G7, unido diante da Rússia, mostra divisões sobre acordo do Irã
Toronto, Canadá, 23 Abr 2018 (AFP) -
As grandes potências do G7 confirmaram neste fim de semana uma frente comum contra a Rússia durante uma reunião de seus ministros de Relações Exteriores em Toronto.
Os sete países mais industrializados do mundo (Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido, Itália, Japão e Canadá) também destacaram nesta segunda-feira sua firmeza ante as negociações históricas com a Coreia do Norte. Contudo, não conseguiram superar, na cidade canadense, suas diferenças sobre o acordo nuclear iraniano, poucas semanas antes de uma decisão crucial decisão de Washington.
"Houve unidade do G7 em se opor à conduta maligna da Rússia", disse à imprensa um alto funcionário americano, citando a incapacidade de Moscou para prevenir o uso de armas químicas pelas forças sírias, ou sua interferência em eleições na Europa e nos Estados Unidos.
A reunião ministerial é um dos preparativos para a cúpula do G7, que acontecerá em junho em Charlevoix, no Quebec.
O comunicado final das negociações só será divulgado nesta quarta-feira, mas funcionários de outras nações confirmaram que os ministros adotaram uma posição dura frente a Moscou e ao presidente Vladimir Putin.
"Acho que nunca deveríamos mostrar fraqueza diante do presidente Putin. Quando alguém é fraco, ele aproveita isso", disse o presidente francês Emmanuel Macron em uma entrevista concedida à emissora Fox News e exibida neste domingo.
- Tensões com a Rússia -A chanceler anfitriã, Chrystia Freeland, convidou seus colegas do G7 e a representante da União Europeia para um almoço de trabalho para discutir a situação com Rússia e Ucrânia, onde rebeldes pró-russos controlam uma região do leste.
Já no começo da reunião, os americanos reiteraram seu "apoio inquebrantável à soberania e à integridade territorial da Ucrânia ante a agressão russa", após o secretário interino de Estado, John Sullivan, participar na noite de sábado de um encontro bilateral com o chanceler ucraniano Pavlo Klimkin.
Os aliados se mostraram preocupados com a suposta tentativa de Moscou de matar, na Grã-Bretanha, o ex-espião russo Serguei Skripal com um agente neurotóxico. Eles pressionam as autoridades russas a informar sobre um grupo de agentes químicos letais supostamente desenvolvido pela União Soviética, que Londres acredita terem sido usados no incidente.
Os países do G7 se preocupam também com o apoio de Moscou ao regime de Bashar al Assad, no âmbito da violenta guerra civil na Síria.
Segundo uma fonte da diplomacia francesa, o ministro francês Jean-Yves Le Drian "reiterou que é necessário ser firme", mas continuar tentando dialogar com a Rússia.
Após os bombardeios de Washington, Paris e Londres contra o regime de Damasco - em resposta a um suposto ataque químico -, os aliados ocidentais devem negociar com Moscou, aliada de Assad, para encontrar uma solução política sob a égide da ONU.
- Preocupação acerca de acordo nuclear iraniano -Embora tenham se unido frente à Rússia, França, Reino Unido e Alemanha - os países ocidentais que assinaram o acordo nuclear com o Irã em 2015 junto com Rússia e China - continuam preocupados com as as ameaças do presidente americano Donald Trump de abandonar esse pacto, a menos que os países europeus aceitem endurecer os controles sobre Teerã. O mandatário deu um ultimato até 12 de maio.
"Estamos negociando com os europeus", disse um alto funcionário americano à imprensa antes de uma reunião entre diplomatas franceses, alemães, britânicos e americanos. "Avançamos muito, mas temos que continuar".
No âmbito do G7, o secretário das Relações Exteriores britânico, Boris Johnson, manifestou ao secretário de Estado americano, Sullivan, sua "preocupação" com o destino do acordo com o Irã.
Os sócios europeus estimam que o acordo representa a melhor forma de evitar que o Irã adquira armas nucleares.
Neste sentido, Macron também se referiu na entrevista à Fox ao acordo com o Irã, prévio a uma reunião com Trump, nesta segunda-feira.
"Não tenho plano B para o (acordo) nuclear com o Irã", admitiu. "Quero lutar contra os mísseis balísticos, quero conter sua influência regional", afirmou, antecipando que dirá a Trump que "não abandone o acordo enquanto não tiver uma opção melhor no (tema) nuclear".
Se os Estados Unidos romperem o acordo, o Irã retomará "vigorosamente" o enriquecimento de urânico, alertou neste sábado o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif.
- Controles nucleares -Os chanceleres também trataram da situação com a Coreia do Norte e da não-proliferação nuclear, pouco antes de uma reunião histórica entre Trump e o líder norte-coreano Kim Jong Un para discutir uma "desnuclearização" da península coreana.
Os membros do G7 apoiam os esforços para convencer Kim a interromper seu projeto de desenvolver um arsenal de mísseis nucleares, mas também estão atentados ao que os Estados Unidos vão oferecer em troca.
