Presidente admite que ainda há 110 meninas sequestradas na Nigéria
Abuja, 26 Fev 2018 (AFP) - Uma semana após o desaparecimento de 110 alunas de uma escola no nordeste na Nigéria em um ataque do grupo Boko Haram, o presidente nigeriano Muhammadu Buhari admitiu nesta segunda-feira que elas foram sequestradas.
A admissão acontece por ocasião do quarto ano de outro sequestro em massa das alunas, 276 no total, em Chibok, em abril de 2014.
"O governo está ao lado das estudantes de Dapchi que foram sequestradas", declarou Buhari durante a visita à presidências de uma delegações de ex-reféns do Boko Haram libertados no ínicio do mês.
"Ordenei todas as agências de segurança do país de garantir a segurança em nossas escolas e de trazer nossas filhas sequestradas de volta às suas famílias", ressaltou o chefe de Estado.
É a primeira vez que este termo é utilizado de maneira oficial. Até então, as autoridades se referiam a "desaparecimento" e não "sequestro".
Há quatro anos, 276 estudantes foram sequestradas em Chibok, no estado de Borno (nordeste), reduto do grupo extremista Boko Haram que conduz desde 2009 uma insurreição que já fez mais de 20.000 mortos e 2,6 milhões de deslocados.
De acordo com moradores ouvidos pela AFP, em 19 de fevereiro, milicianos do grupo extremista nigeriano, fortemente armados, atacaram a cidade de Dapchi. Eles atiraram para o alto e detonaram granadas.
Muitas estudantes e professoras fugiram pelo medo de sequestro, mas 110 outras não tiveram a mesma sorte.
- 'Escravos' -Na noite de 14 de abril de 2014, homens armados invadiram o internato de meninas de Chibok, forçando as estudantes, de 12 a 17 anos, a entrar em caminhões.
Logo após o sequestro, 57 garotas conseguiram escapar, enquanto 219 permanecem nas mãos do Boko Haram. Os pais denunciam a inação das autoridades.
Em 5 de maio, o líder de Boko Haram, Abubakar Shekau, reivindicou o sequestro em um vídeo, alegando que as meninas seriam tratadas como "escravas", "vendidas" e "casadas" a força.
Uma semana depois, publicou um novo vídeo de uma centena de jovens apresentadas como as meninas sequestradas, alegando tê-las convertido ao Islã e exigindo a libertação de prisioneiros islamitas em troca das garotas.
Em setembro de 2015, o novo presidente nigeriano, o ex-general Muhammadu Buhari, declarou que consideraria esse tipo de troca.
Em maio de 2016, mais de dois anos após o sequestro, uma garota foi encontrada pela primeira vez, com seu bebê de 4 meses, pelas forças de ordem.
Em outubro, ocorreu a primeira libertação de 21 meninas, mediada pela Suíça e pela Cruz Vermelha. Seguiu-se da soltura de 82 meninas em maio de 2017, após mais de três anos de cativeiro.
Na ocasião, o governo foi criticado por limitar o acesso dos pais às filhas libertadas.
Em outras três ocasiões, o Exército encontrou uma estudante. No total, desde 2014, 107 das 219 meninas sequestradas foram liberadas, trocadas por prisioneiros ou escaparam.
Em agosto, a ministra dos Direitos da Mulher anunciou que as ex-reféns retornariam à universidade, assegurando que receberam apoio psicológico significativo para que "problemas de flashbacks, insônia e pesadelos fossem controlados".
É impossível contar com precisão as meninas ainda detidas pelo Boko Haram, cujo nome significa "a educação ocidental é um pecado", porque algumas podem ter sido assassinadas ou morreram em cativeiro.
No início de janeiro, várias delas apareceram em um vídeo transmitido pelo grupo, dizendo que não iriam voltar e não queriam deixar o "califado".
A admissão acontece por ocasião do quarto ano de outro sequestro em massa das alunas, 276 no total, em Chibok, em abril de 2014.
"O governo está ao lado das estudantes de Dapchi que foram sequestradas", declarou Buhari durante a visita à presidências de uma delegações de ex-reféns do Boko Haram libertados no ínicio do mês.
"Ordenei todas as agências de segurança do país de garantir a segurança em nossas escolas e de trazer nossas filhas sequestradas de volta às suas famílias", ressaltou o chefe de Estado.
É a primeira vez que este termo é utilizado de maneira oficial. Até então, as autoridades se referiam a "desaparecimento" e não "sequestro".
Há quatro anos, 276 estudantes foram sequestradas em Chibok, no estado de Borno (nordeste), reduto do grupo extremista Boko Haram que conduz desde 2009 uma insurreição que já fez mais de 20.000 mortos e 2,6 milhões de deslocados.
De acordo com moradores ouvidos pela AFP, em 19 de fevereiro, milicianos do grupo extremista nigeriano, fortemente armados, atacaram a cidade de Dapchi. Eles atiraram para o alto e detonaram granadas.
Muitas estudantes e professoras fugiram pelo medo de sequestro, mas 110 outras não tiveram a mesma sorte.
- 'Escravos' -Na noite de 14 de abril de 2014, homens armados invadiram o internato de meninas de Chibok, forçando as estudantes, de 12 a 17 anos, a entrar em caminhões.
Logo após o sequestro, 57 garotas conseguiram escapar, enquanto 219 permanecem nas mãos do Boko Haram. Os pais denunciam a inação das autoridades.
Em 5 de maio, o líder de Boko Haram, Abubakar Shekau, reivindicou o sequestro em um vídeo, alegando que as meninas seriam tratadas como "escravas", "vendidas" e "casadas" a força.
Uma semana depois, publicou um novo vídeo de uma centena de jovens apresentadas como as meninas sequestradas, alegando tê-las convertido ao Islã e exigindo a libertação de prisioneiros islamitas em troca das garotas.
Em setembro de 2015, o novo presidente nigeriano, o ex-general Muhammadu Buhari, declarou que consideraria esse tipo de troca.
Em maio de 2016, mais de dois anos após o sequestro, uma garota foi encontrada pela primeira vez, com seu bebê de 4 meses, pelas forças de ordem.
Em outubro, ocorreu a primeira libertação de 21 meninas, mediada pela Suíça e pela Cruz Vermelha. Seguiu-se da soltura de 82 meninas em maio de 2017, após mais de três anos de cativeiro.
Na ocasião, o governo foi criticado por limitar o acesso dos pais às filhas libertadas.
Em outras três ocasiões, o Exército encontrou uma estudante. No total, desde 2014, 107 das 219 meninas sequestradas foram liberadas, trocadas por prisioneiros ou escaparam.
Em agosto, a ministra dos Direitos da Mulher anunciou que as ex-reféns retornariam à universidade, assegurando que receberam apoio psicológico significativo para que "problemas de flashbacks, insônia e pesadelos fossem controlados".
É impossível contar com precisão as meninas ainda detidas pelo Boko Haram, cujo nome significa "a educação ocidental é um pecado", porque algumas podem ter sido assassinadas ou morreram em cativeiro.
No início de janeiro, várias delas apareceram em um vídeo transmitido pelo grupo, dizendo que não iriam voltar e não queriam deixar o "califado".
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