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União Europeia chocada com assassinato de jornalista eslovaco

27/02/2018 13h13

Bratislava, 27 Fev 2018 (AFP) - Os líderes europeus expressaram seu choque pelo assassinato do jornalista eslovaco Jan Kuciak, de 27 anos, que investigava casos de fraude fiscal na Eslováquia, membro da União Europeia e da zona do euro.

O assassinato levantou a questão da corrupção no país, o que, em junho, provocou manifestações de jovens exigindo a demissão de ministros do governo de esquerda de Robert Fico.

A Transparência Internacional classificou recentemente a Eslováquia em sétimo lugar entre os países mais corruptos da UE.

O crime foi imediatamente condenado por líderes da UE e organizações internacionais.

Nesta terça-feira, o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Zeid Al Hussein, exigiu "uma investigação para levar os autores deste crime terrível à Justiça".

Jan Kuciak trabalhava para o site aktuality.sk, que pertence ao alemão Axel Springer e ao suíço Ringier. Investigava casos de corrupção, incluindo vínculos entre o mundo dos negócios e o partido SMER-SD no poder.

Os corpos do jornalista e de sua namorada Martina Kusnirova foram descobertos no domingo em sua casa em Velka Maca, a 65 km de Bratislava.

O duplo homicídio foi cometido entre quinta e domingo, de acordo com a polícia. Jan Kuciak morreu com um tiro no peito e sua companheira foi atingida na cabeça.

De acordo com o jornal SME, Jan Kuciak publicaria um artigo sobre os possíveis laços políticos de empresários italianos, ligados à máfia calabresa 'Ndrangheta, que operam na Eslováquia.

A informação foi confirmada por vários jornalistas locais. Contactado pela AFP, o serviço de imprensa do primeiro-ministro absteve-se de qualquer comentário.

Em Bratislava, centenas de pessoas se reuniram na segunda-feira à noite para acender velas em memória do jornalista. Outra mobilização semelhante ocorreu na capital checa, Praga.

bur-mas-bo/lch/me/mb/mr