Conversas de último minuto tentam evitar ofensiva na província síria de Idlib
Beirute, 30 Ago 2018 (AFP) - Atores-chave na guerra na Síria mantêm conversas de último minuto, nesta quinta-feira (30), para tentar evitar uma ofensiva do governo à província de Idlib, último grande bastião rebelde, que pode provocar uma catástrofe humanitária, segundo a ONU.
Há dias, o governo Bashar al-Assad reúne reforços nos limites dessa região no noroeste da Síria, na fronteira com a Turquia, antes de uma ofensiva que pode ser a última batalha de envergadura na guerra que assola a Síria desde 2011 e que já deixou mais de 350.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados.
O destino de Idlib, controlada pelos extremistas do Hayat Tahrir al-Sham (HTS), preocupa Ancara, que tenta evitar uma ofensiva do regime.
"As negociações entre Turquia e HTS continuam", destacou o diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman, acrescentando que o lançamento da operação militar depende, portanto, "do fracasso, ou do êxito, das conversas com o HTS".
Já a Rússia, que apoia Assad militarmente desde 2015, reivindica uma dissolução do HTS.
"É a condição posta por Moscou para evitar uma grande ofensiva" em Idlib, explicou Abdel Rahman.
- 'Liquidar este abscesso' -Recentemente, o HTS rejeitou a possibilidade de uma dissolução, de acordo com declarações divulgadas por sua agência de propaganda, a Ibaa, mas deixou a porta aberta para uma solução negociada.
"Tentamos por todos os meios encontrar uma solução no norte da Síria liberado que proteja os habitantes de uma eventual ofensiva do regime criminoso e de seus aliados", afirmou o grupo extremista.
Embora a Turquia dê um apoio direto a vários grupos rebeldes nos territórios do norte sírio, sua influência nos extremistas do HTS é limitada.
"As relações da Turquia com o HTS são complicadas", afirma Elizabeth Teoman, analista do Institute for Study of War (ISW), acrescentando que esta relação se caracteriza por uma "animosidade cooperativa".
Ontem, o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, deu a entender que a ofensiva é iminente.
"É preciso dissociar a chamada oposição moderada dos terroristas e, ao mesmo tempo, preparar a operação contra eles, minimizando os riscos para a população civil", disse Lavrov.
"Em qualquer caso, é necessário liquidar este abscesso", frisou.
Segundo a imprensa russa, nos últimos dias, Moscou reforçou sua presença militar no país e dispõe de seu maior contingente naval frente à Síria desde o início do conflito.
Também na quarta-feira, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, alertou sobre "os riscos crescentes de uma catástrofe humanitária, no caso de uma operação militar em larga escala na província de Idlib".
Hoje, o enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, disse estar "disposto a me envolver, pessoal e fisicamente [...], para garantir um corredor humanitário [...] para permitir que a população civil seja evacuada para uma zona mais segura".
bur-bek/jmm/mjg/kir/sgf/mb/tt
Há dias, o governo Bashar al-Assad reúne reforços nos limites dessa região no noroeste da Síria, na fronteira com a Turquia, antes de uma ofensiva que pode ser a última batalha de envergadura na guerra que assola a Síria desde 2011 e que já deixou mais de 350.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados.
O destino de Idlib, controlada pelos extremistas do Hayat Tahrir al-Sham (HTS), preocupa Ancara, que tenta evitar uma ofensiva do regime.
"As negociações entre Turquia e HTS continuam", destacou o diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman, acrescentando que o lançamento da operação militar depende, portanto, "do fracasso, ou do êxito, das conversas com o HTS".
Já a Rússia, que apoia Assad militarmente desde 2015, reivindica uma dissolução do HTS.
"É a condição posta por Moscou para evitar uma grande ofensiva" em Idlib, explicou Abdel Rahman.
- 'Liquidar este abscesso' -Recentemente, o HTS rejeitou a possibilidade de uma dissolução, de acordo com declarações divulgadas por sua agência de propaganda, a Ibaa, mas deixou a porta aberta para uma solução negociada.
"Tentamos por todos os meios encontrar uma solução no norte da Síria liberado que proteja os habitantes de uma eventual ofensiva do regime criminoso e de seus aliados", afirmou o grupo extremista.
Embora a Turquia dê um apoio direto a vários grupos rebeldes nos territórios do norte sírio, sua influência nos extremistas do HTS é limitada.
"As relações da Turquia com o HTS são complicadas", afirma Elizabeth Teoman, analista do Institute for Study of War (ISW), acrescentando que esta relação se caracteriza por uma "animosidade cooperativa".
Ontem, o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, deu a entender que a ofensiva é iminente.
"É preciso dissociar a chamada oposição moderada dos terroristas e, ao mesmo tempo, preparar a operação contra eles, minimizando os riscos para a população civil", disse Lavrov.
"Em qualquer caso, é necessário liquidar este abscesso", frisou.
Segundo a imprensa russa, nos últimos dias, Moscou reforçou sua presença militar no país e dispõe de seu maior contingente naval frente à Síria desde o início do conflito.
Também na quarta-feira, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, alertou sobre "os riscos crescentes de uma catástrofe humanitária, no caso de uma operação militar em larga escala na província de Idlib".
Hoje, o enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, disse estar "disposto a me envolver, pessoal e fisicamente [...], para garantir um corredor humanitário [...] para permitir que a população civil seja evacuada para uma zona mais segura".
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