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Trump diz que governo planeja "cidades de barracas" para os migrantes

30/10/2018 06h04

Washington, 30 Out 2018 (AFP) - Donald Trump afirmou na segunda-feira que seu governo planeja construir "cidades de barracas" para alojar milhares de migrantes centro-americanos que caminham pelo território mexicano rumo aos Estados Unidos.

O presidente disse que a medida, que coincide com o anúncio do Pentágono sobre o envio de 5.200 militares para aumentar a proteção na fronteira com o México, servirá para desestimular outros eventuais migrantes que desejam entrar no território americano.

"Se eles pedirem asilo, nós vamos retê-los pelo tempo que necessário para o julgamento acontecer. Nós vamos retê-los, nós vamos construir cidades de barracas, nós vamos construir barracas em todos os lados", afirmou em uma entrevista ao canal Fox News.

"Nós não vamos construir estruturas e gastar todas essas centenas de milhões de dólares. Nós vamos ter barracas, elas serão muito boas, e eles vão esperar, e se eles não receberem asilo vão embora", completou.

Trump disse que as solicitações de asilo, um processo complexo e que leva tempo, não costumam prosperar. "O problema é que são liberados (no território americano) e quando acontece o julgamento, três anos depois, não aparecem".

"Mas, ao contrário de (seu antecessor Barack) Obama e ao contrário de outros, vamos reter as pessoas e elas vão esperar", disse.

"Quando as pessoas entenderem os que está acontecendo, teremos menos pessoas vindo".

O anúncio de Trump foi feito no momento em que um grupo de milhares de migrantes, que avança há mais de duas semanas a partir de Honduras com o objetivo de chegar aos Estados Unidos, se encontra no estado mexicano de Oaxaca, sul do país.

De acordo com as autoridades fronteira americanas, o grupo tem quase 3.500 pessoas, entre Oaxaca e Chiapas. Mais 3.000 pessoas estão na fronteira entre Guatemala e México.

Na reta final da campanha das eleições legislativas de 6 de novembro, Trump aproveita a caravana de migrantes centro-americanos, que chama de "invasão", para agitar sua retórica anti-imigração entre os eleitores.