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FMI vai seguir comunidade internacional sobre governo da Venezuela

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro (esq.), e o deputado oposicionista Juan Guaidó  - Arte/UOL
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro (esq.), e o deputado oposicionista Juan Guaidó Imagem: Arte/UOL

Em Washington

24/01/2019 14h54

O FMI (Fundo Monetário Internacional) disse nesta quinta-feira (24) que se guiará pela comunidade internacional para reconhecer oficialmente o governo da Venezuela, após a autoproclamação do chefe do Parlamento, Juan Guaidó, como presidente interino para buscar a saída do mandatário Nicolás Maduro.

"Venezuela: estamos acompanhando de perto esta situação de evolução rápida", tuitou o porta-voz do FMI, Gerry Rice.

Para o Fundo, "a comunidade internacional guia o reconhecimento oficial, e nós nos guiaremos por isso", acrescentou.

"A Venezuela enfrenta muitos desafios, e esperamos que possam ser bem resolvidos, pelo bem do povo venezuelano", concluiu.

Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, de maioria opositora, se comprometeu nesta quarta-feira, diante de uma multidão de seguidores, em Caracas, a seguir o mandato da Constituição e liderar um governo de transição, que organize novas eleições e tire Maduro do poder, cujo segundo mandato, iniciado em 10 de janeiro, considera "ilegítimo".

Sua juramentação foi seguida por uma série de reações internacionais, a maioria de apoio, embora a ONU (Organização das Nações Unidas) tenha pedido um "diálogo" para evitar um "desastre".

Os Estados Unidos lideram o respaldo a Guaidó, junto com cerca de países americanos, entre eles Brasil, Colômbia e Argentina.

Rússia e China, bem como Cuba e Bolívia, se mantiveram leais a Maduro.

A UE (União Europeia) pediu para o povo venezuelano ser escutado.

A Venezuela, que obtém 96% de suas receitas do petróleo e reduziu a produção da commodity ao seu mínimo em 30 anos, está mergulhada em uma crise econômica e política que, segundo a ONU, obrigou 2,3 milhões de pessoas a deixarem o país desde 2015.

Em suas previsões publicadas em outubro, o FMI projetou uma contração da economia venezuelana de 18% em 2018, com uma inflação que atingirá 10.000.000% este ano.

Rice confirmou na quinta-feira passada que o governo venezuelano finalmente forneceu dados econômicos ao FMI e que a informação estava sendo revisada para verificar se ela atende aos requisitos. Ele disse que a diretoria do Fundo se reunirá para discutir a questão "nas próximas semanas".

A Venezuela, membro do FMI desde 1946, não recebe visitas técnicas da instituição financeira multilateral desde 2004 para a revisão de suas contas, conforme previsto nos estatutos do Fundo.