Ex-presidente catalão Puigdemont é detido na Alemanha
Berlim, 25 Mar 2018 (AFP) - O ex-presidente independentista catalão Carles Puigdemont, acusado de rebelião pela Justiça espanhola e alvo de uma ordem de prisão europeia, foi detido neste domingo (25) na Alemanha, quando cruzava de carro a fronteira da Dinamarca.
Sua prisão provocou manifestações na Catalunha. Milhares de seus seguidores se juntaram nas Ramblas, famosa avenida do centro de Barcelona, a pedido do grupo independentista radical Comitês de Defesa da República.
A multidão, que carregava bandeiras separatistas e cartazes onde lia-se "liberdade aos presos políticos", se dirigiu depois para a delegação da Comissão Europeia em Barcelona, onde gritava: "esta Europa é uma vergonha!".
"O que estão fazendo esses dias é totalmente desmedido. Nos tratam como criminosos por querermos a independência. Já não é uma questão de ideologia, mas de respeito aos direitos humanos", disse, chorando, Rosa Vela, uma professora de 60 anos.
Judith Cárpena, de 22 anos e estudante de Arquitetura, advertiu os que se opõem à independência da Catalunha: "não cantem vitória, não é o fim do separatismo. O independentismo é liderado pelo povo, e não podem prender todos nós. Haverá outros Puigdemont".
- Crime de 'rebelião' -Puigdemont "foi preso às 11h19 (6h19 de Brasília) por uma patrulha da polícia de trânsito em Schleswig-Holstein", um estado do norte da Alemanha, indicou o porta-voz da Polícia alemã, explicando que a prisão foi realizada em virtude de uma ordem europeia.
"Me ligou esta manhã para dizer que havia sido detido na Alemanha, perto da fronteira com a Dinamarca", declarou seu advogado belga, Paul Bekaert, à televisão catalã. "Vinha da Finlândia, de onde havia participado de uma conferência com estudantes. Será apresentado a um juiz que decidirá em 48 horas se deve ser preso ou colocado em liberdade condicional", acrescentou.
Pouco depois a Procuradoria alemã anunciou que Puigdemont comparecerá na segunda-feira ante o juiz.
Na sexta-feira, o juiz espanhol que instrui a causa contra a cúpula separatista catalã, Pablo Llarena, confirmou a acusação de "rebelião" contra 13 responsáveis, entre eles Puigdemont.
Llarena acusou ao todo 25 dirigentes, 12 deles por delitos menores, como o de "desobediência". O magistrado emitiu e reativou ordens de detenção europeias e internacionais contra seis responsáveis separatistas que fugiram ao exterior, entre eles Puigdemont.
O crime de rebelião pode ser punido com até 30 anos de prisão na Espanha, e sua aplicação no caso catalão é polêmica, já que pressupõe um "levante violento" que, segundo muitos juristas, jamais ocorreu na Catalunha.
O juiz acusa Puigdemont de ter organizado o referendo de autodeterminação de 1º de outubro apesar de sua proibição e do "grave risco de incidentes violentos". As imagens das duras ações policiais daquele dia deram a volta ao mundo.
O dirigente foi destituído da presidência catalã pelo governo de Madri após a frustrada declaração de independência de 27 de outubro. Depois se exilou voluntariamente na Bélgica, onde mora desde então.
A tentativa de criar uma república separada da Espanha acabou com a perda temporária de autonomia da Catalunha, atualmente controlada de maneira direta pelo governo espanhol.
- Serviços de Inteligência espanhóis -Puigdemont havia viajado para a Finlândia, cujas autoridades receberam a ordem de detenção europeia emitida pela Justiça espanhola. Ele esteve em Helsinque para se reunir com deputados deste país e participar de um seminário na universidade da capital finlandesa.
O ex-presidente catalão viajou para a Dinamarca em janeiro e para a Suíça em março, mas não sofreu nenhum contratempo.
Mas, ao menos nesta ocasião, era seguido pelos serviços de Inteligência espanhóis, que alertaram seus equivalentes alemães. "Puigdemont foi detido na Alemanha graças a uma operação conjunta da polícia e do CNI (Centro Nacional de Inteligência espanhol)", confirmou a polícia alemã em um tuíte.
A detenção de Puigdemont supõe um novo revés para os independentistas catalães. No dia anterior, o Parlamento catalão havia suspendido a posse de um novo presidente regional pela prisão do candidato separatista Jordi Turull, outro dos atingidos pelo duro golpe golpe judicial contra a cúpula secessionista, que afunda a Catalunha em um novo bloqueio político.
