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Casal francês é declarada culpado de matar babá em Londres

24/05/2018 07h30

Londres, 24 Mai 2018 (AFP) - Um casal francês foi declarado culpado, nesta quinta-feira (24), do assassinato de uma jovem conterrânea que cuidava de seus filhos em Londres, um caso que causou consternação no Reino Unido e na França.

Sabrina Kouider, de 35 anos, e Ouissem Medouni, de 40, torturaram Sophie Lionnet, de 21, antes de matá-la e, depois, tentaram se desfazer de seu corpo, queimando-o no jardim de sua casa no bairro de Wimbledon.

A mulher chorou ao conhecer o veredicto, que o júri levou mais de uma semana para alcançar.

As penas serão anunciadas em 26 de junho.

A mãe de Lionnet, Catherine Devallonné, assistiu à leitura do veredicto, ao fim do qual classificou os réus de "monstros".

"Sophie cuidou dos filhos deles (...) Esses monstros a agrediram até a morte, a fizeram passar fome", contou à imprensa, acrescentando que a família está completamente arrasada com sua morte.

O gatilho do assassinato foi que Sabrina estava convencida de que a babá era uma espiã a serviço de seu ex-companheiro Mark Walton, ex-membro do grupo de música irlandês Boyzone, com quem tem um filho.

Os réus se acusaram mutuamente da morte de Sophie, que viveu um calvário antes de morrer, conforme relatos no julgamento.

Em 20 de setembro de 2017, os bombeiros se aproximaram do jardim da família, no sudoeste de Londres, alertados por um morador que informou sobre uma fumaça preta e um cheiro horrível, e viram Medouni queimando o cadáver.

Ele lhes disse, então, tranquilamente, que estava cozinhando um cordeiro.

"Por que você está queimando um corpo?", perguntou o bombeiro Thomas Hunt, após ver dedos e um nariz, como ele mesmo contou no tribunal. "É um cordeiro", respondeu Ouissem Medouni, que parecia calmo - acrescentou Hunt.

A Procuradoria celebrou o veredicto.

"Apenas Kouider e Medouni sabem exatamente como mataram Sophie, mas a Procuradoria buscou provar que morreu como resultado de uma violência contínua e decidida, e não por acidente", disse a procuradora Aisling Hossein.

O caso expôs a vulnerabilidade das babás ("au pair"), geralmente mulheres jovens que, no caso do Reino Unido, vão ao país aprender inglês, enquanto cuidam de crianças em troca de comida e de um quarto. Muitas vezes, acabam sendo transformadas em criadas, suscetíveis de abusos.

Sophie Lionnet já havia manifestado para sua mãe o desejo de voltar para a França um ano antes de ser assassinada.

"Se tivesse dinheiro para comprar uma passagem e tomar um táxi, já teria feito isso", disse-lhe em uma mensagem.

pau-al/acc/tt