China quer melhorar relações com Vaticano após acordo sobre bispos
Pequim, 22 Set 2018 (AFP) - O governo chinês e o Vaticano vão trabalhar para melhorar as relações bilaterais, depois de ambas as partes estabelecerem, neste sábado (22), um "acordo provisório" sobre a nomeação de bispos na China - informou a Chancelaria chinesa.
"Ambas as partes continuarão mantendo contatos e vão trabalhar para melhorar as relações bilaterais", afirmou o Ministério, em um comunicado.
O Ministério chinês das Relações Exteriores disse que o acordo foi firmado em Pequim entre os dois chefes negociadores - o subsecretário de Estado da Santa Sé, Antoine Camilleri, e o vice-ministro das Relações Exteriores da China, Wang Chao -, mas não deu detalhes sobre seu conteúdo.
O Vaticano e a China romperam relações em 1951, dois anos depois da chegada dos comunistas ao poder e após o reconhecimento de Taiwan por parte da Santa Sé.
Há décadas, as duas partes se enfrentam por conta da nomeação dos bispos. O governo comunista criou a Igreja Católica Patriótica em 1957 para administrar a igreja no país mais populoso do mundo.
Isso levou os fiéis a terem de escolher entre seguir a Igreja "patriótica", com bispos nomeados pelas autoridades comunistas, ou a "clandestina", com templos leais à Santa Sé.
Pequim insistiu em que tem o direito de ordenar seus próprios bispos, desafiando um Vaticano que sustenta que as ordenações podem ser feitas apenas com a bênção do papa.
No início do ano, uma fonte ligada às negociações relatou à AFP que o acordo incluiria o reconhecimento por parte do Vaticano dos sete bispos escolhidos por Pequim e que nunca foram aceitos pela Santa Sé. Três dos bispos teriam sido excomungados.
Depois do anúncio da assinatura, o Vaticano afirmou, em outro comunicado, que o papa Francisco decidiu reconhecer os sete bispos nomeados sem seu consentimento por Pequim.
Em troca desse gesto, Pequim reconheceria a autoridade do papa na Igreja Católica na China, segundo "The Wall Street Journal".
Um diplomata do Vaticano pediu a dois bispos chineses da Igreja "clandestina", reconhecidos pelo papa, que renunciassem a favor de prelados nomeados por Pequim, entre eles um excomungado pela Santa Sé em 2011.
Após o anúncio do acordo sobre as nomeações, Taiwan garantiu neste sábado que este não fará Taipé perder seu único aliado diplomático na Europa. A Santa Sé é um dos últimos 17 Estados do mundo a reconhecer o governo de Taiwan.
O Ministério taiwanês das Relações Exteriores disse esperar que o novo acordo abra caminho para as liberdades religiosas na China, mas também manifestou sua expectativa de que a Santa Sé se assegure de que os católicos do continente "receberão a devida proteção e não estarão sujeitos à repressão".
A República Popular da China reivindica sua soberania sobre a Ilha e intensifica seus esforços para "recuperar" os poucos países que conservam relações diplomáticas com Taiwan.
"Ambas as partes continuarão mantendo contatos e vão trabalhar para melhorar as relações bilaterais", afirmou o Ministério, em um comunicado.
O Ministério chinês das Relações Exteriores disse que o acordo foi firmado em Pequim entre os dois chefes negociadores - o subsecretário de Estado da Santa Sé, Antoine Camilleri, e o vice-ministro das Relações Exteriores da China, Wang Chao -, mas não deu detalhes sobre seu conteúdo.
O Vaticano e a China romperam relações em 1951, dois anos depois da chegada dos comunistas ao poder e após o reconhecimento de Taiwan por parte da Santa Sé.
Há décadas, as duas partes se enfrentam por conta da nomeação dos bispos. O governo comunista criou a Igreja Católica Patriótica em 1957 para administrar a igreja no país mais populoso do mundo.
Isso levou os fiéis a terem de escolher entre seguir a Igreja "patriótica", com bispos nomeados pelas autoridades comunistas, ou a "clandestina", com templos leais à Santa Sé.
Pequim insistiu em que tem o direito de ordenar seus próprios bispos, desafiando um Vaticano que sustenta que as ordenações podem ser feitas apenas com a bênção do papa.
No início do ano, uma fonte ligada às negociações relatou à AFP que o acordo incluiria o reconhecimento por parte do Vaticano dos sete bispos escolhidos por Pequim e que nunca foram aceitos pela Santa Sé. Três dos bispos teriam sido excomungados.
Depois do anúncio da assinatura, o Vaticano afirmou, em outro comunicado, que o papa Francisco decidiu reconhecer os sete bispos nomeados sem seu consentimento por Pequim.
Em troca desse gesto, Pequim reconheceria a autoridade do papa na Igreja Católica na China, segundo "The Wall Street Journal".
Um diplomata do Vaticano pediu a dois bispos chineses da Igreja "clandestina", reconhecidos pelo papa, que renunciassem a favor de prelados nomeados por Pequim, entre eles um excomungado pela Santa Sé em 2011.
Após o anúncio do acordo sobre as nomeações, Taiwan garantiu neste sábado que este não fará Taipé perder seu único aliado diplomático na Europa. A Santa Sé é um dos últimos 17 Estados do mundo a reconhecer o governo de Taiwan.
O Ministério taiwanês das Relações Exteriores disse esperar que o novo acordo abra caminho para as liberdades religiosas na China, mas também manifestou sua expectativa de que a Santa Sé se assegure de que os católicos do continente "receberão a devida proteção e não estarão sujeitos à repressão".
A República Popular da China reivindica sua soberania sobre a Ilha e intensifica seus esforços para "recuperar" os poucos países que conservam relações diplomáticas com Taiwan.
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