Turquia e EUA exigem que Arábia Saudita esclareça assassinato de jornalista
Ancara, 23 Out 2018 (AFP) - O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, prometeu nesta terça-feira que fará "todo o possível para esclarecer" o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi, enquanto o vice-presidente americano Mike Pense assegurou que exigirá respostas.
Três semanas após o assassinato do jornalista, Pence prometeu que exigirá respostas após a versão de Erdogan sobre o crime cometido dentro do consulado da Arábia Saudita em Instambul.
"O mundo está observando. O povo americano quer respostas e nós exigiremos essas respostas", afirmou no jornal Washington Post, onde Khashoggi era colunista.
Por sua vez, Erdogan expressou suas condolências ao filho do jornalista, Abdullah Khashoggi, e a outros parentes, e garantiu que "a Turquia fará todo o necessário para esclarecer o assassinato", segundo uma fonte presidencial.
Horas antes, o presidente turco declarou que "a consciência internacional não descansará enquanto todas as pessoas envolvidas, desde os executores até os que deram a ordem, tenham sido punidas".
"Foi em Istambul que aconteceram os fatos. Em consequência, proponho que os 18 suspeitos (sauditas, detidos em seu país) sejam julgados em Istambul", afirmou.
"Foi um assassinato político", disse o presidente turco, antes de explicar que o sistema de câmeras de segurança do consulado saudita em Istambul foi desativado antes do assassinato do jornalista no mesmo local.
Khashoggi, 59 anos, que caiu em desgraça em seu país depois de criticar o regime de Riad, entrou na representação diplomática saudita em Istambul em 2 de outubro para resolver questões burocráticas e nunca saiu do edifício.
Erdogan afirmou nesta terça-feira que o assassinato de Khashoggi foi planejado alguns dias antes, exigiu saber onde está o corpo do jornalista e pediu uma "comissão de investigação independente" sobre o caso.
- "Assassinato selvagem" -"Ao reconhecer o assassinato, o governo saudita deu um passo importante. O que esperamos agora é que delimite as responsabilidades de cada um neste caso, da cúpula até a base, e que sejam julgados", completou.
Riad admitiu, no sábado, que o jornalista morreu no consulado durante uma "briga". E no domingo, o ministro saudita das Relações Exteriores, Adel al Jubeir, chamou a morte de Khashoggi de "assassinato" e afirmou que foi resultado de "uma operação não autorizada" pelo regime.
O chefe de Estado turco declarou que os 15 agentes sauditas que chegaram de modo separado a Istambul se reuniram no consulado na manhã do assassinato de Khashoggi para "arrancar o disco rígido do sistema de câmeras de vídeo" da representação diplomática.
Erdogan não revelou, no entanto, com base em quais elementos fundamentou as declarações, nem mencionou gravações de áudio ou vídeo, que já foram citadas pela imprensa turca e algumas fontes do governo desde o início do caso.
- Sócio econômico -Erdogan, cujo país mantém relações complexas com a Arábia Saudita, um rival diplomático mas também um importante sócio econômico, deu a impressão de não tentar envolver o rei Salman.
O presidente turco não fez em nenhum momento qualquer referência ao todo-poderoso príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, acusado pela imprensa turca e por alguns fontes anônimas de ter ordenado o assassinato.
Diante das muitas dúvidas que ainda rondam o crime, os ministros das Relações Exteriores do G7 lamentaram nesta terça-feira as "explicações dadas deixam muitas dúvidas sem respostas" e pediram uma investigação "minuciosa, credível, transparente e rápida".
Após o discurso de Erdogan, a Arábia Saudita afirmou que todas as pessoas envolvidas no assassinato do jornalista Jamal Khashoggi terão que prestar contas "quem quer que sejam", de acordo com um comunicado divulgado pela agência oficial SPA após a reunião semanal do governo.
Pouco depois, a SPA anunciou que o rei Salman e o príncipe herdeiro Mohamed bin Salman receberam no palácio real de Riad dois parentes do jornalista assassinado: um filho, Salah, e un irmão, Sahel.
