Madri e Catalunha retomam diálogo, mas com posições distantes
Madri, 9 Jul 2018 (AFP) - O presidente catalão, Quim Torra, assegurou que não descarta "nenhum caminho" para conseguir a independência da região, mas celebrou a abertura de um diálogo com Madri, após sua primeira reunião, nesta segunda-feira (9), com o chefe de Governo espanhol, Pedro Sánchez.
"Uma crise política requer uma solução política. Essa reunião é um ponto de arranque para a normalização das relações", tuitou Sánchez em espanhol e catalão ao fim da reunião de duas horas e meia.
Chegado ao poder em 1º de junho com a promessa de recompor as relações com a Catalunha após a tentativa de secessão de 2017, o líder espanhol organizou a primeira reunião oficial em mais de dois anos entre os máximos dirigentes nacional e regional.
Apesar da vontade de diálogo, as posições continuam sendo opostas, "distantes de tudo", disse Torra sobre como solucionar o desejo de independência de quase metade dos 7,5 milhões de habitantes.
"Qualquer solução política passa pelo direito à autodeterminação da Catalunha", declarou Torra.
E acrescentou: "De nossa parte não descartamos nenhum caminho para chegar à independência da Catalunha", após meses de debate dentro do separatismo de retomar a via unilateral.
A postura de Sánchez não mudou: "Sobre isso há muito pouco a ser falado", assinalou sua vice-presidente, Carmen Calvo, em avaliação posterior, reiterando que o direito à autodeterminação "não existe" na Constituição espanhola.
Mas seu governo se comprometeu a relançar uma comissão de diálogo bilateral com o Executivo catalão, inativa desde 2011, e a suspender alguns recursos judiciais impostos pela administração anterior contra algumas leis do Parlamento catalão, suspensas pelo Tribunal Constitucional.
Torra, membro da ala dura do separatismo, chegou ao Palácio da Moncloa de Madri às 09h30 GMT usando na lapela de seu paletó um laço amarelo, símbolo que pede a liberdade de seus líderes presos.
Como um primeiro gesto para normalizar as relações com a região, na semana passada, transferiu para prisões catalães seis líderes independentistas que ficaram meses em prisão preventiva nos arredores de Madri, acusados pelo crime de rebelião por seu papel durante a tentativa de secessão.
- Problema de difícil solução -Mas sobre a autodeterminação, Sánchez mantém a posição do chefe de Governo anterior Mariano Rajoy, a quem apoiou ao intervir a autonomia desta região depois que os deputados separatistas do Parlamento catalão proclamaram uma república.
Esta medida, acompanha pelo cessar do governo regional de Carles Puigdemont e a dissolução do Parlamento, acabou com semanas de alta tensão na Catalunha, especialmente após o referendo ilegal organizado em 1º de outubro e fortemente reprimido pela polícia.
Embora sua tentativa de secessão unilateral tenha fracassado, o separatismo se mantém forte: recuperou o poder, controla o Parlamento regional com maioria absoluta e conta com uma base eleitoral de cerca de dois milhões de votantes em uma região dividida sobre a questão.
A ministra encarregada do dossiê catalão, Meritxell Batet, evocou no início de junho uma possível reforma da Constituição para avançar a um Estado federal, mas, com somente 84 deputados (o PSOE) de 350 no Congresso, sua margem de manobra é muito limitada.
"Não há maioria na Espanha para fazer uma revisão da Constituição. A direita tem a possibilidade de bloqueá-la", assinalou Fernando Vallespín, professor de Ciência Política da Universidade Autônoma de Madri.
"Uma crise política requer uma solução política. Essa reunião é um ponto de arranque para a normalização das relações", tuitou Sánchez em espanhol e catalão ao fim da reunião de duas horas e meia.
Chegado ao poder em 1º de junho com a promessa de recompor as relações com a Catalunha após a tentativa de secessão de 2017, o líder espanhol organizou a primeira reunião oficial em mais de dois anos entre os máximos dirigentes nacional e regional.
Apesar da vontade de diálogo, as posições continuam sendo opostas, "distantes de tudo", disse Torra sobre como solucionar o desejo de independência de quase metade dos 7,5 milhões de habitantes.
"Qualquer solução política passa pelo direito à autodeterminação da Catalunha", declarou Torra.
E acrescentou: "De nossa parte não descartamos nenhum caminho para chegar à independência da Catalunha", após meses de debate dentro do separatismo de retomar a via unilateral.
A postura de Sánchez não mudou: "Sobre isso há muito pouco a ser falado", assinalou sua vice-presidente, Carmen Calvo, em avaliação posterior, reiterando que o direito à autodeterminação "não existe" na Constituição espanhola.
Mas seu governo se comprometeu a relançar uma comissão de diálogo bilateral com o Executivo catalão, inativa desde 2011, e a suspender alguns recursos judiciais impostos pela administração anterior contra algumas leis do Parlamento catalão, suspensas pelo Tribunal Constitucional.
Torra, membro da ala dura do separatismo, chegou ao Palácio da Moncloa de Madri às 09h30 GMT usando na lapela de seu paletó um laço amarelo, símbolo que pede a liberdade de seus líderes presos.
Como um primeiro gesto para normalizar as relações com a região, na semana passada, transferiu para prisões catalães seis líderes independentistas que ficaram meses em prisão preventiva nos arredores de Madri, acusados pelo crime de rebelião por seu papel durante a tentativa de secessão.
- Problema de difícil solução -Mas sobre a autodeterminação, Sánchez mantém a posição do chefe de Governo anterior Mariano Rajoy, a quem apoiou ao intervir a autonomia desta região depois que os deputados separatistas do Parlamento catalão proclamaram uma república.
Esta medida, acompanha pelo cessar do governo regional de Carles Puigdemont e a dissolução do Parlamento, acabou com semanas de alta tensão na Catalunha, especialmente após o referendo ilegal organizado em 1º de outubro e fortemente reprimido pela polícia.
Embora sua tentativa de secessão unilateral tenha fracassado, o separatismo se mantém forte: recuperou o poder, controla o Parlamento regional com maioria absoluta e conta com uma base eleitoral de cerca de dois milhões de votantes em uma região dividida sobre a questão.
A ministra encarregada do dossiê catalão, Meritxell Batet, evocou no início de junho uma possível reforma da Constituição para avançar a um Estado federal, mas, com somente 84 deputados (o PSOE) de 350 no Congresso, sua margem de manobra é muito limitada.
"Não há maioria na Espanha para fazer uma revisão da Constituição. A direita tem a possibilidade de bloqueá-la", assinalou Fernando Vallespín, professor de Ciência Política da Universidade Autônoma de Madri.
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