Trump e Kim mantêm esperança de se reunirem após dias de tensões
Seul, 27 Mai 2018 (AFP) - O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, está disposto a "completar" a desnuclearização da península coreana e a celebrar uma cúpula histórica com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump - disse o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, neste domingo (27).
Na mesma linha, Trump anunciou que os planos para a reunião estão avançando "muito bem".
As últimas declarações conciliatórias coroaram dias turbulentos, que tinham disparado as tensões diplomáticas.
Trump anunciou na quinta-feira (24) o cancelamento da reunião que teria com Kim em 12 de junho, em Singapura, devido à "hostilidade aberta" de Pyongyang.
Mas, 24 horas depois, o presidente americano voltou atrás e disse que a cúpula ainda poderia acontecer, após diálogos "produtivos" com autoridades norte-coreanas.
De Washington, Trump declarou à imprensa que o assunto "está caminhando muito bem" e que seu objetivo de realizar a cúpula de 12 de junho em Singapura "não mudou".
A imprevisibilidade de Trump levou a uma reunião surpresa no sábado entre Kim e o presidente sul-coreano - a quarta conversa entre os líderes das duas Coreias -, para tentar retomar as negociações.
Nas fotografias publicas pela Presidência sul-coreana, Moon e Kim são vistos apertando as mãos e se abraçando no lado norte-coreano da Zona Desmilitarizada que separa as nações.
Moon disse que Kim entrou em contato para organizar a célere reunião "sem nenhum tipo de formalidade".
O líder norte-coreano descreveu a cúpula de Singapura como uma oportunidade histórica para dar fim a décadas de enfrentamentos.
"Kim mostrou sua intenção de dar fim à história de guerra e enfrentamento mediante o sucesso da cúpula Estados Unidos-Coreia do Norte e cooperar para a paz e a prosperidade", disse Moon à imprensa neste domingo.
De acordo com Moon, Kim reiterou seu compromisso de "completar a desnuclearização", mas não estava seguro "se podia confiar que os Estados Unidos dariam fim à sua política hostil e garantiria a segurança de seu regime" caso entregue as armas.
A agência oficial de imprensa norte-coreana KCNA disse que Kim "expressou sua vontade inalterada" de se encontrar com Trump, acrescentando que o Norte e o Sul celebrariam outra rodada de diálogos de "alto nível" em 1º de junho.
- Distensão -No sábado, outro sinal de avanço foi dado pela secretária de imprensa da Casa Branca. Sarah Sanders confirmou a ida de uma equipe americana a Singapura "para se preparar, caso a cúpula aconteça".
A decisão de cancelar a reunião histórica surpreendeu a Coreia do Sul, que tinha alcançado uma aproximação espetacular entre Estados Unidos e Coreia do Norte, em uma tentativa desesperada de evitar um conflito.
No ano passado, Trump e Kim trocavam ameaças de guerra depois de Pyongyang testar sua bomba nuclear mais poderosa até então e lançar mísseis de teste que seriam capazes de alcançar os Estados Unidos.
As tensões se reduziram depois que Moon aceitou a oferta de paz de Kim, que se ofereceu para enviar uma delegação aos Jogos Olímpicos de Inverno na Coreia do Sul. Essa importante distensão levou Trump a aceitar ter diálogos diretos com Pyongyang.
Nas últimas semanas, porém, a cúpula tinha sido posta em xeque pela retórica cada vez mais beligerante das principais autoridades dos governos americano e norte-coreano.
Ainda há diferenças importantes entre o que as duas partes esperam alcançar.
Washington exige uma "desnuclearização completa, verificável e irreversível" por parte do Norte. Pyongyang declarou que nunca renunciaria a seu arsenal nuclear até que se sentisse segura diante do que vê como uma agressão americana.
Kim Yong-hyun, professor de estudos norte-coreanos na Universidade Dongguk, disse que Moon e Kim agiram rapidamente para dar fim à crise após o impactante cancelamento de Trump.
