Apesar de polêmicas sobre tortura, Senado dos EUA confirma Gina Haspel como diretora da CIA
O Senado dos Estados Unidos confirmou nesta quinta-feira (17) a nomeação de Gina Haspel como nova diretora da Agência Central de Inteligência (CIA), apesar da polêmica provocada por sua atuação na aplicação de métodos de tortura há uma década.
Nesta quinta, a nomeação de Haspel foi aprovada por 54 votos a favor, 45 contra e uma ausência. Seis legisladores do opositor partido democrata votaram a favor da funcionária. Haspel, de 61 anos, especialista em Rússia, se torna, assim, a primeira mulher a comandar a CIA.
Ela ocupava interinamente o cargo desde que o diretor anterior, Mike Pompeo, assumiu como secretário de Estado em março deste ano.
A nova diretora enfrentou grande oposição após sua nomeação em razão de seu trabalho em uma prisão secreta da CIA na Tailândia em 2002, onde supostos membros da rede extremista Al-Qaeda foram submetidos a torturas.
Durante uma audiência no Comitê de Inteligência do Senado, Haspel se negou a condenar o uso de técnicas de tortura contra cidadãos estrangeiros suspeitos de serem "combatentes" contra os Estados Unidos durante a chamada "guerra ao terror".
Nesta audiência longa e polêmica, Haspel se negou inclusive a pronunciar a palavra "tortura" e se referiu simplesmente a um "programa de detenção de interrogatório".
No entanto, prometeu que sendo confirmada como diretora da CIA, não recorreria mais a estes métodos.
"Depois de ter servido durante estes tempos conturbados, ofereço meu compromisso pessoal, claro e sem reservas, de que sob a minha liderança a CIA não vai retomar estes programas de detenção e interrogatório", disse Haspel na ocasião.
Espiã com ampla experiência em operações secretas, Gina juntou-se à agência em 1985 e serviu em vários locais ao redor do mundo, incluindo Londres no final dos anos 2000.
"Gina é uma espiã exemplar e uma patriota dedicada com mais de 30 anos de experiência na agência. Ela é uma líder experiente com uma habilidade fantástica para fazer coisas e inspirar os outros à sua volta", declarou Mike Pompeo, nomeando número 2 da agência há um ano.
Três ex-diretores da CIA e outros funcionários, incluindo James Clapper, ex-diretor de inteligência dos Estados Unidos, expressaram apoio a Haspel.
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