Mais de 66% dos irlandeses votam a favor do direito ao aborto
Dublin, 26 Mai 2018 (AFP) - A Irlanda seu um claro "sim", neste sábado (26), ao direito ao aborto, após o histórico referendo que fez uma "revolução silenciosa" no país católico, nas palavras de seu premiê.
Dos 2,1 milhões de irlandeses votantes, 66,4% se mostraram favoráveis a revogar a oitava emenda à Constituição da Irlanda, que proibia a interrupção voluntária da gestação.
"Maravilhoso! É um dia maravilhoso", comemorou Eileen Shields, que carregava uma placa dizendo "Fizemos história".
Shields lembra que foi abandonada por seus amigos e pela Igreja quando engravidou durante sua adolescência, há 46 anos, sem estar casada.
"Estou aqui porque tenho 65 anos e, em 1972, a Irlanda não era um bom lugar para viver com 18 anos, grávida e entregue a si mesma", disse à AFP diante do Castelo de Dublin, onde militantes festejavam a vitória após o anúncio dos resultados oficiais.
- 'Basta de estigmas' -"Hoje é um dia histórico para a Irlanda. Uma revolução silenciosa aconteceu", disse o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, em um discurso no Castelo de Dublin, onde foram anunciados os resultados definitivos.
"Como povo, falamos. E dissemos que confiamos nas mulheres e respeitamos as mulheres e suas decisões", afirmou.
"Chega de médicos que dizem aos seus pacientes que não podem fazer nada em seu próprio país. Chega de jornadas solitárias no mar irlandês", insistiu. " O véu do segredo foi levantado. Chega de isolamento. O peso da vergonha acabou".
Depois de confirmados os resultados, o próximo passo será o governo redigir um novo projeto de lei, autorizando o aborto durante as 12 primeiras semanas de gestação e até as 24 semanas por motivos de saúde.
Os resultados definitivos foram divulgados à tarde no castelo de Dublin, três anos depois da legalização, também por referendo, do casamento homossexual.
Varadkar prometeu um projeto de lei até o verão (hemisfério norte). O objetivo é conseguir sua aprovação antes do fim do ano no Parlamento. O texto deve ser adotado sem dificuldade na Casa, já que os líderes dos dois principais partidos da oposição, Fianna Fail e Sinn Fein, apoiam a reforma. O governo se reunirá na terça-feira.
- Fim da 'era da escuridão'"Saímos da era da escuridão. Não somos mais um país dividido, como a Igreja queria nos fazer crer", comemorou Catherine Claffey, uma florista de 53 anos de Dublin.
"O voto pelo 'sim' aponta um imenso desejo de mudança que ninguém esperava", escreveu o "Irish Times".
Quase 3,5 milhões de eleitores foram chamados às urnas depois de uma dura campanha. A participação foi de 63%.
A mobilização do eleitorado foi um dos principais eixos dos ativistas anti e pró-aborto. Os primeiros contavam com uma mobilização da Irlanda rural, enquanto o segundo incentivava os jovens a se registrarem e votarem.
A consulta abordou especificamente a questão da revogação da oitava emenda à Constituição irlandesa, introduzida em 1983, que proíbe o aborto em nome do direito à vida "do nascituro (...) igual ao da mãe".
Em 2013, uma reforma foi introduzida para que as mulheres cujas vidas estavam em perigo devido à gravidez pudessem interrompê-la, após a morte devido à septicemia de uma mulher grávida.
Dos 2,1 milhões de irlandeses votantes, 66,4% se mostraram favoráveis a revogar a oitava emenda à Constituição da Irlanda, que proibia a interrupção voluntária da gestação.
"Maravilhoso! É um dia maravilhoso", comemorou Eileen Shields, que carregava uma placa dizendo "Fizemos história".
Shields lembra que foi abandonada por seus amigos e pela Igreja quando engravidou durante sua adolescência, há 46 anos, sem estar casada.
"Estou aqui porque tenho 65 anos e, em 1972, a Irlanda não era um bom lugar para viver com 18 anos, grávida e entregue a si mesma", disse à AFP diante do Castelo de Dublin, onde militantes festejavam a vitória após o anúncio dos resultados oficiais.
- 'Basta de estigmas' -"Hoje é um dia histórico para a Irlanda. Uma revolução silenciosa aconteceu", disse o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, em um discurso no Castelo de Dublin, onde foram anunciados os resultados definitivos.
"Como povo, falamos. E dissemos que confiamos nas mulheres e respeitamos as mulheres e suas decisões", afirmou.
"Chega de médicos que dizem aos seus pacientes que não podem fazer nada em seu próprio país. Chega de jornadas solitárias no mar irlandês", insistiu. " O véu do segredo foi levantado. Chega de isolamento. O peso da vergonha acabou".
Depois de confirmados os resultados, o próximo passo será o governo redigir um novo projeto de lei, autorizando o aborto durante as 12 primeiras semanas de gestação e até as 24 semanas por motivos de saúde.
Os resultados definitivos foram divulgados à tarde no castelo de Dublin, três anos depois da legalização, também por referendo, do casamento homossexual.
Varadkar prometeu um projeto de lei até o verão (hemisfério norte). O objetivo é conseguir sua aprovação antes do fim do ano no Parlamento. O texto deve ser adotado sem dificuldade na Casa, já que os líderes dos dois principais partidos da oposição, Fianna Fail e Sinn Fein, apoiam a reforma. O governo se reunirá na terça-feira.
- Fim da 'era da escuridão'"Saímos da era da escuridão. Não somos mais um país dividido, como a Igreja queria nos fazer crer", comemorou Catherine Claffey, uma florista de 53 anos de Dublin.
"O voto pelo 'sim' aponta um imenso desejo de mudança que ninguém esperava", escreveu o "Irish Times".
Quase 3,5 milhões de eleitores foram chamados às urnas depois de uma dura campanha. A participação foi de 63%.
A mobilização do eleitorado foi um dos principais eixos dos ativistas anti e pró-aborto. Os primeiros contavam com uma mobilização da Irlanda rural, enquanto o segundo incentivava os jovens a se registrarem e votarem.
A consulta abordou especificamente a questão da revogação da oitava emenda à Constituição irlandesa, introduzida em 1983, que proíbe o aborto em nome do direito à vida "do nascituro (...) igual ao da mãe".
Em 2013, uma reforma foi introduzida para que as mulheres cujas vidas estavam em perigo devido à gravidez pudessem interrompê-la, após a morte devido à septicemia de uma mulher grávida.
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