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CIA reforça suspeita de envolvimento de príncipe saudita em morte de jornalista

O príncipe saudita Mohammed bin Salman - Bryan R. Smith/AFP Photo
O príncipe saudita Mohammed bin Salman Imagem: Bryan R. Smith/AFP Photo

Em Washington

01/12/2018 18h04Atualizada em 01/12/2018 20h29

A agência de inteligência dos Estados Unidos tomou conhecimento de uma série de mensagens enviadas pelo príncipe herdeiro saudita, Mohamed  bin  Salmán, horas antes e depois do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, ao assessor que supervisionou a operação, informou neste sábado o "Wall Street Journal".

O jornal publicou trechos do relatório secreto da CIA segundo o qual Salmán "provavelmente" ordenou a morte do jornalista saudita, assassinado em outubro durante uma visita ao consulado de seu país em Istambul.

O relatório informa que o príncipe escreveu pelo menos 11 mensagens a seu assessor mais próximo, Saud al-Qahtani, que supervisionou a equipe de 15 homens enviados à Turquia para assassinar Khashoggi.

O conselheiro real foi demitido e acusado formalmente na Arábia Saudita de ter desempenhado um papel central no caso. Al-Qahtani se comunicou diretamente com o líder da equipe durante a operação, segundo a CIA, publicou o jornal, que não especifica o tipo de mensagem.

A CIA ignora o conteúdo das mensagens enviadas, mas seu relatório conclui, com grau de certeza "de moderado a alto", que o príncipe "mirou pessoalmente" em Khashoggi e, "provavelmente, ordenou o seu assassinato".

"Faltam informações diretas que mostrem que o príncipe herdeiro emitiu uma ordem de assassinato", assinala o relatório.

Os espiões americanos também informam que o líder saudita disse a pessoas próximas, em agosto de 2017, que, se não podia levar Khashoggi para a Arábia Saudita, "eventualmente poderíamos atraí-lo fora do país e fazer arranjos", o que "parece antecipar a operação saudita lançada contra Khashoggi".

O conteúdo exato do relatório da CIA é amplamente discutido em Washington desde que o presidente americano, Donald Trump, declarou publicamente que o serviço de inteligência "não encontrou nada absolutamente certo".