Venezuela acusa governos do Chile, Colômbia e México de proteger diplomatas envolvidos no atentado contra Maduro
A Venezuela criticou Chile, Colômbia e México por terem negado a denúncia de que seus funcionários tenham participado de um suposto atentado com drones em agosto contra o presidente Nicolás Maduro e lhes acusou de ocultar esses vínculos.
O governo venezuelano "esperava a colaboração coerente e transparente (...) desses países para conduzir as investigações necessárias de suas instituições", disse o Ministério das Relações Exteriores em um comunicado.
Posteriormente, o ministro das Comunicações, Jorge Rodríguez, disse que apesar do "barulho" e da "fuga" dos três governos, a Venezuela "ainda espera simplesmente que eles digam que vão investigar".
O ministro pediu, neste domingo (23), que Chile, Colômbia e México esclareçam se funcionários de suas embaixadas apoiaram a tentativa de fuga de um dos suspeitos do ataque com drone, em 4 de agosto.
Rodríguez fez esse pedido ao anunciar a captura desta pessoa e de outros dois envolvidos no ataque, que Maduro denuncia como uma "magnicídio frustrado" e por trás do qual, segundo ele, estão o ex-presidente colombiano Juan Manuel Santos e opositores venezuelanos.
"A reação de uma negação a priori (...) leva a prefigurar o total desinteresse por qualquer investigação objetiva com o objetivo de esconder ligações e responsabilidades", denunciou o Ministério das Relações Exteriores em um comunicado.
O Chile enviou nesta segunda-feira uma nota de protesto à embaixada venezuelana em Santiago, rejeitando as acusações, disse o ministro das Relações Exteriores, Roberto Ampuero, que as atribuiu a "manobras que buscam desviar a atenção da gravíssima crise humanitária enfrentada por esse país".
Esclarecimentos
Em confissões em vídeo transmitidas pelo ministro, Rivas -- um dos acusados de ter participado do atentado -- relatou que diplomatas estavam envolvidos em seus frustrados planos de fugir da Venezuela.
Segundo o depoimento, uma fugitiva da Justiça no caso dos drones instruiu Rivas a entrar em contato com um diplomata chileno em sua casa e coordenar com ele o voo, com a suposta cumplicidade de autoridades colombianas e mexicanas, lembrou Rodríguez.
Mas os funcionários da residência informaram a Rivas que o funcionário, que não foi identificado, estava doente e fora da Venezuela, acrescentou o ministro.
"Nenhuma dessas afirmações está sendo feita pelo governo venezuelano, e o governo venezuelano está pedindo esclarecimentos sobre se isso é verdade e que investiguem", insistiu Rodríguez nesta segunda-feira.
"Estamos dispostos a apresentar essas confissões, provas e testemunhos", acrescentou.
Os três países negaram qualquer participação. A Colômbia disse que as acusações "não têm fundamento", enquanto o México repudia a denúncia "categoricamente".
"Em vez de esclarecer as circunstâncias denunciadas pelos terroristas confessos, ao envolver agentes diplomáticos de seus respectivos países com seus planos de fuga, eles tendem a se vitimizar", reclamou a chancelaria venezuelana.
Rodríguez tinha adiantado que o chanceler Jorge Arreaza acusaria os representantes dos três países em Caracas. "Não existe imunidade diplomática no caso de encobrimento de terroristas", alertou o ministro da Comunicação e da Informação, Jorge Rodríguez, sem identificar os diplomatas em questão.
Segundo o chanceler do Chile, "isso supõe pôr em risco a integridade e segurança dos representantes diplomatas chilenos".
Com Rivas foram presos Ángela Expósito, uma hispano-venezuelana, que o teria escondido em sua residência, e o coronel reformado Ramón Velasco.
Até agora, 28 pessoas estão detidas pelo caso, completou Rodríguez.
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