Governo e opositores acertam retomada do diálogo na Nicarágua
Manágua, 29 Mai 2018 (AFP) - O governo de Daniel Ortega e a oposição acordaram nesta segunda-feira (28) retomar o diálogo para discutir a democratização do país, em troca de os manifestantes flexibilizarem os bloqueios das estradas, informaram as duas partes em comunicado.
"A delegação do governo e a Aliança Cívica pela Justiça e Democracia expressaram sua disposição de retomar o diálogo nacional na mesa plenária para reaver a agenda do tema da democratização", indicaram as partes.
Os opositores prometeram "flexibilizar" os bloqueios das estradas, uma das principais preocupações do governo.
A declaração foi assinada pelos três representantes do governo e três da aliança cívica - formada por estudantes, sociedade civil e empresários - na conclusão de uma sessão especial convocada pelos bispos católicos, na qualidade de mediadores, para destravar o diálogo.
Na reunião, realizada no Seminário Nossa Senhora de Fátima, em Manágua, as partes disseram que esperam que os bispos definam a data para retornar à mesa de negociações.
No comunicado, o governo e a oposição pediram de "o fim de todo o tipo de violência e o cumprimento das recomendações feitas pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH)", que pediu para que cessassem a repressão e respeitassem o direito de protestar, entre outros pontos.
Também pediram que não ataquem os meios de comunicação, após condenarem o incêndio na segunda-feira da governista Radio Ya e repressão contra os estudantes da Universidade de Engenharia de Manágua.
Juan Sebastián Chamorro, representante dos empresários na reunião, disse que o governo aceitou abordar no próximo encontro o "tema da democratização", mas não detalhou que alcance desta discussão.
Os opositores esperam que o presidente "cumpra com a promessa de parar a repressão" contra os manifestantes, disse a representante da sociedade civil no diálogo, Azahálea Solís.
"Já sabemos de onde está vindo a repressão. As armas estão nas mãos do governo", assinalou o dirigente camponês Medardo Mairena.
Na segunda-feira foram registrados novos confrontos entre estudantes da Universidade de Engenharia e grupos de choque do governo, no centro de Manágua.
"Estão nos atacando com armas", gritavam os jovens.
O ataque, que teria deixado cerca de 20 feridos, ocorreu após estudantes ocuparem a Universidade de Engenharia.
"Presenciamos um ataque brutal do aparelho de repressão do regime" contra os estudantes, afirmou a diretora para as Américas da Anistia Internacional, Erika Guevara-Rosas, que estava no local com a ativista humanitária nicaraguense Bianca Jagger.
Durante o ataque foram agredidos ao menos três jornalistas, sendo dois da agência espanhola EFE.
Os estudantes exigem o fim da repressão e a desmobilização dos grupos paramilitares.
Os protestos já deixaram 87 mortos e mais de 860 feridos desde que começaram, em 18 de abril, inicialmente contra a reforma da Previdência.
A primeira-dama e vice-presidente, Rosario Murillo, disse que a crise vivida pelo país "é uma situação extrema e que todos sabemos que tem propósitos claros", em alusão à exigência de saída do governo, pelo qual pediu "compreensão (...) com exposições sensatas de todos os setores" no diálogo.
Se o governo mantiver sua postura de não ceder na democratização, "estaremos correndo o risco de uma guerra civil. Não estamos apostando nisso, mas seria irresponsável dizer que não estamos vendo", advertiu o ex-deputado Eliseo Núñez, do Partido Liberal Independente (PLI).
"O verdadeiro diálogo está nas ruas (...) Ortega não quer falar de democratizar porque não pensa em sair, não há outro caminho além de intensificar os protestos", disse a dirigente da Frente Ampla pela Democracia (FAD), Violeta Granera.
"A delegação do governo e a Aliança Cívica pela Justiça e Democracia expressaram sua disposição de retomar o diálogo nacional na mesa plenária para reaver a agenda do tema da democratização", indicaram as partes.
Os opositores prometeram "flexibilizar" os bloqueios das estradas, uma das principais preocupações do governo.
A declaração foi assinada pelos três representantes do governo e três da aliança cívica - formada por estudantes, sociedade civil e empresários - na conclusão de uma sessão especial convocada pelos bispos católicos, na qualidade de mediadores, para destravar o diálogo.
Na reunião, realizada no Seminário Nossa Senhora de Fátima, em Manágua, as partes disseram que esperam que os bispos definam a data para retornar à mesa de negociações.
No comunicado, o governo e a oposição pediram de "o fim de todo o tipo de violência e o cumprimento das recomendações feitas pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH)", que pediu para que cessassem a repressão e respeitassem o direito de protestar, entre outros pontos.
Também pediram que não ataquem os meios de comunicação, após condenarem o incêndio na segunda-feira da governista Radio Ya e repressão contra os estudantes da Universidade de Engenharia de Manágua.
Juan Sebastián Chamorro, representante dos empresários na reunião, disse que o governo aceitou abordar no próximo encontro o "tema da democratização", mas não detalhou que alcance desta discussão.
Os opositores esperam que o presidente "cumpra com a promessa de parar a repressão" contra os manifestantes, disse a representante da sociedade civil no diálogo, Azahálea Solís.
"Já sabemos de onde está vindo a repressão. As armas estão nas mãos do governo", assinalou o dirigente camponês Medardo Mairena.
Na segunda-feira foram registrados novos confrontos entre estudantes da Universidade de Engenharia e grupos de choque do governo, no centro de Manágua.
"Estão nos atacando com armas", gritavam os jovens.
O ataque, que teria deixado cerca de 20 feridos, ocorreu após estudantes ocuparem a Universidade de Engenharia.
"Presenciamos um ataque brutal do aparelho de repressão do regime" contra os estudantes, afirmou a diretora para as Américas da Anistia Internacional, Erika Guevara-Rosas, que estava no local com a ativista humanitária nicaraguense Bianca Jagger.
Durante o ataque foram agredidos ao menos três jornalistas, sendo dois da agência espanhola EFE.
Os estudantes exigem o fim da repressão e a desmobilização dos grupos paramilitares.
Os protestos já deixaram 87 mortos e mais de 860 feridos desde que começaram, em 18 de abril, inicialmente contra a reforma da Previdência.
A primeira-dama e vice-presidente, Rosario Murillo, disse que a crise vivida pelo país "é uma situação extrema e que todos sabemos que tem propósitos claros", em alusão à exigência de saída do governo, pelo qual pediu "compreensão (...) com exposições sensatas de todos os setores" no diálogo.
Se o governo mantiver sua postura de não ceder na democratização, "estaremos correndo o risco de uma guerra civil. Não estamos apostando nisso, mas seria irresponsável dizer que não estamos vendo", advertiu o ex-deputado Eliseo Núñez, do Partido Liberal Independente (PLI).
"O verdadeiro diálogo está nas ruas (...) Ortega não quer falar de democratizar porque não pensa em sair, não há outro caminho além de intensificar os protestos", disse a dirigente da Frente Ampla pela Democracia (FAD), Violeta Granera.
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