A intervenção do governo central de Madri na Catalunha continuará até que os separatistas - maioria parlamentar nas eleições regionais de 21 de dezembro - escolham um presidente, e este forme um governo. Se não conseguirem isso até 22 de maio, a região deverá realizar novas eleições.
Sua prisão provocou manifestações na Catalunha. Milhares de seus seguidores se juntaram nas Ramblas, famosa avenida do centro de Barcelona, a pedido do grupo independentista radical Comitês de Defesa da República.
A multidão, que carregava bandeiras separatistas e cartazes onde lia-se "liberdade aos presos políticos", se dirigiu depois para a delegação da Comissão Europeia em Barcelona, onde gritava: "esta Europa é uma vergonha!".
"O que estão fazendo esses dias é totalmente desmedido. Nos tratam como criminosos por querermos a independência. Já não é uma questão de ideologia, mas de respeito aos direitos humanos", disse, chorando, Rosa Vela, uma professora de 60 anos.
Judith Cárpena, de 22 anos e estudante de Arquitetura, advertiu os que se opõem à independência da Catalunha: "não cantem vitória, não é o fim do separatismo. O independentismo é liderado pelo povo, e não podem prender todos nós. Haverá outros Puigdemont".
- Crime de 'rebelião' -Puigdemont "foi preso às 11h19 (6h19 de Brasília) por uma patrulha da polícia de trânsito em Schleswig-Holstein", um estado do norte da Alemanha, indicou o porta-voz da Polícia alemã, explicando que a prisão foi realizada em virtude de uma ordem europeia.
"Me ligou esta manhã para dizer que havia sido detido na Alemanha, perto da fronteira com a Dinamarca", declarou seu advogado belga, Paul Bekaert, à televisão catalã. "Vinha da Finlândia, de onde havia participado de uma conferência com estudantes. Será apresentado a um juiz que decidirá em 48 horas se deve ser preso ou colocado em liberdade condicional", acrescentou.
Pouco depois a Procuradoria alemã anunciou que Puigdemont comparecerá na segunda-feira ante o juiz.
Na sexta-feira, o juiz espanhol que instrui a causa contra a cúpula separatista catalã, Pablo Llarena, confirmou a acusação de "rebelião" contra 13 responsáveis, entre eles Puigdemont.
Llarena acusou ao todo 25 dirigentes, 12 deles por delitos menores, como o de "desobediência". O magistrado emitiu e reativou ordens de detenção europeias e internacionais contra seis responsáveis separatistas que fugiram ao exterior, entre eles Puigdemont.
O crime de rebelião pode ser punido com até 30 anos de prisão na Espanha, e sua aplicação no caso catalão é polêmica, já que pressupõe um "levante violento" que, segundo muitos juristas, jamais ocorreu na Catalunha.
O juiz acusa Puigdemont de ter organizado o referendo de autodeterminação de 1º de outubro apesar de sua proibição e do "grave risco de incidentes violentos". As imagens das duras ações policiais daquele dia deram a volta ao mundo.
O dirigente foi destituído da presidência catalã pelo governo de Madri após a frustrada declaração de independência de 27 de outubro. Depois se exilou voluntariamente na Bélgica, onde mora desde então.
A tentativa de criar uma república separada da Espanha acabou com a perda temporária de autonomia da Catalunha, atualmente controlada de maneira direta pelo governo espanhol.
- Serviços de Inteligência espanhóis -Puigdemont havia viajado para a Finlândia, cujas autoridades receberam a ordem de detenção europeia emitida pela Justiça espanhola. Ele esteve em Helsinque para se reunir com deputados deste país e participar de um seminário na universidade da capital finlandesa.
O ex-presidente catalão viajou para a Dinamarca em janeiro e para a Suíça em março, mas não sofreu nenhum contratempo.
Mas, ao menos nesta ocasião, era seguido pelos serviços de Inteligência espanhóis, que alertaram seus equivalentes alemães. "Puigdemont foi detido na Alemanha graças a uma operação conjunta da polícia e do CNI (Centro Nacional de Inteligência espanhol)", confirmou a polícia alemã em um tuíte.
A detenção de Puigdemont supõe um novo revés para os independentistas catalães. No dia anterior, o Parlamento catalão havia suspendido a posse de um novo presidente regional pela prisão do candidato separatista Jordi Turull, outro dos atingidos pelo duro golpe golpe judicial contra a cúpula secessionista, que afunda a Catalunha em um novo bloqueio político.
A intervenção do governo central de Madri na Catalunha continuará até que os separatistas - maioria parlamentar nas eleições regionais de 21 de dezembro - escolham um presidente, e este forme um governo. Se não conseguirem isso até 22 de maio, a região deverá realizar novas eleições.
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