Probióticos não ajudam crianças na recuperação de gastroenterite
Tampa, Estados Unidos, 21 Nov 2018 (AFP) - Os probióticos são uma indústria internacional multibilionária, mas uma nova pesquisa mostrou que eles não ajudam as crianças a se recuperarem da gastroenterite mais do que um placebo.
Os resultados de dois ensaios clínicos randomizados - que chegaram às mesmas conclusões - foram publicados na revista New England Journal of Medicine.
"Os probióticos não tiveram efeito sobre as crianças", disse o coautor Phillip Tarr, professor de pediatria da Universidade de Washington em St. Louis, acrescentando que as descobertas "não são ambíguas".
"É melhor para os pais poupar dinheiro e usá-lo para comprar mais frutas e verduras frescas para seus filhos".
A popularidade dos probióticos está crescendo, e se prevê que o mercado global expanda de US$ 37 bilhões em 2015 para US$ 64 bilhões em 2023, de acordo com o estudo.
Cinco dos 12 principais grupos médicos em todo o mundo atualmente endossam seu uso, como uma forma de promover a saúde restaurando a flora intestinal, construindo as chamadas "bactérias boas" nos corpos das crianças.
Para um dos estudos, nos Estados Unidos, os pesquisadores testaram uma marca popular de probiótico, vendido sob o nome Culturelle.
Um total de 971 crianças de entre três meses e quatro anos de idade participaram do estudo. Todas procuraram atendimento de emergência para gastroenterite, uma condição intestinal que pode ser causada por um vírus ou uma infecção bacteriana, e cujos sintomas incluem vômitos e diarreia.
As crianças foram aleatoriamente designadas para receber, durante cinco dias, um placebo ou o Culturelle, que contém a bactéria Lactobacillus rhamnosus GG.
Mas os pesquisadores descobriram que as crianças que tomaram o probiótico não mostraram diferença em termos de duração da doença ou gravidade dos sintomas, em comparação com as crianças que receberam um placebo.
O segundo estudo, realizado no Canadá, usou um produto chamado Lacidofil Strong, contendo Lactobacillus rhamnosus R0011 e L. helveticus R0052.
Mais de 800 crianças receberam o probiótico ou um placebo. A diferença foi tão pequena que os pesquisadores disseram que não era estatisticamente significante.
"Gastroenterite moderada a grave dentro de 14 dias após o início do estudo ocorreu em 108 dos 414 participantes (26,1%) que receberam probióticos e em 102 dos 413 participantes (24,7%) que receberam o placebo", disse o estudo.
O grupo que recebeu probióticos não apresentou menos vômitos ou diarreia, menor tempo de doença, menos visitas aos médicos ou menos complicações.
Até agora, a maioria dos estudos foi em geral favorável aos probióticos.
O coautor Stephen Freedman, médico de emergência pediátrica do Alberta Health Services, disse que isso se deve a que, na maioria dos casos, esses estudos foram pequenos e financiados pela indústria.
"Os resultados entregam uma mensagem clara de que precisamos questionar o papel e os benefícios dos probióticos para outras aplicações de saúde usando ensaios clínicos amplos, rigorosos e orientados para o paciente", afirmou.
Os resultados de dois ensaios clínicos randomizados - que chegaram às mesmas conclusões - foram publicados na revista New England Journal of Medicine.
"Os probióticos não tiveram efeito sobre as crianças", disse o coautor Phillip Tarr, professor de pediatria da Universidade de Washington em St. Louis, acrescentando que as descobertas "não são ambíguas".
"É melhor para os pais poupar dinheiro e usá-lo para comprar mais frutas e verduras frescas para seus filhos".
A popularidade dos probióticos está crescendo, e se prevê que o mercado global expanda de US$ 37 bilhões em 2015 para US$ 64 bilhões em 2023, de acordo com o estudo.
Cinco dos 12 principais grupos médicos em todo o mundo atualmente endossam seu uso, como uma forma de promover a saúde restaurando a flora intestinal, construindo as chamadas "bactérias boas" nos corpos das crianças.
Para um dos estudos, nos Estados Unidos, os pesquisadores testaram uma marca popular de probiótico, vendido sob o nome Culturelle.
Um total de 971 crianças de entre três meses e quatro anos de idade participaram do estudo. Todas procuraram atendimento de emergência para gastroenterite, uma condição intestinal que pode ser causada por um vírus ou uma infecção bacteriana, e cujos sintomas incluem vômitos e diarreia.
As crianças foram aleatoriamente designadas para receber, durante cinco dias, um placebo ou o Culturelle, que contém a bactéria Lactobacillus rhamnosus GG.
Mas os pesquisadores descobriram que as crianças que tomaram o probiótico não mostraram diferença em termos de duração da doença ou gravidade dos sintomas, em comparação com as crianças que receberam um placebo.
O segundo estudo, realizado no Canadá, usou um produto chamado Lacidofil Strong, contendo Lactobacillus rhamnosus R0011 e L. helveticus R0052.
Mais de 800 crianças receberam o probiótico ou um placebo. A diferença foi tão pequena que os pesquisadores disseram que não era estatisticamente significante.
"Gastroenterite moderada a grave dentro de 14 dias após o início do estudo ocorreu em 108 dos 414 participantes (26,1%) que receberam probióticos e em 102 dos 413 participantes (24,7%) que receberam o placebo", disse o estudo.
O grupo que recebeu probióticos não apresentou menos vômitos ou diarreia, menor tempo de doença, menos visitas aos médicos ou menos complicações.
Até agora, a maioria dos estudos foi em geral favorável aos probióticos.
O coautor Stephen Freedman, médico de emergência pediátrica do Alberta Health Services, disse que isso se deve a que, na maioria dos casos, esses estudos foram pequenos e financiados pela indústria.
"Os resultados entregam uma mensagem clara de que precisamos questionar o papel e os benefícios dos probióticos para outras aplicações de saúde usando ensaios clínicos amplos, rigorosos e orientados para o paciente", afirmou.
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