Nesta terça-feira, Mohamed bin Salman compareceu a um importante fórum econômico internacional na capital saudita, ao qual muitos políticos e executivos ocidentais desistiram de participar, motivados pela grave crise diplomática provocada pelo assassinato de Jamal Khashoggi.
gkg-ezz/me/zm/fp
Três semanas após o assassinato do jornalista, Pence prometeu que exigirá respostas após a versão de Erdogan sobre o crime cometido dentro do consulado da Arábia Saudita em Instambul.
"O mundo está observando. O povo americano quer respostas e nós exigiremos essas respostas", afirmou no jornal Washington Post, onde Khashoggi era colunista.
Por sua vez, Erdogan expressou suas condolências ao filho do jornalista, Abdullah Khashoggi, e a outros parentes, e garantiu que "a Turquia fará todo o necessário para esclarecer o assassinato", segundo uma fonte presidencial.
Horas antes, o presidente turco declarou que "a consciência internacional não descansará enquanto todas as pessoas envolvidas, desde os executores até os que deram a ordem, tenham sido punidas".
"Foi em Istambul que aconteceram os fatos. Em consequência, proponho que os 18 suspeitos (sauditas, detidos em seu país) sejam julgados em Istambul", afirmou.
"Foi um assassinato político", disse o presidente turco, antes de explicar que o sistema de câmeras de segurança do consulado saudita em Istambul foi desativado antes do assassinato do jornalista no mesmo local.
Khashoggi, 59 anos, que caiu em desgraça em seu país depois de criticar o regime de Riad, entrou na representação diplomática saudita em Istambul em 2 de outubro para resolver questões burocráticas e nunca saiu do edifício.
Erdogan afirmou nesta terça-feira que o assassinato de Khashoggi foi planejado alguns dias antes, exigiu saber onde está o corpo do jornalista e pediu uma "comissão de investigação independente" sobre o caso.
- "Assassinato selvagem" -"Ao reconhecer o assassinato, o governo saudita deu um passo importante. O que esperamos agora é que delimite as responsabilidades de cada um neste caso, da cúpula até a base, e que sejam julgados", completou.
Riad admitiu, no sábado, que o jornalista morreu no consulado durante uma "briga". E no domingo, o ministro saudita das Relações Exteriores, Adel al Jubeir, chamou a morte de Khashoggi de "assassinato" e afirmou que foi resultado de "uma operação não autorizada" pelo regime.
O chefe de Estado turco declarou que os 15 agentes sauditas que chegaram de modo separado a Istambul se reuniram no consulado na manhã do assassinato de Khashoggi para "arrancar o disco rígido do sistema de câmeras de vídeo" da representação diplomática.
Erdogan não revelou, no entanto, com base em quais elementos fundamentou as declarações, nem mencionou gravações de áudio ou vídeo, que já foram citadas pela imprensa turca e algumas fontes do governo desde o início do caso.
- Sócio econômico -Erdogan, cujo país mantém relações complexas com a Arábia Saudita, um rival diplomático mas também um importante sócio econômico, deu a impressão de não tentar envolver o rei Salman.
O presidente turco não fez em nenhum momento qualquer referência ao todo-poderoso príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, acusado pela imprensa turca e por alguns fontes anônimas de ter ordenado o assassinato.
Diante das muitas dúvidas que ainda rondam o crime, os ministros das Relações Exteriores do G7 lamentaram nesta terça-feira as "explicações dadas deixam muitas dúvidas sem respostas" e pediram uma investigação "minuciosa, credível, transparente e rápida".
Após o discurso de Erdogan, a Arábia Saudita afirmou que todas as pessoas envolvidas no assassinato do jornalista Jamal Khashoggi terão que prestar contas "quem quer que sejam", de acordo com um comunicado divulgado pela agência oficial SPA após a reunião semanal do governo.
Pouco depois, a SPA anunciou que o rei Salman e o príncipe herdeiro Mohamed bin Salman receberam no palácio real de Riad dois parentes do jornalista assassinado: um filho, Salah, e un irmão, Sahel.
Nesta terça-feira, Mohamed bin Salman compareceu a um importante fórum econômico internacional na capital saudita, ao qual muitos políticos e executivos ocidentais desistiram de participar, motivados pela grave crise diplomática provocada pelo assassinato de Jamal Khashoggi.
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