"Moon ajudou a transmitir mensagens entre Trump e Kim para agilizar o processo e retomar as negociações", disse à AFP, garantindo que a reunião de Singapura estava "claramente de volta".
jhw-jta/sm/gh/ll/tt
Na mesma linha, Trump anunciou que os planos para a reunião estão avançando "muito bem".
As últimas declarações conciliatórias coroaram dias turbulentos, que tinham disparado as tensões diplomáticas.
Trump anunciou na quinta-feira (24) o cancelamento da reunião que teria com Kim em 12 de junho, em Singapura, devido à "hostilidade aberta" de Pyongyang.
Mas, 24 horas depois, o presidente americano voltou atrás e disse que a cúpula ainda poderia acontecer, após diálogos "produtivos" com autoridades norte-coreanas.
De Washington, Trump declarou à imprensa que o assunto "está caminhando muito bem" e que seu objetivo de realizar a cúpula de 12 de junho em Singapura "não mudou".
A imprevisibilidade de Trump levou a uma reunião surpresa no sábado entre Kim e o presidente sul-coreano - a quarta conversa entre os líderes das duas Coreias -, para tentar retomar as negociações.
Nas fotografias publicas pela Presidência sul-coreana, Moon e Kim são vistos apertando as mãos e se abraçando no lado norte-coreano da Zona Desmilitarizada que separa as nações.
Moon disse que Kim entrou em contato para organizar a célere reunião "sem nenhum tipo de formalidade".
O líder norte-coreano descreveu a cúpula de Singapura como uma oportunidade histórica para dar fim a décadas de enfrentamentos.
"Kim mostrou sua intenção de dar fim à história de guerra e enfrentamento mediante o sucesso da cúpula Estados Unidos-Coreia do Norte e cooperar para a paz e a prosperidade", disse Moon à imprensa neste domingo.
De acordo com Moon, Kim reiterou seu compromisso de "completar a desnuclearização", mas não estava seguro "se podia confiar que os Estados Unidos dariam fim à sua política hostil e garantiria a segurança de seu regime" caso entregue as armas.
A agência oficial de imprensa norte-coreana KCNA disse que Kim "expressou sua vontade inalterada" de se encontrar com Trump, acrescentando que o Norte e o Sul celebrariam outra rodada de diálogos de "alto nível" em 1º de junho.
- Distensão -No sábado, outro sinal de avanço foi dado pela secretária de imprensa da Casa Branca. Sarah Sanders confirmou a ida de uma equipe americana a Singapura "para se preparar, caso a cúpula aconteça".
A decisão de cancelar a reunião histórica surpreendeu a Coreia do Sul, que tinha alcançado uma aproximação espetacular entre Estados Unidos e Coreia do Norte, em uma tentativa desesperada de evitar um conflito.
No ano passado, Trump e Kim trocavam ameaças de guerra depois de Pyongyang testar sua bomba nuclear mais poderosa até então e lançar mísseis de teste que seriam capazes de alcançar os Estados Unidos.
As tensões se reduziram depois que Moon aceitou a oferta de paz de Kim, que se ofereceu para enviar uma delegação aos Jogos Olímpicos de Inverno na Coreia do Sul. Essa importante distensão levou Trump a aceitar ter diálogos diretos com Pyongyang.
Nas últimas semanas, porém, a cúpula tinha sido posta em xeque pela retórica cada vez mais beligerante das principais autoridades dos governos americano e norte-coreano.
Ainda há diferenças importantes entre o que as duas partes esperam alcançar.
Washington exige uma "desnuclearização completa, verificável e irreversível" por parte do Norte. Pyongyang declarou que nunca renunciaria a seu arsenal nuclear até que se sentisse segura diante do que vê como uma agressão americana.
Kim Yong-hyun, professor de estudos norte-coreanos na Universidade Dongguk, disse que Moon e Kim agiram rapidamente para dar fim à crise após o impactante cancelamento de Trump.
"Moon ajudou a transmitir mensagens entre Trump e Kim para agilizar o processo e retomar as negociações", disse à AFP, garantindo que a reunião de Singapura estava "claramente de volta".
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