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Embaixada americana na China emite alerta sanitário após 'incidente' com funcionário

23/05/2018 11h59

Pequim, 23 Mai 2018 (AFP) - A embaixada dos Estados Unidos na China emitiu nesta quarta-feira (23) um alerta de saúde depois que um de seus funcionários foi vítima de uma lesão cerebral, um caso que lembra os misteriosos problemas auditivos sofridos por diplomatas americanos em Cuba.

As autoridades americanas e chinesas estão investigando o caso dessa pessoa, que trabalhava na metrópole de Guangzhou (sul) e sofreu lesão cerebral traumática leve (TCE), de acordo com Jinnie Lee, porta-voz da embaixada.

O alerta de saúde foi enviado por e-mail aos cidadãos americanos que vivem na China. A embaixada alega desconhecer a causa desses sintomas e se há outros casos semelhantes de seus cidadãos no país asiático.

Os Estados Unidos anunciaram no ano passado que 24 diplomatas e seus familiares em Cuba sofreram misteriosos "ataques acústicos" que causaram perda auditiva, problemas cognitivos e insônia. O Canadá também relatou dez casos semelhantes.

"Não podemos, por enquanto, relacionar (este incidente na China) ao que aconteceu em Havana, mas estudamos todas as possibilidades", disse um funcionário da embaixada dos Estados Unidos em Pequim, sob condição de anonimato.

O funcionário afetado "relatou recentemente sensações de ruídos difusos, sutis, mas anormais".

"O governo leva muito a sério este alerta e informou seu pessoal diplomático na China sobre esse incidente", escreveu a embaixada na mensagem.

O funcionário sofreu "certos sintomas físicos" entre o final de 2017 e abril de 2018, indicou Jinnie Lee, porta-voz da embaixada. Ao retornar aos Estados Unidos, o TCE foi diagnosticado em 18 de maio.

"O Departamento (de Estado) leva este incidente muito a sério e procura determinar as causas e os efeitos do incidente", disse Lee.

"O governo chinês também nos assegurou que investigaria e que tomaria as medidas apropriadas", acrescentou.

No caso de Cuba, Washington inicialmente denunciou ataques acústicos. Mas alguns meios de comunicação afirmaram que o FBI não conseguiu estabelecer claramente a causa desses males.

Os Estados Unidos consideram que as autoridades cubanas foram responsáveis, porque não conseguiram garantir a segurança dos diplomatas. Havana nega qualquer envolvimento.