto em um estado de grande angústia naquela noite.
"A ONU é completamente mal-equipada para investigar esse tipo de coisa. Eles não deveriam estar apurando abusos sexuais", disse na semana passada Ed Flaherty, advogado que representou funcionários públicos internacionais por mais de duas décadas.
"A ONU não é uma autoridade soberana dotada de Direito para investigar ações criminosas", acrescentou, insistindo em que, "quando há uma queixa de uma ação criminosa, a ONU deveria envolver autoridades domésticas".
- Acusação -O caso foi descrito em um relatório de setembro de 2017 do IOS, que tem elos administrativos com a UNAIDS.
Em novembro de 2016, a funcionária fez uma queixa ao diretor-executivo da UNAIDS, Michel Sidibe, afirmando que Loures começou a assediá-la sexualmente em 2011 e abusou dela em maio de 2015.
O assédio incluiria comentários sobre sua aparência e toques, contou ela aos investigadores.
Loures disse ao IOS que usava muito contato físico no cumprimento aos colegas, homens e mulheres, e admitiu ter beijado e segurado a mão da acusadora ocasionalmente.
O IOS decidiu que o comportamento de Loures "pode ser visto como inapropriado, especialmente dada sua posição sênior", mas determinou ter provas insuficientes para sustentar as acusações de abuso sexual.
O abuso teria acontecido em um hotel em Bangcoc, onde a UNAIDS organizava um evento antes de uma reunião importante.
A acusadora disse que Loures a pressionou a tomar uma bebida no hotel, mas longe da recepção. Ele negou isso, mas confirmou a conversa privada ao IOS.
A funcionária relatou ainda que a conversa começou com assuntos ligados ao trabalho, mas depois se tornou mais pessoal, embora nada de excepcional tenha sido discutido.
Ela afirma que, no elevador, depois disso, Loures se projetou sobre ela, beijando-a e apalpando seus seios.
Quando o elevador parou em seu andar, ele tentou puxá-la, em uma aparente tentativa de levá-la para seu quarto, segundo ela.
Loures negou o abuso e disse que, enquanto bebiam, a acusadora expôs detalhes sobre suas preferências sexuais, o que ele descreveu como uma conversa sexual "gráfica". Essa definição foi rejeitada pela funcionária.
O diretor da UNAIDS, Michel Sidibé, foi acusado pelo IOS de tentar abafar o caso, mesmo se tratando de uma investigação oficial.
A decisão de Loures de pedir para sair acontece um dia depois de o subdiretor do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Justin Forsyth, ter renunciado ao cargo, após ser acusado de ter conduta inadequada com mulheres, quando trabalhava na organização britânica Save The Children.
Luiz Loures "comunicou ao diretor-executivo da UNAIDS, seu desejo de não se candidatar para a renovação do cargo", disse a agência em um comunicado.
Loures "terminará suas funções como diretor-executivo-adjunto no final de março de 2018", acrescentou.
O porta-voz da UNAIDS, Mahesh Mahalingam, disse à imprensa em Genebra que a decisão de Loures não tem relação com as acusações e destacou que ele foi absolvido dessas irregularidades na investigação interna da ONU.
"O doutor Loures teve um longo e notável serviço de 22 anos na UNAIDS", indicou Mahalingam, reforçando que ele mesmo sentiu que este era o momento para mudar.
Uma subordinada apresentou uma denúncia formal, alegando que Loures a assediou sexualmente desde seu início no organismo em 2011 e, depois, concretizou o abuso no elevador de um hotel de Bangcoc em 2015, onde a UNAIDS estava organizando uma conferência.
A investigação interna realizada pelo Escritório de Serviços de Supervisão Interna (IOS, na sigla em inglês), da Organização Mundial de Saúde (OMS), concluiu que não havia provas suficientes para apoiar as acusações.
Ativistas e especialistas legais questionaram, porém, a credibilidade da investigação, insistindo em que não foram consideradas evidências circunstanciais importantes.
A denunciante informou sua mãe, uma amiga próxima e seu supervisor imediato sobre o ocorrido. Vários colegas confirmaram tê-la visto em um estado de grande angústia naquela noite.
"A ONU é completamente mal-equipada para investigar esse tipo de coisa. Eles não deveriam estar apurando abusos sexuais", disse na semana passada Ed Flaherty, advogado que representou funcionários públicos internacionais por mais de duas décadas.
"A ONU não é uma autoridade soberana dotada de Direito para investigar ações criminosas", acrescentou, insistindo em que, "quando há uma queixa de uma ação criminosa, a ONU deveria envolver autoridades domésticas".
- Acusação -O caso foi descrito em um relatório de setembro de 2017 do IOS, que tem elos administrativos com a UNAIDS.
Em novembro de 2016, a funcionária fez uma queixa ao diretor-executivo da UNAIDS, Michel Sidibe, afirmando que Loures começou a assediá-la sexualmente em 2011 e abusou dela em maio de 2015.
O assédio incluiria comentários sobre sua aparência e toques, contou ela aos investigadores.
Loures disse ao IOS que usava muito contato físico no cumprimento aos colegas, homens e mulheres, e admitiu ter beijado e segurado a mão da acusadora ocasionalmente.
O IOS decidiu que o comportamento de Loures "pode ser visto como inapropriado, especialmente dada sua posição sênior", mas determinou ter provas insuficientes para sustentar as acusações de abuso sexual.
O abuso teria acontecido em um hotel em Bangcoc, onde a UNAIDS organizava um evento antes de uma reunião importante.
A acusadora disse que Loures a pressionou a tomar uma bebida no hotel, mas longe da recepção. Ele negou isso, mas confirmou a conversa privada ao IOS.
A funcionária relatou ainda que a conversa começou com assuntos ligados ao trabalho, mas depois se tornou mais pessoal, embora nada de excepcional tenha sido discutido.
Ela afirma que, no elevador, depois disso, Loures se projetou sobre ela, beijando-a e apalpando seus seios.
Quando o elevador parou em seu andar, ele tentou puxá-la, em uma aparente tentativa de levá-la para seu quarto, segundo ela.
Loures negou o abuso e disse que, enquanto bebiam, a acusadora expôs detalhes sobre suas preferências sexuais, o que ele descreveu como uma conversa sexual "gráfica". Essa definição foi rejeitada pela funcionária.
O diretor da UNAIDS, Michel Sidibé, foi acusado pelo IOS de tentar abafar o caso, mesmo se tratando de uma investigação oficial.
A decisão de Loures de pedir para sair acontece um dia depois de o subdiretor do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Justin Forsyth, ter renunciado ao cargo, após ser acusado de ter conduta inadequada com mulheres, quando trabalhava na organização britânica Save The Children.
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