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Departamento de educação dos EUA investiga universidade por caso Nassar

26/02/2018 21h24

Washington, 27 Fev 2018 (AFP) - O departamento de Educação dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira (26), que abriu uma investigação sobre a Universidade Estadual de Michigan (MSU), devido aos relatos de abuso sexual contra o ex-médico escolar Larry Nassar.

Nassar, de 54 anos, que também foi médico do time de ginastas dos Estados Unidos, enfrenta a prisão perpétua depois de se declarar culpado de abusar sexualmente de mulheres e crianças sob o pretexto de estar realizando um tratamento médico.

MSU, uma universidade pública de 50.000 estudantes em Lansing, Michigan, foi apontada por várias ex-atletas mulheres por não lidar de forma adequada com as denúncias contra Nassar.

A secretária de Educação, Betsy DeVos, disse que a investigação analisará "problemas sistemáticos no manejo dos incidentes na (MSU) relacionados com sexo que envolvem Larry Nassar".

"Esperamos uma revelação completa e total sobre suas ações para proteger estudantes de ataques sexuais", disse DeVos em um comunicado.

"Os crimes pelos quais o Dr. Nassar foi condenado são inimagináveis", acrescentou. "A coragem que as sobreviventes mostraram é notável".

"Cada estudante em cada campus deveria saber que estou comprometida em garantir que todos os estudantes tenham acesso a um ambiente de estudo livre de condutas sexuais inapropriadas e de discriminação e que todas as instituições que não o façam serão responsabilizadas por violação da lei federal", afirmou.

Nassar foi acusado de abuso sexual por 265 mulheres em mais de duas décadas de carreira.

A pergunta-chave de muitas vítimas foi quem sabia dos abusos de Nassar e poderia tê-lo detido antes.

Com uma reputação impecável como médico das campeãs olímpicas, Nassar evitou as investigações várias vezes desde o final da década de 1990 ao insistir que seu abuso era na verdade um tratamento de ponta incompreendido por alguns pacientes.

A associação de ginastas dos Estados Unidos informou em 2015 ao FBI sobre Nassar, mas o médico continuou atendendo pacientes na MSU até que um jornal o expôs em setembro de 2016.

O jornal The New York Times reportou que mais de 40 mulheres e meninas sofreram abusos durante esse tempo.