Confira cinco momentos relevantes na carreira de Angela Merkel
Berlim, 29 Out 2018 (AFP) - Depois de 13 anos à frente do governo alemão, Angela Merkel anunciou nesta segunda-feira (29) que irá se aposentar quando concluir seu atual mandato, em 2021.
Veja a seguir os cinco momentos-chave na carreira da chanceler alemã.
- Deposição do mentor -O chanceler alemão, Helmut Kohl, pai da reunificação do país, a chamava de "menina". Após a queda do Muro de Berlim, Kohl incluiu a jovem Merkel em seu Executivo no início dos anos 1990.
Apesar da sua falta de carisma, conseguiu subir dentro do seu partido, CDU (direita). Tornou-se líder dessa formação em 10 de abril de 2000, depois de depor o seu mentor Kohl, mergulhado em um escândalo pelo financiamento ilegal da CDU.
Merkel seria eleita chanceler em 22 de novembro de 2005, o que a converteu na primeira mulher à frente do governo na Alemanha.
- Ecologista, mas nem tanto -Após a catástrofe da central nuclear de Fukushima (Japão), Merkel, diante da pressão da opinião pública, anunciou o fechamento de todas as centrais nucleares na Alemanha antes de 2022.
Além disso, fixou o ambicioso objetivo de produzir 80% da eletricidade na Alemanha por meio de energias renováveis em 2050.
Entretanto, o país, muito dependente da produção das centrais de carvão, não cumprirá os objetivos marcados para 2020 com relação à redução das emissões de dióxido de carbono (CO2).
A vontade ecologista de Merkel também foi questionada por sua atitude protetora com os interesses do setor automobilístico alemão.
Berlim apostou na melhoria da tecnologia a diesel para diminuir as emissões de CO2, uma aposta muito questionada após os escândalos que tiveram a participação dos gigantes da indústria automobilística alemã, como o Dieselgate da Volkswagen.
- Marca da austeridade - Ostentando um bigode ao estilo de Hitler, com um uniforme das SS. Merkel foi personagem de muitas caricaturas durante as manifestações contra as políticas de austeridade na Grécia entre 2012 e 2015.
A chanceler alemã se caracterizou por sua intransigência na imposição de medidas de austeridade na Grécia em troca dos planos de resgate.
Diante dos pedidos dos países do sul da Europa de uma maior flexibilidade, Merkel praticamente não cedeu em nenhum de seus princípios sobre a gestão da crise do euro, fazendo com que ganhasse o apelido de "Senhora do não".
- Acolhida de refugiados -No verão de 2015, diante da chegada de centenas de milhares de refugiados no Velho Continente, Merkel abriu as fronteiras da Alemanha aos solicitantes de refúgio. Uma decisão que marcaria o terceiro e o quarto mandatos da chanceler.
Apesar das críticas internas e de outros governos europeus, Merkel não deixaria de repetir "Wir schaffen das" ("Conseguiremos"), diante do desafio de integrar dezenas de milhares de estrangeiros.
No entanto, a política migratória favoreceria a queda da popularidade de Merkel e o auge da formação de extrema direita Alternativa para Alemanha (AfD), que nas eleições gerais de 2017 se tornaria a terceira força do país.
- 2017-2018: o início do fim? - Apesar de um resultado historicamente baixo para os conservadores alemães e um grande crescimento da extrema direita, Merkel venceria pela quarta vez as eleições de 24 de setembro de 2017.
Depois de seis meses de complexas negociações de governo, formaria uma nova "grande coalizão" com os social-democratas e seus aliados bávaros da CSU (direita).
Desde a formação de um novo Executivo em março de 2018, as crises não param. O ministro do Interior, o bávaro Horst Seehofer, exige um endurecimento das políticas migratórias para fazer frente à extrema direita.
Em outubro, os resultados ruins dos conservadores alemães nas eleições regionais da Baviera e Hesse enfraquecem Merkel ainda mais, que anuncia que em dezembro não se apresentará à presidência do seu partido.
