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Colômbia: ELN cessará de operações militares durante legislativas

26/02/2018 10h39

Bogotá, 26 Fev 2018 (AFP) - A guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN), cujos diálogos de paz com o governo da Colômbia estão congelados, anunciou um cessar-fogo de suas atividades armadas durante as eleições legislativas que serão realizadas em 11 de março no país.

"O Exército de Libertação Nacional (ELN) realizará um cessar das operações militares ofensiva, entre os dias 9 e 13 de março próximos", indicou o grupo rebelde em um comunicado datado de domingo, dia 25 de fevereiro, mas divulgado nesta segunda-feira.

A última guerrilha da Colômbia também defendeu a retomada dos diálogos de paz com o governo de Juan Manuel Santos, congelados no final de janeiro pelo presidente depois de uma ofensiva rebelde contra delegacias de polícias que deixou oito agentes mortos e dezenas de feridos.

"A agenda deve continuar se desenvolvendo com rigor e rapidez (...) para buscar um acordo que supere os confrontos armados e acerte transformações na busca de uma Colômbia em paz e igualdade", acrescentou.

Santos suspendeu as conversações, instaladas em Quito há um ano, depois de um ataque guerrilheiro iniciado horas depois que finalizou a primeira trégua bilateral com essa guerrilha em meio século de conflito.

"Esse é o tipo de gesto que nós estávamos pedindo", afirmou o chefe de Estado à emissora LaFM.

Santos assegurou também que vai estudar o comunicado e que depois tomará uma decisão.

Ambas as partes se mostraram dispostas a acertar um novo cessar-fogo e retomar os diálogos, no entanto a delegação governamental permanece na Colômbia.

"Propomos ao presidente Santos fixar uma data de início do Quinto Ciclo de conversações para que envie sua Delegação de Diálogo a Quito", assinalou o ELN no texto.

O presidente colombiano, Prêmio Nobel da Paz 2016 por seus esforços para finalizar o confronto armado em seu país, busca alcançar com o ELN um acordo similar ao assinado no final de 2016 com as Farc, já desarmadas e transformadas em partido político.

Depois do histórico pacto, as ex-Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) participarão nas eleições legislativas de março e nas presidenciais de maio, nas quais os colombianos elegerão o sucessor de Santos.

Os ex-guerrilheiros têm garantidos 10 cadeiras no Congresso, apesar de terem de participar igualmente na votação, segundo o combinado depois de quatro anos de negociações em Havana.

Santos, que em agosto conclui seu segundo mandato de quatro anos, está impedido por lei de se candidatar a outro período presidencial.

A Colômbia quer por fim a um conflito armado que em meio século deixou cerca de oito milhões de vítimas entre mortos, desaparecidos e deslocados.