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Washington avalia mandar 'Beatles' do Estado Islâmico para Guantánamo

30/08/2018 18h45

Washington, 30 Ago 2018 (AFP) - O governo de Donald Trump avalia mandar para a prisão militar de Guantánamo alguns prisioneiros do grupo Estado Islâmico (EI), inclusive dois britânicos que participaram de decapitações, conhecidos como os "Beatles", noticiou nesta quinta-feira (30) a rede NBC.

A prisão poderia ser usada para receber por tempo indeterminado um número de militantes do EI de "alto valor", capturados em Iraque e Síria, e enviar outros detidos de menor relevância que não são aceitos por seus governos a uma prisão controlada por iraquianos, acrescentou a NBC, com base em declarações de funcionários americanos e diplomatas europeus em condição de anonimato.

Segundo a NBC, entre os que se avalia transferir para Guantánamo estão Alexanda Amon Kotey e El Shafee el-Sheikh, dois sobreviventes de uma unidade do EI formada por quatro homens que sequestrou, torturou e decapitou jornalistas estrangeiros.

Os prisioneiros foram apelidados de "Beatles" por serem procedentes da Grã-Bretanha, onde seus casos causaram controvérsia. Segundo alguns informes que não foram confirmados, eles perderam a nacionalidade britânica antes de ser capturados, razão pela qual o governo do Reino Unido não fez esforços para conseguir sua extradição.

Transferir jihadistas recém-capturados a Guantánamo marcaria uma mudança na política dos Estados Unidos. Após ter chegado a 780 detidos, a instalação não recebeu novos prisioneiros desde 2008.

A maioria dos prisioneiros foram libertados, reduzindo seu número total a 40. Entre eles, há várias figuras da Al-Qaeda acusadas de colaborar nos ataques de 11 de setembro de 2001 e outros.

Uma porta-voz do exército americano, Sarah Higgins, negou as informações: "Não há ninguém identificado para ser transferido a Guantánamo neste momento".

"O centro de detenção na Baía de Guantánamo é uma opção para a prisão prolongada de combatentes inimigos. Outras opções incluem a transferência a [países] aliados estrangeiros e o ajuizamento em tribunais americanos", acrescentou.