Embora sucessão já esteja em curso, Merkel espera chegar ao fim de seu mandato, previsto para 2021.
bur-dac/alf/mra/eb/mb/cb/mvv
Veja a seguir os cinco momentos-chave na carreira da chanceler alemã.
- Deposição do mentor -O chanceler alemão, Helmut Kohl, pai da reunificação do país, a chamava de "menina". Após a queda do Muro de Berlim, Kohl incluiu a jovem Merkel em seu Executivo no início dos anos 1990.
Apesar da sua falta de carisma, conseguiu subir dentro do seu partido, CDU (direita). Tornou-se líder dessa formação em 10 de abril de 2000, depois de depor o seu mentor Kohl, mergulhado em um escândalo pelo financiamento ilegal da CDU.
Merkel seria eleita chanceler em 22 de novembro de 2005, o que a converteu na primeira mulher à frente do governo na Alemanha.
- Ecologista, mas nem tanto -Após a catástrofe da central nuclear de Fukushima (Japão), Merkel, diante da pressão da opinião pública, anunciou o fechamento de todas as centrais nucleares na Alemanha antes de 2022.
Além disso, fixou o ambicioso objetivo de produzir 80% da eletricidade na Alemanha por meio de energias renováveis em 2050.
Entretanto, o país, muito dependente da produção das centrais de carvão, não cumprirá os objetivos marcados para 2020 com relação à redução das emissões de dióxido de carbono (CO2).
A vontade ecologista de Merkel também foi questionada por sua atitude protetora com os interesses do setor automobilístico alemão.
Berlim apostou na melhoria da tecnologia a diesel para diminuir as emissões de CO2, uma aposta muito questionada após os escândalos que tiveram a participação dos gigantes da indústria automobilística alemã, como o Dieselgate da Volkswagen.
- Marca da austeridade - Ostentando um bigode ao estilo de Hitler, com um uniforme das SS. Merkel foi personagem de muitas caricaturas durante as manifestações contra as políticas de austeridade na Grécia entre 2012 e 2015.
A chanceler alemã se caracterizou por sua intransigência na imposição de medidas de austeridade na Grécia em troca dos planos de resgate.
Diante dos pedidos dos países do sul da Europa de uma maior flexibilidade, Merkel praticamente não cedeu em nenhum de seus princípios sobre a gestão da crise do euro, fazendo com que ganhasse o apelido de "Senhora do não".
- Acolhida de refugiados -No verão de 2015, diante da chegada de centenas de milhares de refugiados no Velho Continente, Merkel abriu as fronteiras da Alemanha aos solicitantes de refúgio. Uma decisão que marcaria o terceiro e o quarto mandatos da chanceler.
Apesar das críticas internas e de outros governos europeus, Merkel não deixaria de repetir "Wir schaffen das" ("Conseguiremos"), diante do desafio de integrar dezenas de milhares de estrangeiros.
No entanto, a política migratória favoreceria a queda da popularidade de Merkel e o auge da formação de extrema direita Alternativa para Alemanha (AfD), que nas eleições gerais de 2017 se tornaria a terceira força do país.
- 2017-2018: o início do fim? - Apesar de um resultado historicamente baixo para os conservadores alemães e um grande crescimento da extrema direita, Merkel venceria pela quarta vez as eleições de 24 de setembro de 2017.
Depois de seis meses de complexas negociações de governo, formaria uma nova "grande coalizão" com os social-democratas e seus aliados bávaros da CSU (direita).
Desde a formação de um novo Executivo em março de 2018, as crises não param. O ministro do Interior, o bávaro Horst Seehofer, exige um endurecimento das políticas migratórias para fazer frente à extrema direita.
Em outubro, os resultados ruins dos conservadores alemães nas eleições regionais da Baviera e Hesse enfraquecem Merkel ainda mais, que anuncia que em dezembro não se apresentará à presidência do seu partido.
Embora sucessão já esteja em curso, Merkel espera chegar ao fim de seu mandato, previsto para 2021.
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