Ex-líder político dos sérvios da Bósnia volta a negar genocídio
Haia, 24 Abr 2018 (AFP) -
O ex-líder político dos sérvios da Bósnia, Radovan Karadzic, voltou a negar qualquer genocídio diante dos juízes nesta terça-feira, o último dia de uma apelação que busca anular sua condenação a 40 anos de prisão.
Em 2016, o Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII) o considerou culpado de genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade durante o conflito da Bósnia (1992-1995).
"Nunca houve um plano criminoso, nem de homogeneização de civis ou de território", afirmou o sérvio de 72 anos ao apresentar sua defesa, com a ajuda de dois advogados, no Mecanismo para os Tribunais Penais Internacionais (MTPI) da ONU, que assumiu a posição do TPII.
Na segunda-feira, o ex-presidente da entidade dos sérvios da Bósnia, a República Srpska, acusado pelo massacre de Srebenica e o cerco a Sarajevo, já havia denunciado os "mitos" sobre o deslocamento de populações por motivos étnicos.
"Os sérvios, os croatas e os muçulmanos formavam um só povo. Sentimos que os muçulmanos eram parte de nosso povo, mas queriam a separação", disse nesta terça-feira, antes de acusar este grupo de atacar os sérvios.
"Nosso principal desejo era que os muçulmanos permanecessem conosco na Iugoslávia", afirmou.
Negou veementemente o planejamento de uma limpeza étnica nos Bálcãs.
"É absolutamente impossível que qualquer coisa imputada a mim neste julgamento esteja correta", declarou Karadzic.
"Minhas declarações foram distorcidas, meus direitos desrespeitados, os motivos dissimulados", acrescentou.
A defesa considera que o processo no TPII foi "injusto".
"Para nós, a corte de apelações deve organizar um novo julgamento ou revisar a decisão", afirmou a advogada Kate Gibson aos cinco juízes o MTPI.
Ainda considerado um "herói" por muitas pessoas, Karadzic apelou contra 50 pontos de sua condenação perante o MICT, que substituiu o TPIJ.
A acusação rebateu metodicamente cada um desses 50 motivos.
"Karadzic e seus colaboradores sabiam que seriam obrigados a provocar rios de sangue para obter um território etnicamente puro", declarou Katrina Gustafson, uma das promotoras.
Em seu veredicto, o TPII considerou que o acusado, "ponta de lança das estruturas militares, políticas e governamentais" dos sérvios da Bósnia, tentou dividir o país.
O ex-psiquiatra foi considerado culpado no julgamento em primeira instância pelos assassinatos cometidos em Srebenica. Quase 8.000 homens e menores muçulmanos morreram em julho de 1995 no massacre, o mais violento na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
O ex-chefe militar dos sérvios da Bósnia, Ratko Mladic, mais conhecido como "Açougueiro dos Bálcãs", também foi condenado pelo TPII em novembro à prisão perpétua por genocídio, crimes contra a humanidade e de guerra.
Ele igualmente anunciou que apelará de sua sentença.
bur-cvo/phy/gh/mb/fp
O ex-líder político dos sérvios da Bósnia, Radovan Karadzic, voltou a negar qualquer genocídio diante dos juízes nesta terça-feira, o último dia de uma apelação que busca anular sua condenação a 40 anos de prisão.
Em 2016, o Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII) o considerou culpado de genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade durante o conflito da Bósnia (1992-1995).
"Nunca houve um plano criminoso, nem de homogeneização de civis ou de território", afirmou o sérvio de 72 anos ao apresentar sua defesa, com a ajuda de dois advogados, no Mecanismo para os Tribunais Penais Internacionais (MTPI) da ONU, que assumiu a posição do TPII.
Na segunda-feira, o ex-presidente da entidade dos sérvios da Bósnia, a República Srpska, acusado pelo massacre de Srebenica e o cerco a Sarajevo, já havia denunciado os "mitos" sobre o deslocamento de populações por motivos étnicos.
"Os sérvios, os croatas e os muçulmanos formavam um só povo. Sentimos que os muçulmanos eram parte de nosso povo, mas queriam a separação", disse nesta terça-feira, antes de acusar este grupo de atacar os sérvios.
"Nosso principal desejo era que os muçulmanos permanecessem conosco na Iugoslávia", afirmou.
Negou veementemente o planejamento de uma limpeza étnica nos Bálcãs.
"É absolutamente impossível que qualquer coisa imputada a mim neste julgamento esteja correta", declarou Karadzic.
"Minhas declarações foram distorcidas, meus direitos desrespeitados, os motivos dissimulados", acrescentou.
A defesa considera que o processo no TPII foi "injusto".
"Para nós, a corte de apelações deve organizar um novo julgamento ou revisar a decisão", afirmou a advogada Kate Gibson aos cinco juízes o MTPI.
Ainda considerado um "herói" por muitas pessoas, Karadzic apelou contra 50 pontos de sua condenação perante o MICT, que substituiu o TPIJ.
A acusação rebateu metodicamente cada um desses 50 motivos.
"Karadzic e seus colaboradores sabiam que seriam obrigados a provocar rios de sangue para obter um território etnicamente puro", declarou Katrina Gustafson, uma das promotoras.
Em seu veredicto, o TPII considerou que o acusado, "ponta de lança das estruturas militares, políticas e governamentais" dos sérvios da Bósnia, tentou dividir o país.
O ex-psiquiatra foi considerado culpado no julgamento em primeira instância pelos assassinatos cometidos em Srebenica. Quase 8.000 homens e menores muçulmanos morreram em julho de 1995 no massacre, o mais violento na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
O ex-chefe militar dos sérvios da Bósnia, Ratko Mladic, mais conhecido como "Açougueiro dos Bálcãs", também foi condenado pelo TPII em novembro à prisão perpétua por genocídio, crimes contra a humanidade e de guerra.
Ele igualmente anunciou que apelará de sua sentença.
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