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Movimentos sociais se mobilizam para protestar contra G20 na Argentina

Movimentos sociais e ativistas se reuniram nesta quinta-feira na Argentina para criticar o G20 e debater sobre as ações contra o evento - ELLAN LUSTOSA/CODIGO19/FOLHAPRES
Movimentos sociais e ativistas se reuniram nesta quinta-feira na Argentina para criticar o G20 e debater sobre as ações contra o evento Imagem: ELLAN LUSTOSA/CODIGO19/FOLHAPRES

Da AFP, em Buenos Aires

29/11/2018 18h12

Organizações sociais e ativistas políticos se mobilizam contra a reunião de presidentes do G20 em Buenos Aires, com um dia de debates em uma "Cúpula dos Povos" nesta quinta-feira (29) em frente ao Congresso argentino e uma marcha prevista para a sexta-feira.

"O G20 é onde se reúnem os poderosos do mundo para planejar o aprofundamento do capitalismo patriarcal, para buscar novas formas de dominação, como continuar com a divisão", diz à AFP Juliana Díaz enquanto luta contra o vento que que balança a tenda da Frente Popular Darío Santillán.

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Mais de mil pessoas participam nesta quinta-feira da chamada Cúpula dos Povos, com debates sobre a saúde nos bairros periféricos, soberania alimentar e feminismo, entre outros temas.

"Aqui queremos contar a história dos setores de baixo. Nosso centro está colocado na vida das pessoas, construindo organizações cooperativas nos bairros. O mundo que o G20 propõe não tem futuro: é uma máquina que se engole", insiste Juliana Díaz.

De outra tenda é possível ouvir aplausos, testemunhos de combatentes, médicos, representantes de povos originários.

"No bairro a coisa estava ruim, mas ficou muito pior nos últimos três anos (quando Mauricio Macri assumiu a presidência)", afirma Ariel Villegas, um cabeleireiro desempregado de 47 anos integrante do agrupamento "Barrios de Pie", que aprendeu primeiros socorros para ajudar crianças dos bairros da periferia noroeste de Buenos Aires.


Villegas pede aos líderes mundiais "que olhem para baixo. Há muitas pessoas que não têm casa, não têm emprego. Não se concentram nas pessoas que precisam", diz.

As tendas estão montadas nas ruas ao redor da Praça dos Dois Congressos, rodeadas por cercas de metal e dezenas de policiais que dificultam a chegada dos participantes.

Do outro lado da praça, uma feira oferece artesanato e comida orgânica. Estão hasteadas bandeiras dos povos originários. Em um cartaz se lê "Fora os ingleses das Ilhas Malvinas", mais adiante "Fora G20/FMI".

Estamos aqui para mostrar às pessoas que vêm se apoderar dos nosso bens e da nossa riqueza, da nossa história e da nossa vida que somos os povos que vamos dizer que não. Estamos de pé, vamos continuar resistindo", assegura Myriam Gorban, formada em Nutrição e coordenadora da cadeira livre de Soberania Alimentar na prestigiada Universidade de Buenos Aires.

Todas as organizações que fazem parte deste encontro participarão na sexta-feira de uma marcha contra o G20 no centro da cidade, longe da sede onde a cúpula está sendo realizada.