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Líder da Farc lança SOS para salvar acordo de paz na Colômbia

28/02/2018 18h15

Bogotá, 28 Fev 2018 (AFP) - O líder e candidato à presidência da Farc, Rodrigo Londoño, lançou nesta quarta-feira (28) um SOS para salvar o processo de paz com a ex-guerrilha comunista, diante dos múltiplos obstáculos que enfrenta em sua campanha eleitoral.

"Quero sinceramente, não sei se soa muito duro, lançar um SOS pelo processo de paz em sua fase de implementação do acordo de paz", afirmou Londoño, também conhecido como Timochenko.

O ex-líder guerrilheiro, que desde 9 de fevereiro suspendeu sua atividade de campanha em praça pública, alegando falta de garantias, disse se sentir "traído em sua boa fé" diante dos descumprimentos do que foi pactuado com o governo.

"Estamos vendo como as pequenas forças se unem, mas são muito poderosas, que querem dentro do Estado e fora do Estado fazer fracassar este histórico e belo processo de paz que tem sido um exemplo no mundo", acrescentou Londoño.

A Farc, partido egresso do acordo de paz assinado no final de 2016, que terminou com um enfrentamento de meio século, denuncia insistentemente obstáculos de todo tipo na implementação do pacto.

As queixas vão de falta de garantias de segurança para os ex-combatentes e líderes sociais a falta de financiamento eleitoral, passando por atrasos na libertação dos rebeldes anistiados.

Timochenko também pediu pelos avanços nulos na investigação das denúncias que a Força Alternativa Revolucionária do Comum (FARC) tem feito, em meio à disputa para as legislativas de 11 de março e as presidenciais de maio.

Segundo esta organização, existe um complô "pago" para sabotar seus candidatos, e inclusive agredi-los com pedras e ovos, durante os protestos desatados em alguns pontos do país.

Além disso, a Farc está enfrentando um "bloqueio financeiro" que lhe impede de desenvolver sua atividade eleitoral, devido a que o Estado ainda não desembolsa os recursos necessários restando 11 dias para a primeira prova eleitoral, afirmou Timochenko.

Apesar disso, afastou qualquer boato sobre a possível renúncia à candidatura presidencial, que segundo as pesquisas conta com apenas 1% de apoio.

O pacto que levou ao desarmamento e à transformação em partido da que foi a maior guerrilha das Américas, assegura às Farc dez dos 268 assentos do Congresso por oito dias, embora ainda assim o obrigue a fazer campanha.

Embora tenha suspendido suas atividades de praça pública, a Farc mantém reuniões em espaços pequenos e percursos em zonas rurais.

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