Os aliados estão interessados em garantir que Trump não ceda demais para fechar um acordo histórico.
dc-fff/ska/rsr/ll/mvv
As grandes potências do G7 confirmaram neste fim de semana uma frente comum contra a Rússia durante uma reunião de seus ministros de Relações Exteriores em Toronto.
Os sete países mais industrializados do mundo (Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido, Itália, Japão e Canadá) também destacaram nesta segunda-feira sua firmeza ante as negociações históricas com a Coreia do Norte. Contudo, não conseguiram superar, na cidade canadense, suas diferenças sobre o acordo nuclear iraniano, poucas semanas antes de uma decisão crucial decisão de Washington.
"Houve unidade do G7 em se opor à conduta maligna da Rússia", disse à imprensa um alto funcionário americano, citando a incapacidade de Moscou para prevenir o uso de armas químicas pelas forças sírias, ou sua interferência em eleições na Europa e nos Estados Unidos.
A reunião ministerial é um dos preparativos para a cúpula do G7, que acontecerá em junho em Charlevoix, no Quebec.
O comunicado final das negociações só será divulgado nesta quarta-feira, mas funcionários de outras nações confirmaram que os ministros adotaram uma posição dura frente a Moscou e ao presidente Vladimir Putin.
"Acho que nunca deveríamos mostrar fraqueza diante do presidente Putin. Quando alguém é fraco, ele aproveita isso", disse o presidente francês Emmanuel Macron em uma entrevista concedida à emissora Fox News e exibida neste domingo.
- Tensões com a Rússia -A chanceler anfitriã, Chrystia Freeland, convidou seus colegas do G7 e a representante da União Europeia para um almoço de trabalho para discutir a situação com Rússia e Ucrânia, onde rebeldes pró-russos controlam uma região do leste.
Já no começo da reunião, os americanos reiteraram seu "apoio inquebrantável à soberania e à integridade territorial da Ucrânia ante a agressão russa", após o secretário interino de Estado, John Sullivan, participar na noite de sábado de um encontro bilateral com o chanceler ucraniano Pavlo Klimkin.
Os aliados se mostraram preocupados com a suposta tentativa de Moscou de matar, na Grã-Bretanha, o ex-espião russo Serguei Skripal com um agente neurotóxico. Eles pressionam as autoridades russas a informar sobre um grupo de agentes químicos letais supostamente desenvolvido pela União Soviética, que Londres acredita terem sido usados no incidente.
Os países do G7 se preocupam também com o apoio de Moscou ao regime de Bashar al Assad, no âmbito da violenta guerra civil na Síria.
Segundo uma fonte da diplomacia francesa, o ministro francês Jean-Yves Le Drian "reiterou que é necessário ser firme", mas continuar tentando dialogar com a Rússia.
Após os bombardeios de Washington, Paris e Londres contra o regime de Damasco - em resposta a um suposto ataque químico -, os aliados ocidentais devem negociar com Moscou, aliada de Assad, para encontrar uma solução política sob a égide da ONU.
- Preocupação acerca de acordo nuclear iraniano -Embora tenham se unido frente à Rússia, França, Reino Unido e Alemanha - os países ocidentais que assinaram o acordo nuclear com o Irã em 2015 junto com Rússia e China - continuam preocupados com as as ameaças do presidente americano Donald Trump de abandonar esse pacto, a menos que os países europeus aceitem endurecer os controles sobre Teerã. O mandatário deu um ultimato até 12 de maio.
"Estamos negociando com os europeus", disse um alto funcionário americano à imprensa antes de uma reunião entre diplomatas franceses, alemães, britânicos e americanos. "Avançamos muito, mas temos que continuar".
No âmbito do G7, o secretário das Relações Exteriores britânico, Boris Johnson, manifestou ao secretário de Estado americano, Sullivan, sua "preocupação" com o destino do acordo com o Irã.
Os sócios europeus estimam que o acordo representa a melhor forma de evitar que o Irã adquira armas nucleares.
Neste sentido, Macron também se referiu na entrevista à Fox ao acordo com o Irã, prévio a uma reunião com Trump, nesta segunda-feira.
"Não tenho plano B para o (acordo) nuclear com o Irã", admitiu. "Quero lutar contra os mísseis balísticos, quero conter sua influência regional", afirmou, antecipando que dirá a Trump que "não abandone o acordo enquanto não tiver uma opção melhor no (tema) nuclear".
Se os Estados Unidos romperem o acordo, o Irã retomará "vigorosamente" o enriquecimento de urânico, alertou neste sábado o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif.
- Controles nucleares -Os chanceleres também trataram da situação com a Coreia do Norte e da não-proliferação nuclear, pouco antes de uma reunião histórica entre Trump e o líder norte-coreano Kim Jong Un para discutir uma "desnuclearização" da península coreana.
Os membros do G7 apoiam os esforços para convencer Kim a interromper seu projeto de desenvolver um arsenal de mísseis nucleares, mas também estão atentados ao que os Estados Unidos vão oferecer em troca.
Os aliados estão interessados em garantir que Trump não ceda demais para fechar um acordo histórico.
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